S�o Paulo, 01 - O caminho das empresas brasileiras em busca de financiamento ganhou uma barreira adicional com a retirada do grau de investimento da Petrobras pela ag�ncia de classifica��o de riscos Moody's. Com o cen�rio para essas companhias j� dif�cil devido a custos de financiamento mais elevados por conta do mau humor dos investidores com o Brasil, a expectativa de fontes ouvidas pelo Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, � de que a situa��o fique ainda mais delicada, com novas eleva��es, caso uma segunda ag�ncia leve a petrol�fera tamb�m para baixo do grau de investimento.
A Petrobras deve come�ar a pagar ainda mais caro para refinanciar suas d�vidas com o rebaixamento e, segundo executivos de bancos, pode repassar esse aumento de custo para seus fornecedores que j� t�m encontrado a porta fechada para novos empr�stimos. O cen�rio � mais cr�tico para as empresas que atuam no setor de �leo e g�s, que sofrem com um efeito em cascata. Todavia, conforme fontes, companhias de outros setores tamb�m dever�o ser afetadas, de forma indireta, com a maior avers�o do investidor em rela��o ao Brasil.
"O rebaixamento da Petrobras torna mais prov�vel a necessidade de o governo ter que socorrer a companhia com uma emiss�o de a��es, sendo que a perspectiva de uma oferta colocaria ainda mais press�o no mercado", avalia uma fonte de um banco de investimento estrangeiro, acrescentando que essa possibilidade ainda � "especulativa".
Especialmente as companhias que dependem de financiamentos estruturados, com base em receitas vindas da Petrobras, devem ser afetadas com o rebaixamento, na opini�o de um advogado especialista na estrutura��o de d�vida de companhias. Ele lembra que, como a Petrobras sempre marcou presen�a no mercado internacional, seu rebaixamento pela Moody's pode ter efeito em alguns investidores de t�tulos de d�vida, por exemplo.
O contexto, no entanto, ficar� ainda pior caso venha na esteira do rebaixamento da Moody's um movimento semelhante de uma das outras duas ag�ncias, Standard & Poor's (S&P) ou Fitch Ratings. Oficialmente, elas ainda n�o se manifestaram. Para o analista Bruno Gon�alves, da Alpes/WinTrade, a S&P tamb�m deve seguir a Moody's provavelmente em abril, uma vez que j� era a ag�ncia mais pessimista. J� a Fitch, que acabou de revisar a nota da Petrobras, conforme ele, deve esperar um pouco mais.
"O que ficou muito ruim foi o ministro (da Fazenda) Joaquim Levy, ao tentar evitar o rebaixamento pela Moody's, oferecer garantias da Uni�o. Isso pode respingar no risco soberano. Outra situa��o mais complicada � com a S&P: com a Moody's rebaixando dois degraus, ela tamb�m fica pressionada a um rebaixamento at� maio", opina uma fonte de mercado. Em sua opini�o, no caso de um movimento semelhante da S&P, o cen�rio ir� deteriorar, e muito.
A retirada do grau de investimento da Petrobras j� era esperada pelo mercado. Surpreendeu, segundo fontes, o "timing". Para alguns bancos e assets, foi recebido com aten��o e considerado um movimento "muito s�rio". Um gestor de recursos lembra, por�m, que � necess�rio que duas das tr�s ag�ncias rebaixem as notas de cr�dito de uma avaliada para que um fundo de pens�o ou um fundo de investimento 'investment grade' esteja obrigado a eliminar tal companhia do seu portf�lio. As demais empresas, na sua avalia��o, sofrer�o certa contamina��o devido � caracter�stica do mercado em "efeito manada".
Uma fonte de mercado destaca que o cen�rio � ruim para as empresas que buscam se financiar l� fora, mas que h� exce��o para cerca de dez companhias, entre financeiras e n�o financeiras que ainda devem encontrar espa�o para captar no mercado externo. No entanto, os que se arriscarem ter�o de aceitar um n�vel maior de juros que ser� exigido pelos investidores. "O rebaixamento da Petrobras deixa o mercado mais complicado para emissores brasileiros. Por ser a maior empresa do Pa�s e sob controle do Estado, a Petrobras � um dos principais par�metros, juntamente com as emiss�es da Rep�blica, para a precifica��o de t�tulos de d�vida de grupos brasileiros", lembra um advogado especialista em mercado de capitais. (Colaborou Aline Bronzati)