Bras�lia, 02 - Depois do aperto nos gastos e das novas medidas de ajuste fiscal, a equipe econ�mica est� mobilizada para come�ar a receber, nesta semana, os representantes das ag�ncias internacionais de classifica��o de risco e evitar o rebaixamento da nota de cr�dito do Brasil.
Uma miss�o da ag�ncia Standard & Poor's desembarca nesta quarta-feira, 04, em Bras�lia para conversas com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e outras autoridades do governo federal.
Ser� o primeiro teste do ministro Levy em rela��o ao rating soberano do Pa�s, depois da tentativa fracassada do governo para impedir a perda do grau de investimento da Petrobras na semana passada. Os representantes da ag�ncia Fitch ter�o reuni�es entre os dias 16 e 20 de mar�o, em Bras�lia, S�o Paulo e Rio de Janeiro.
Na estrat�gia para convencer as ag�ncias, a equipe econ�mica se antecipou ao corte do Or�amento, que s� dever� ocorrer em abril, depois da aprova��o da lei or�ament�ria, e divulgou um decreto para limitar os gastos no primeiro quadrimestre do ano. Segundo explicou uma fonte da �rea econ�mica, como as duas ag�ncias estariam no Brasil antes do an�ncio do corte, a solu��o encontrada para mostrar o comprometimento do governo com a meta fiscal foi fazer um decreto tempor�rio para os primeiros quatro meses, que limitou em R$ 75,2 bilh�es as despesas no per�odo. O aval da presidente Dilma Rousseff para o corte nas desonera��es da folha de pagamentos das empresas e do programa Reintegra (que devolve tributos para as empresas exportadoras) foi dado tamb�m nesse contexto.
A maior preocupa��o agora da equipe econ�mica � mostrar para as ag�ncias que o governo ser� capaz de negociar as medidas com o Congresso e afastar o risco pol�tico de elas serem revertidas. O discurso ser� o de mostrar os efeitos das medidas no m�dio prazo. Embora o cen�rio de curto prazo seja muito dif�cil, o ministro quer que as ag�ncias olhem a "big picture" (fotografia ampla) do quadro econ�mico com as mudan�as implementadas para a corre��o dos desequil�brios.
O governo est� confiante que conseguir� manter a nota da S&P, que rebaixou a nota do Brasil no ano passado, mas fixou uma perspectiva est�vel para o rating. Antes de um rebaixamento, as ag�ncias costumam mudar a perspectiva da nota para negativa. A Fitch tem a nota do Brasil dois degraus acima do grau especulativo, mas tem um perspectiva est�vel. O maior temor � com o movimento da Moody's, que tem a nota do Brasil em vi�s negativo. Ou seja, o seu pr�ximo movimento poder� ser o rebaixamento. N�o h� previs�o de reuni�o com a Moody's.