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Estado de Minas

D�lar valorizado atrai estrangeiros para compra de ativos de cias brasileiras


postado em 15/02/2015 15:19 / atualizado em 15/02/2015 16:00

As empresas brasileiras dever�o recorrer neste ano � venda de ativos n�o estrat�gicos, fora do neg�cio principal, para buscarem liquidez e garantirem efici�ncia em um ano de fontes mais restritas ao cr�dito. Esses ativos dever�o atrair investidores, em especial os estrangeiros, que ainda est�o buscando oportunidades no mercado brasileiro, mesmo diante da estagna��o da economia local e da crise envolvendo a maior empresa brasileira, a Petrobras. Segundo especialistas, o d�lar mais valorizado em rela��o ao real, na m�xima em dez anos, tamb�m vem contribuindo para aumentar a atratividade para a entrada no Brasil, a despeito do cen�rio atual.

Com a expectativa de queda para os pre�os dos ativos, tanto investidores estrat�gicos como os financeiros est�o olhando oportunidades, o que deve manter os patamares de fus�es e aquisi��es (M&A, a sigla em ingl�s) elevados ao longo de 2015 no Brasil, mas o cen�rio � de cautela com grande avers�o a setores regulados, os quais devem afastar os investimentos neste ano.

Victor B�ez, s�cio da consultoria especializada em gest�o e reestrutura��o de empresas Heartman House, diz que tem aumentado o n�mero de consultas vindas de companhias que estudam a venda de uma fatia do neg�cio. "Dever� ter muita movimenta��o no segundo semestre", afirma. B�ez destaca que os investidores estrangeiros, com vis�o de longo prazo, seguem analisando oportunidade de entrada no Brasil, mas que existe cautela e que muitos est�o, neste momento, tentando entender o caso de corrup��o envolvendo a Petrobras.

Mesmo nesse cen�rio, apenas neste m�s, a butique de fus�es e aquisi��es Saint Paul Advisors foi procurada duas vezes sobre transa��es desse perfil. "Empresas vendem ativos n�o estrat�gicos em momentos mais desafiadores. Elas o fazem para levantar caixa quando o mercado de capitais n�o est� dispon�vel ou est� muito caro. Em outros casos, as empresas vendem ativos n�o estrat�gicos para focar nas atividades mais relevantes buscando otimizar recursos humanos e financeiros", afirma o s�cio da consultoria Jos� Securato.

Valdo Cestari de Rizzo, especialista em direito empresarial e s�cio do Lobo & de Rizzo Advogados, conta que empresas tamb�m est�o buscando parceiros para seguir com projetos de investimentos. O advogado diz que o escrit�rio trabalhou recentemente com uma companhia que estava se estruturando para realizar dois grandes empreendimentos sozinha, mas que acabou realizando um road show para buscar um parceiro e acabou, no final, atraindo investidores estrangeiros. "Ela se capitalizou com o intuito de mobilizar menos capital. Com o cr�dito mais caro e escasso, essa � uma alternativa", afirma.

Precifica��o
O l�der de Private Equity da EY (antiga Ernst & Young), Carlos Asciutti, diz que a venda de participa��es e ativos motivadas pela necessidade de levantar caixa deve, de fato, movimentar as transa��es de fus�es e aquisi��es neste ano, mas destacou que os investidores que ainda n�o est�o presentes no Brasil devem manter a inten��o de ingressar no Brasil em compasso de espera. Segundo Asciutti, neste momento de alta volatilidade, os neg�cios contam com uma dificuldade adicional que � pe�a chave quando se fala de fus�es e aquisi��es: a precifica��o dos ativos.

J� o s�cio da Landmark Capital, Gianni Casanova, destaca que tem observado o interesse das empresas em sair de ativos fora do centro do neg�cio e que esse movimento tem chamado a aten��o inclusive de multinacionais que querem aumentar a atua��o no Brasil. "H� empresas que est�o presentes em apenas uma linha de neg�cio e que est�o procurando adquirir outras", afirma. Segundo Casanova, os investidores estrangeiros est�o, de certo, mais otimistas na compara��o com os locais, mas que essa caracter�stica tamb�m tem como explica��o o fato de que esses investidores analisam o risco sob o prisma de uma geografia mais extensa, o que acaba permitindo maior toler�ncia ao risco.

Asciutti, da EY, acredita que a chegada de novos investidores estrangeiros ao Brasil deve ganhar novo impulso diante de mudan�as regulat�rias no Brasil, como a possibilidade do ingresso de capital estrangeiro em hospitais, por exemplo. Ricardo Gaillard, s�cio do Souza, Cescon, Barrieu, & Flesch Advogados, explica que a lei publicada em janeiro flexibilizou o investimento direto estrangeiro em hospitais e cl�nicas de sa�de e que isso abrir� as portas para investidores que, em muitos casos, j� tinham interesse de investir na �rea. "Em termos imediatos h� grande interesse de grupos para come�ar a olhar os hospitais. No fim do dia essa acaba sendo uma nova forma de essas empresas se capitalizarem", avalia.

Segundo dados divulgados nesta semana pela Associa��o Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as aquisi��es de brasileiras por estrangeiras cresceram tanto em n�mero (de 30,4% para 45,9%) quanto em volume (de 33,5% para 50%).

Olhar do estrangeiro
Richard Ziliotto, s�cio da family office Taler, destaca que o investimento financeiro do estrangeiro segue em alta, fator evidenciado pelo fluxo de entrada de capital na Bolsa brasileira neste ano. No acumulado do ano, at� o dia 10 de fevereiro, h� um super�vit de recursos estrangeiros de R$ 2,961 bilh�es na Bovespa.

"Para o estrangeiro a nossa bolsa est� interessante depois da forte reprecifica��o dos ativos e do real desvalorizado. O investidor estrangeiro olha essa reprecifica��o e coloca algumas fichas", destaca Ziliotto. O especialista diz que o investidor estrangeiro tem a percep��o de que uma queda futura dos juros no Brasil significar� valoriza��o de a��es.

Fabiane Goldstein, s�cia da consultoria MBS Value Partners, conta que o estrangeiro est� sim olhando para o Brasil, especialmente aquele com perfil de mais longo prazo. Segundo ela, a percep��o � de que h� oportunidades para entrada em bolsa, mas estatais e setor regulados est�o no momento fora do radar desses investidores.

Al�m da entrada no mercado de renda vari�vel, a elevada taxa de juros tamb�m tem funcionado como um grande holofote para atrair o capital externo, afirma Adriano Moreno, presidente da AZ FuturaInvest. "O relaxamento monet�rio na Europa, com liquidez mais farta no mercado, sem d�vida, ir� ajudar para a entrada de capital para dentro do Pa�s", destaca.


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