A infla��o oficial medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 7,7% nos �ltimos 12 meses (a taxa anualizada), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). O resultado, divulgado hoje, � o maior desde os 8,05% registrados em maio de 2005 e supera o teto da meta fixado pelo Banco Central para este ano em 6,5%.
Em fevereiro, a taxa variou 1,22%, 0,02 ponto percentual abaixo do resultado de janeiro deste ano (1,24%), mas ainda � a mais alta para os meses de fevereiro desde o 1,57% de 2003. Com a alta, a taxa passou a acumular nos primeiros dois meses do ano infla��o de 2,48% – superior ao 1,24% dos primeiros dois meses do ano passado. O principal impacto no IPCA de fevereiro foi a eleva��o nos pre�os da gasolina e de outros combust�veis, resultado do aumento de impostos como o PIS e a Cofins e tamb�m do IPI sobre os autom�veis novos.
Para Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de �ndice de Pre�os do IBGE, as press�es em fevereiro se deram de forma bastante diferenciada. “O m�s de fevereiro em geral se caracteriza pela press�o forte das escolas, mas este ano houve outras press�o, em especial a gasolina que, junto com outros combust�veis, foram os que mais pressionaram a taxa. Em contrapartida, a gente observou neste m�s de fevereiro uma desacelera��o dos pre�os dos alimentos que, embora continuem em alta, com varia��o expressiva, impactaram um pouco menos que no m�s anterior e ajudaram a segurar um pouco a taxa, impedindo que ela fosse ainda maior.”
Segundo os dados fornecidos pelo IBGE, os pre�os da gasolina subiram 8,42%, exercendo impacto de 0,31 ponto percentual na composi��o do IPCA e, por isso, respondendo, por um quarto do IPCA: 25,41%. “Tamb�m o �lcool, talvez tamb�m como consequ�ncia da alta da gasolina, subiu 7,19%, o que fez com que os gastos com transporte por parte das fam�lias subissem 2,2% em fevereiro. No todo, o grupo transporte apresentou o mais elevado impacto do m�s (0,41 ponto percentual)."
Os dados do IBGE indicam que, entre os nove grupos de produtos e servi�os pesquisados, a varia��o mais elevada foi registrada no grupo educa��o, que atingiu 5,88%, refletindo os reajustes do in�cio do ano letivo, especialmente nos valores das mensalidades dos cursos regulares, que subiram 7,24%. Em habita��o (1,22%), o destaque ficou com a energia el�trica (3,14%).
Com alta de 0,86%, o grupo despesas pessoais refletiu os reajustes ocorridos em itens como excurs�o (6,93%), cabeleireiro (1,09%) e manicure (1,04%). No grupo sa�de e cuidados pessoais (0,60%) destacaram-se os servi�os m�dicos e dent�rios (1,14%) e os artigos de higiene pessoal (0,89%).
J� no grupo artigos de resid�ncia (0,87%), a alta foi puxada pelos eletrodom�sticos, cujos pre�os elevaram-se em 2,15%, e pelos servi�os de conserto e manuten��o de equipamentos dom�sticos, que subiram 1,70%. No grupo alimenta��o e bebidas, com alta de 0,81%, houve redu��o no ritmo de crescimento de pre�os, tendo em vista a taxa de 1,48% registrada no m�s anterior. Os alimentos consumidos fora de casa (0,95%) tiveram aumentos acima dos consumidos em casa (0,74%).