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Estado de Minas

Pa�s registra a maior infla��o em 10 anos

IPCA tem alta de 1,22% em fevereiro e acumula varia��o de 7,7% em 12 meses, ultrapassando teto de 6,5% para a meta do ano. Aumento de 8,24% da gasolina alimentou �nsia do drag�o


postado em 07/03/2015 00:12 / atualizado em 07/03/2015 07:20

Bras�lia – A infla��o oficial brasileira de fevereiro se distanciou ainda mais do limite da toler�ncia da meta estipulada pelo governo federal. O �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou, no m�s passado, uma alta de 7,7% em 12 meses, o maior patamar registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) desde maio de 2005 – bem distante dos 6,5% definidos como limite de aumento m�dio de pre�os pelas metas de infla��o em vigor no pa�s. Sem sinais de tr�gua, a carestia seguiu avan�ando no m�s passado: ficou em 1,22%, depois de subir 1,24% em janeiro. A alta do custo de vida nos dois primeiros meses de 2015, de 2,48%, � maior que o dobro do observado no mesmo per�odo de 2014. O aumento dos impostos anunciado como tentativa de recuperar a economia teve influ�ncia significativa nessa escalada dos pre�os, sublinhou a coordenadora de �ndices de Pre�os do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.

A infla��o continua se mostrando resistente e disseminada, com eleva��o de pre�os em praticamente todos os grupos pesquisados. As despesas com transportes pesaram mais 2,2% no m�s, puxadas pela disparada de 8,42% no pre�o da gasolina – em 12 meses, o salto � de 10,84%. O reajuste nas al�quotas do PIS/Cofins, em vigor desde 1º de fevereiro, levou o combust�vel a exercer um impacto de 0,31 ponto percentual: sozinha, a gasolina foi respons�vel por um quarto do IPCA de fevereiro.


O governo tem perdido a batalha para a infla��o. H� praticamente um ano – desde mar�o de 2014 – o IPCA n�o fecha o m�s abaixo dos 6% no acumulado de 12 meses. O centro da meta, de 4,5%, ficou esquecido. O �ndice de difus�o – que mede a propor��o de produtos com taxa de varia��o positiva – segue alto e torna o cen�rio ainda mais desafiador: no m�s passado, ficou em 68,1%, ou seja, praticamente sete de cada 10 produtos pesquisados pelo IBGE subiram de pre�o.

Em todas as 13 capitais analisadas, a infla��o estourou o teto da meta em 12 meses. Em Belo Horizonte, a infla��o permaneceu alta e praticamente repetiu o �ndice de janeiro, com o IPCA passando de 1,07% no primeiro m�s do ano para 1,08% no segundo. No ano, os pre�os j� subiram 2,17% na capital mineira. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 6,64%. No Rio de Janeiro, o indicador alcan�ou 9,02%, o dobro do centro da meta. N�o bastasse, os analistas sustentam que o custo de vida dos brasileiros ainda n�o chegou ao topo. “Os dados continuam a apontar para um ano desafiador. Apesar do baixo crescimento e dos juros elevados, a infla��o se manter� bem acima do limite superior da meta”, disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno.

O reajuste extraordin�rio de 23,4% na conta de luz em mar�o e a eleva��o no valor da bandeira tarif�ria, al�m da expectativa de um novo aumento dos combust�veis, mant�m o horizonte nebuloso. O Ita� Unibanco projeta uma infla��o anualizada de 8,1% este m�s, influenciada principalmente pela alta de energia, que deve atingir o acumulado de 62% em 12 meses. Com a forte press�o dos pre�os administrados, analistas j� conseguem captar uma infla��o anual pr�xima aos 9% nos pr�ximos meses.

Alimentos No grupo de alimenta��o, com alta de 0,81% em fevereiro, os destaques foram a cenoura (14,41%), o feij�o mulatinho (10,47%) e a cebola ( 9,92%). No Rio de Janeiro, os alimentos encareceram 11,25% em 12 meses. A estudante Julia Campos, 19, se considera privilegiada por, ainda, n�o ter de arcar com as despesas de casa. Mesmo assim, viu a mesada perder valor por causa do aumento da gasolina. “Antes, gastava cerca de R$ 100 para abastecer. Hoje, R$ 125”, afirmou.

As despesas com educa��o, repercutindo o reajuste anual das mensalidades escolares, avan�aram 5,88% no m�s passado — cursos regulares e diversos tiveram contribui��o de 0,21 e 0,06 ponto percentual, respectivamente. A escola do filho de 17 anos da psic�loga Viviane Bezerra, 44, passou de R$ 1.844 para R$ 2.433. “� o pre�o de uma faculdade. D� desgosto trabalhar mais, pagar mais impostos e ver o pa�s como est�, com o dinheiro sumindo ralo”, disse.
Em meio � dificuldade do governo em concretizar o arrocho fiscal, a infla��o intensifica a crise pol�tica. O l�der do partido Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que a situa��o econ�mica atual � “heran�a maldita de m�s decis�es tomadas no passado”. “A conta chegou e eles (o governo) querem que o consumidor brasileiro — em especial o de baixa renda, que � o que mais sofre —, se vire para pagar essa conta”, atacou.


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