A perda de grau de investimento da Petrobras pela Moody's � mais um novo fator negativo, mas n�o determinante para a perda da nota soberana do Pa�s, avaliou o economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e s�cio da Tend�ncias Consultoria Integrada. Segundo ele, a perda do grau de investimento do Brasil depende muito mais do desenrolar do ajuste fiscal prometido pela nova equipe econ�mica. Se a situa��o fiscal se complicar mais, ele prev� que as ag�ncias podem rebaixar o Brasil antes do fim do ano.
"A nota do Brasil depende de uma s�rie de outras quest�es. Evidentemente que a quest�o da Petrobras � outro fator, mas mais fundamental � o desenrolar, ao longo do ano, do programa de ajuste fiscal feito pelo ministro (da Fazenda) Joaquim Levy", afirmou. Loyola destacou que, al�m da quest�o isolada da Petrobras, todo o contexto pol�tico da opera��o Lava Jato e o efeito dela sobre o crescimento do pa�s ser� levado em conta. "Tudo isso est� hoje sob uma lupa muito grande dos investidores e das ag�ncias", disse.
O ex-presidente do BC avalia que a situa��o fiscal do pa�s ser� acompanhada m�s a m�s. Se as contas p�blicas n�o melhorarem no curto prazo, sinalizando que a situa��o est� mais complicada, "pode at� haver uma decis�o de rebaixamento antes do fim do ano". "A perda do investment grade pelo Tesouro vai depender hoje mais de um fracasso de n�o atingir a meta fiscal", prev�.
Para o economista, outras medidas de ajuste fiscal precisam ser anunciadas para conseguir cumprir o super�vit de 1,2% do PIB em 2015. "S� com essas medidas que j� foram anunciadas n�o d�. A arrecada��o foi muito fraca, e o resultado do ano passado foi pior do que se imaginava. Ent�o, o esfor�o tem que ser maior", afirmou.
Loyola destacou que, de alguma forma, o mercado externo j� rebaixou o Brasil. Ele lembrou que o pr�mio de risco medido pelo Credit Default Swaps (CDS) do Brasil j� � de um pa�s que n�o tem investment grade. "A percep��o de risco j� � bastante negativa, em fun��o de v�rios fatores pol�ticos e econ�micos", ressaltou.