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Estado de Minas FALTA DE CHUVAS E DE PLANEJAMENTO

Empresa de Pesquisa Energ�tica deveria evitar que o pa�s enfrentasse risco de racionamento

Institui��o consome R$ 93,4 mi/ano e � conduzida por Maur�cio Tolmasquim


postado em 15/03/2015 07:00 / atualizado em 15/03/2015 07:26

O governo atribui o fato de o sistema el�trico brasileiro estar operando no limite, beirando o risco de racionamento, � falta de chuvas. Contudo, agentes do setor, especialistas e at� um ministro que participa de todas as discuss�es do Executivo garantem que os respons�veis pelo planejamento energ�tico do pa�s erraram muito nos �ltimos anos e ainda insistem em equ�vocos. O que n�o faltam s�o cr�ticas contundentes � Empresa de Pesquisa Energ�tica (EPE), conduzida por Maur�cio Tolmasquim.

A metodologia utilizada pela EPE � considerada errada e os relat�rios do �rg�o, absurdos. “O planejamento da EPE � fantasioso. Tudo o que pautou o setor de energia nos �ltimos anos � totalmente errado. O clima ficou t�o maluco que � irreal fazer planos para daqui a 20 anos. Tem que ser de quatro em quatro. Tamb�m n�o adianta insistir em matriz com 70% de energia hidrel�trica. Mundialmente, a propor��o � 50% de hidrel�tricas e 50% de t�rmicas”, enumera a fonte ministerial.

Para especialistas de mercado, a EPE � apenas um cabide de empregos, j� que o planejamento do setor el�trico deveria ser feito pelo Minist�rio das Minas e Energia (MME), sem a necessidade de criar mais uma empresa para isso. A EPE tem 338 funcion�rios e consome R$ 93,4 milh�es por ano. “O MME � um minist�rio surreal. Nunca tratou de petr�leo e g�s, que sempre ficou a cargo da Petrobras. E isso n�o � s� do governo do PT. Antes j� era assim. Mas o PT criou mais uma empresa, como a EPE, para fazer o trabalho de planejamento, e esvaziou ainda mais o minist�rio”, analisa Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

A ideia da EPE era criar uma esp�cie de Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (IPEA) do setor de energia. “Mas virou apenas mais uma empresa subordinada ao governo, que produz documentos para endossar o discurso do Executivo de que n�o h� problema nenhum no setor”, afirma Pires. Para ele, os planejamentos dos �ltimos anos mostraram-se muito distantes da realidade. “� uma companhia chapa-branca. Que est� ali para apontar n�meros que agradam ao governo”, lamenta. “O mercado tem horror � EPE. Ela n�o faz planejamento nenhum. Os relat�rios s�o ruins, a metodologia � errada. Para o Tolmasquim est� tudo �timo. S� a chuva � o problema”, emenda.

T�RMICAS Nivalde de Castro, professor do Grupo de Estudos do Setor El�trico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que um estudo de 2009 constatou que v�m ocorrendo mudan�as no padr�o de gera��o de energia el�trica. Mas a EPE ainda n�o se deu conta disso. “No atual s�culo, a matriz n�o � s� hidrel�trica. Hoje, a gera��o � hidrot�rmica”, frisa. No entender dele, o modelo de contrata��o de t�rmicas do Brasil � por disponibilidade, ou seja, as usinas ficam paradas at� que se precise delas. N�o � uma contrata��o por energia gerada. “Quando se contrata assim, elas s�o baratas de se construir, mas caras para gerar eletricidade”, explica.

Na avalia��o do presidente da Thymos Energia, Jo�o Carlos Mello, h�, hoje, um somat�rio de falhas estruturais no setor el�trico. “As usinas que est�o operando n�o foram reavaliadas para se saber a capacidade real. Muitos reservat�rios est�o assoreados. Houve atrasos de obras que n�o foram levados em considera��o”, lista. Todos esses problemas deveriam ter sido detectados pela EPE. “O sistema vem se deteriorando por uma vis�o pouco atualizada. A EPE deveria ter modernizado sua metodologia. Mas o Operador Nacional do Sistema (ONS), e sobretudo a Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel), tamb�m j� deveria ter dito para a EPE se atualizar”, sentencia. Procurada, a EPE n�o se pronunciou.


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