S�o Paulo, 20 - O �ndice de Estoques (IE), calculado pela Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo do Estado de S�o Paulo (FecomercioSP), registrou queda de 2,9% em mar�o ante fevereiro, passando de 106,9 pontos para 103,9 pontos. Na compara��o com mar�o do ano passado, a redu��o foi de 11%. O indicador, que capta a percep��o dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas no com�rcio na Regi�o Metropolitana de S�o Paulo (RMSP), varia de zero (inadequa��o total) a 200 pontos (adequa��o total).
O levantamento mostra ainda que 32,2% dos empres�rios consideram o seu estoque elevado demais. A propor��o � a maior desde junho de 2011, quando a pesquisa se iniciou. O recorde anterior havia sido atingido em dezembro do ano passado (30,8%). Para 15,6% dos empres�rios, os estoques est�o abaixo do adequado. "A parcela de 51,6% dos que t�m os estoques adequados deveria ser maior, imagino que o ideal seria algo entre 70% a 80%", afirma F�bio Pina, assessor econ�mico da Fecom�rcioSP.
Pina destaca que as perspectivas de melhoria n�o s�o grandes por causa da situa��o econ�mica atual. "Os empres�rios j� estavam esperando um ano dif�cil depois de um Natal fraco e com not�cias negativas na economia, mas o ano est� surpreendendo negativamente. A situa��o negativa est� se impondo muito rapidamente", afirmou, destacando que em breve a entidade deve rever suas proje��es para o PIB e para a Infla��o de 2015. "Trabalhamos ainda com a infla��o em 7,5% no ano, mas acho que vamos revisar para 8% e o PIB que imagin�vamos algo entre 0 ou -0,5% tamb�m deve ser pior", disse.
Para a FecomercioSP, enquanto n�o houver sinais de controle de infla��o e c�mbio, a tend�ncia � de que o consumidor se torne mais conservador e as vendas desacelerem. "A queda nas vendas desanima os varejistas e torna o giro de estoques lento e custoso para as empresas", afirma a Federa��o, em nota. "Vale lembrar que o custo de carregar o estoque est� se elevando h� mais de meio ano, com a alta continuada dos juros banc�rios. Ao mesmo tempo, a inadimpl�ncia das pessoas jur�dicas est� crescendo, confirmando o mau momento pelo qual passam as empresas no Pa�s", completa.
A Fecomercio destaca ainda que a situa��o atual � "o pior dos mundos: queda de consumo com alta de pre�os". "N�o ser� f�cil quebrar esse c�rculo vicioso enquanto n�o houver ganhos vigorosos de confian�a dos empres�rios na capacidade do governo em gerar respostas � economia, algo que passa pelo processo pol�tico, hoje pouco favor�vel", afirma.
Segundo a Federa��o, esse momento desfavor�vel na economia � agravado ainda mais pelo fato de o varejo ter se "acostumado" com uma forte expans�o por causa "da nova classe m�dia emergente". "Justamente esse grupo da popula��o � o que tem sido mais severamente atingida pela alta de pre�os de itens b�sicos e pela redu��o da gera��o de postos de trabalho", destaca.