Londres, 11 - A vulnerabilidade dos pa�ses emergentes volta a ser tema para os investidores internacionais, e o Brasil aparece na an�lise do banco Morgan Stanley como o mais fr�gil dentre os grandes emergentes. V�rios bancos t�m emitido alertas sobre as economias que enfrentam problemas internos e depend�ncia de dinheiro estrangeiro. A recente disparada do d�lar � um sinal do fen�meno. O novo grupo sob o foco do mercado se parece muito com os "cinco fr�geis" de 2013 e conta, al�m do Brasil, com a �frica do Sul, Indon�sia, M�xico e Turquia.
Economistas apontam que alguns dos grandes pa�ses em desenvolvimento enfrentam um novo momento econ�mico delicado em meio a uma onda de incerteza e maior vulnerabilidade. O grupo tem como pano de fundo quatro elementos principais: o d�lar forte e expectativa de alta do juro nos Estados Unidos; o aumento excessivo do endividamento do setor privado; a expectativa de desacelera��o na China; e a falta de reformas estruturais dom�sticas.
"O momento da defla��o diminuiu e todas as economias do G-3 - Estados Unidos, Europa e Jap�o - est�o mostrando uma guinada em dire��o ao crescimento. Como resultado, os rendimentos da d�vida dos EUA e o d�lar est�o subindo. Essa � uma combina��o que pode ser dif�cil de ser lidada pelas economias emergentes", dizem os analistas Manoj Pradhan e Patryk Drozdzik, do Morgan Stanley.
Em Londres, os economistas do banco citam que cinco pa�ses est�o no grupo dos mais vulner�veis: Brasil, Indon�sia, M�xico, �frica do Sul e Turquia - nessa ordem. "Nosso mapeamento dos fundamentos indica pa�ses onde a exposi��o ao exterior � maior e n�s pedimos aten��o especial para o Brasil", destacam.
Em Paris, o banco Societ� Generale listou um grupo parecido: Brasil, M�xico, Turquia e �frica do Sul. No grupo, o banco aponta o real brasileiro e tamb�m o peso mexicano como os mais vulner�veis � subida do d�lar e do juro nos EUA. Em Zurique, o chefe de investimento global do UBS, Mark Haefele, divulgou an�lise coincidente e cita Brasil, Indon�sia, �frica do Sul e Turquia como os pa�ses mais vulner�veis.
O Brasil �, por enquanto, o pa�s que mais sofreu com essa nova onda de desconfian�a, e o real � a moeda do grupo dos vulner�veis que mais caiu. Apenas em mar�o, o d�lar ficou 9,35% mais caro em rela��o � moeda brasileira. Entre as demais economias, a divisa dos EUA subiu 5,9% na �frica do Sul, 4,7% na Turquia, 4,4% no M�xico e 2% na Indon�sia. No ano, a alta chega a 17% no Brasil e a 13% na Turquia.
Analistas dizem que o Brasil parece mais fr�gil porque, al�m dos fatores externos comuns ao grupo, a situa��o interna � ainda mais complicada. Em Estocolmo, o banco SEB resumiu o quadro ao afirmar que a "caixa de Pandora" foi aberta no Brasil. "A tend�ncia de queda do real continuar� diante do fraco crescimento econ�mico, expectativa de juro maior nos EUA, aperto na pol�tica fiscal e monet�ria, risco de racionamento el�trico e rebaixamento de rating, corrup��o e preocupa��o sobre a capacidade do governo de consolidar as contas p�blicas, al�m da maior seca em 80 anos", resume a analista Louise Valentin.
Esse alinhamento de problemas tamb�m � apontado pelo Morgan Stanley. "O Brasil parece ser a �nica economia que recebe influ�ncia dos tr�s elementos de cont�gio aos emergentes", dizem os economistas. Os tr�s fatores s�o: alta do juro nos EUA, desacelera��o da China e os problemas internos.
Cinco fr�geis
A lista citada pelos tr�s bancos europeus � bem semelhante � vista em meados de 2013, quando o mesmo Morgan Stanley cunhou a express�o "cinco fr�geis" para Turquia, Brasil, �ndia, �frica do Sul e Indon�sia. A �nica diferen�a atual � a sa�da da �ndia e a substitui��o pelo M�xico.
Quando o termo "cinco fr�geis" surgiu, o governo brasileiro reagiu com veem�ncia e recha�ou o t�tulo com uma s�rie de dados e explica��es. Ontem, procurado, o Minist�rio da Fazenda preferiu n�o comentar. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.