Os investimentos da mineradora Vale em projetos para melhorar a qualidade do min�rio de ferro extra�do pela companhia em Minas Gerais e na expans�o da produ��o de Caraj�s, no Par�, com o megaempreendimento batizado de S11D, est�o sendo poupados dos cortes do or�amento, adotados pelo quarto ano em 2014. A despeito da queda dos pre�os da commodity no mercado internacional, que contribuiu para o preju�zo de R$ 4,761 bilh�es no quarto trimestre do ano passado, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou, nessa quinta-feira, que os desembolsos previstos na Regi�o Central de Minas e na Grande Belo Horizonte est�o mantidos e ser�o conclu�dos neste ano.
No balan�o de 2014, a empresa teve lucro de R$ 954 milh�es, um aumento de 729% frente a 2013. A Vale come�a a operar no segundo trimestre projetos em implanta��o nas reservas de Cau� e Concei��o, em Itabira, ber�o das atividades da companhia, e em Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de BH, para reposi��o e aumento da capacidade, com enriquecimento do min�rio do tipo itabiritos, de teores mais baixos de ferro. De outubro a dezembro de 2014, o investimento total nesses projetos foi de US$ 258 milh�es. “Continuamos com os projetos Itabiritos para ser entregues este ano, com sens�vel melhora do min�rio dos sistemas Sul e Sudeste da Vale (ambos localizados em Minas Gerais”, afirmou o presidente da companhia.
O megaprojeto S11D, o maior da hist�ria da empresa e da ind�stria da minera��o, de acordo com Murilo Ferreira, “� intoc�vel”. Como rea��o ao preju�zo do quarto trimestre, as a��es ordin�rias da Vale sofreram desvaloriza��o de 4,01% no preg�o de ontem da Bolsa de Valores e as preferenciais tiveram queda de 3,76%..
As novas opera��es de Minas Gerais permitir�o � empresa se aproveitar do adicional de pre�os pago pelo mercado em fun��o da qualidade do min�rio, em tempos de pre�os deprimidos. Com maior margem de manobra, a Vale definir� o mix mais ajustado � remunera��o no exterior, entre os min�rios de Caraj�s, Minas e da unidade operacional de Corumb�, em Mato Grosso do Sul.
Os desembolsos da Vale em Minas, incluindo despesas de custeio, alcan�aram US$ 9,08 bilh�es em 2014. O Sistema Sul, que compreende os complexos Paraopeba, Vargem Grande e Itabiritos, produziu 86,3 milh�es de toneladas, representando acr�scimo de 9% em rela��o a 2013, melhor marca anual da companhia no estado desde 2007. Os complexos Itabira, Minas Centrais e Mariana, reunidos no Sistema Sudeste, produziram 107,4 milh�es de toneladas.
Segundo o diretor-executivo de ferrosos da Vale, Peter Popping, a empresa poderia, em tese, produzir mais do que a meta de ofertar 340 milh�es de toneladas ao mercado em 2015. Cerca de 10 milh�es de toneladas, dessa proje��o, ser�o de min�rios que tem mais qualidade e podem dar � companhia margens melhores de pre�os. Murilo Ferreira informou estar trabalhando com um pre�o m�dio por tonelada neste ano a partir de US$ 70. A cota��o de quinta-feira da tonelada da mat�ria-prima estava na casa dos US$ 63, depois de ter variado na faixa de US$ 120 em 2013.
A redu��o do crescimento da China, locomotiva da demanda internacional de ferro e a�o, preocupa a ind�stria da minera��o, mas o presidente da Vale aposta num cen�rio de demanda ainda firme do gigante asi�tico.
GEST�O
A ordem de austeridade na gest�o da companhia se mant�m para 2015, com foco nos segmentos em que a Vale apresentar maior efici�ncia. “Estamos cada vez mais comprometidos com os custos, trazendo retorno para os nossos acionistas e da forma mais prudente (em investimentos) poss�vel”, disse o presidente da mineradora. A companhia aplicou ao todo, em 2014, US$ 11,979 bilh�es em expans�o e manuten��o de projetos, cifra que significou queda de 15,8% na compara��o dom 2013.