Bras�lia – O mercado de trabalho brasileiro come�ou 2015 confirmando as previs�es de estagna��o. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad) Cont�nua divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) d�o sinais de que o arrefecimento esperado chegou. Com a economia sem crescer, a previs�o de analistas � que as demiss�es superem as admiss�es, aumentando a popula��o desocupada nos pr�ximos meses.
No trimestre encerrado em janeiro, a taxa de desemprego ficou em 6,8%, acima do registrado no mesmo per�odo de 2014 – quando chegou a 6,4% – e do indicador referente ao trimestre anterior, de 6,6%. Ap�s um vaiv�m em rela��o � metodologia adotada, a Pnad Cont�nua — mais abrangente e nacional — passa agora a ser realizada mensalmente pelo IBGE, em substitui��o ao modelo anual e � Pesquisa Mensal de Emprego (PME).
O cen�rio de infla��o e juros altos levar�, naturalmente, o mercado a criar menos oportunidades. Em janeiro, por exemplo, o Brasil fechou mais de 80 mil vagas formais, o pior resultado para o m�s desde 2009. As proje��es para fevereiro s�o ainda mais desanimadoras para os trabalhadores. “Caiu porque o n�mero de postos de trabalho foi inferior � capacidade de pessoas com idade ativa para trabalhar”, explicou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
A Pnad Cont�nua tende a mostrar um retrato mais fiel do mercado de trabalho brasileiro. O resultado de ontem mostra um ambiente de desemprego muito mais claro do que o captado em janeiro pela PME, que leva em conta apenas seis regi�es metropolitanas do pa�s: na leitura que deve ser substitu�da, a taxa de desocupa��o estava em 5,3%, 1,5 ponto percentual abaixo dos 6,8% observados no trimestre finalizado no primeiro m�s de 2015 em todo o pa�s.
A popula��o desocupada aumentou para 6,8 milh�es, de acordo com a Pnad Cont�nua. Na compara��o com janeiro de 2014, houve um salto de 1,3 milh�o de pessoas sem trabalhar, uma varia��o de 2,08%. Em maio, o IBGE divulgar� uma edi��o mais completa da pesquisa, mas com os dados de ontem, adiantou o t�cnico do instituto Cimar Azeredo, j� foi poss�vel perceber um aumento substancial do n�mero de pessoas procurando trabalho no Brasil.
Apesar da conjuntura ruim, a Pnad Cont�nua detectou um leve aumento do poder de compra real dos trabalhadores. O rendimento m�dio, divulgado pela primeira vez nessa pesquisa, ficou em R$ 1.795,53 no trimestre encerrado em janeiro, representando uma alta de 1% na compara��o com os R$ 1.777,66 do trimestre conclu�do em outubro de 2014. O IBGE ainda n�o tem esses dados por atividade.