(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Tradicional com�rcio de chap�us de BH muda de endere�o e se moderniza

Estrat�gias da Casa Cabana, que completa 63 anos em 2015, d�o f�lego �s vendas


postado em 22/03/2015 06:00 / atualizado em 22/03/2015 08:06

Investir no ponto próprio estava nos planos de Daniel e Soraya Joukhadar(foto: Euler Junior/EM/D.A.Press)
Investir no ponto pr�prio estava nos planos de Daniel e Soraya Joukhadar (foto: Euler Junior/EM/D.A.Press)

Enfrentar crises econ�micas nunca foi novidade nos 63 anos que a Casa Cabana completa em 2015. A diferen�a, agora, est� na forma como os herdeiros do fundador do tradicional com�rcio de chap�us de Belo Horizonte, Elias Ishac Joukhadar, encaram os desafios impostos ao setor neste ano. Filhos de Elias, Daniel e Soraya investiram R$ 250 mil em novas e modernas instala��es, ampliaram e diversificaram os estoques sem perder o foco da chapelaria, que ganhou destaque na hist�ria do varejo da capital mineira. Na contram�o da piora dos indicadores da atividade e do consumo, a renova��o d� f�lego �s vendas, permitindo a expans�o da base de clientes, e areja o caixa. A loja foi abrigada em im�vel pr�prio, livrando-se do aluguel, causa de uma onda de fechamento de portas de a�o no Centro e na Savassi.

A mudan�a foi cuidadosamente planejada, conta Daniel. “J� hav�amos realizado o nosso ajuste fiscal e a hora era de investir para que a empresa cres�a mais, quando a economia recuperar”,afirma. O pr�dio de tr�s andares na Avenida Oleg�rio Maciel, no Centro de BH, ao lado do Mercado Novo, e a um quarteir�o e meio da antiga loja da Avenida Amazonas, passou por reforma do piso ao teto. A nova estrutura tem 50% mais produtos, com amplo espa�o de exposi��o e conforto para clientes e vendedores.

Ficaram para tr�s o aperto e a dificuldade at� mesmo de escolher os famosos chap�us da Casa Cabana no estreito corredor da loja anterior, sacrificada pelo piso de ladrilhos e as infiltra��es nas paredes. Soraya Joukhadar ainda se lembra do sufoco no balc�o de atendimento. “Era uma preocupa��o constante. Hoje, trabalhamos num outro ambiente, confort�vel, limpo e com espa�o para expor a mercadoria.”

Os belos exemplares de chap�u-panam� – os mais vendidos em BH –, os de palha e feltro, de fabrica��o nacional, os equatorianos ou os feitos com mat�ria-prima importada da Bol�via, Chile e Peru, t�m lugar merecido, reservados em nichos de madeira projetados das paredes. Com os novos estoques, a Casa Cabana entrou no segmento de moda country, oferecendo toda a indument�ria dos aficionados pelos rodeios.

Balc�es expositores com tampos de vidro e bancos de madeira fariam seu Elias, morto no fim do ano passado, se orgulhar da mudan�a. Al�m da diversifica��o de produtos, a Casa Cabana passou tamb�m a vender por atacado e introduziu o servi�o de reforma de chap�us. Para quem duvida dos novos tempos, Daniel revela a inten��o de dobrar os estoques dentro de um ano e afiar a pol�tica de compras � vista para oferecer pre�os melhores que os concorrentes, inclusive os do com�rcio virtual, na internet. “Brigamos com os fornecedores e seguramos ao m�ximo o repasse”, avisa.

Com a disparada recente do d�lar, os pre�os do chap�u-panam� subiram de R$ 99, em m�dia, para R$ 130, segundo o comerciante. Cerca de 70% dos modelos vendidos na loja s�o cotados na moeda norte-americana, incluindo os importados do M�xico. Depois dos repasses dos fornecedores de 10% em novembro de 2014 e no m�s passado, Daniel e Soraya aguardam nova planilha, com alta j� anunciada de 20%. Os propriet�rios da chapelaria sabem que ter�o de trabalhar muito na forma��o dos pre�os, que na semana passada variavam de R$ 3,99, o chap�u de palha infantil desfiado para festas juninas, a R$ 600, os modelos de fabrica��o italiana em pele de lebre.

SOB PRESS�O Repaginada, a Casa Cabana serve de refer�ncia sobre os riscos da progress�o dos alugu�is comerciais para lojas da capital mineira. O gasto j� preocupava o sr. Elias em 2009, quando ele alertou o filho sobre a press�o no caixa. No ano passado, a oferta para renova��o do contrato feita pelo propriet�rio da antiga loja de 180 metros quadrados, instalada na Avenida Amazonas, foi de R$ 38 mil, ante o valor de R$ 7,7 mil pagos pela fam�lia de comerciantes em 2012. Assumir tamanha quantia em 2014, observa Daniel, seria como dispor de 50% da receita que a empresa apurava h� pouco mais de dois anos.

“N�o h� com�rcio que aguente absorver alugu�is dessa propor��o”, afirma Daniel. Se ele e a irm� n�o tivessem idealizado o plano de renova��o prevendo a transfer�ncia para o im�vel pr�prio, onde, ficava o estoque, a op��o teria sido devolver metade da loja e pagar R$ 25 mil mensais. A grande valoriza��o dos im�veis da vizinhan�a do antigo endere�o surgiu com a implanta��o pela Prefeitura de BH do Move, sistema de transporte r�pido por �nibus. “Vizinhos da antiga loja que pagavam R$ 800 come�aram a desembolsar R$ 4 mil”, recorda Daniel.

O esfor�o de renova��o da Casa Cabana acirra a concorr�ncia do com�rcio especializado e agrada clientes ass�duos a exemplo da publicit�ria Maria L�cia Martins, de 68 anos. As novas instala��es, para a colecionadora de chap�us, n�o deixam a desejar a lojas do ramo que ela conheceu em Paris, Berlim, Madri ou Copenhagen. “O visual � completamente diferente da antiga loja, com enorme variedade de produtos e o mesmo jeito aconchegante de receber o consumidor”, afirma.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)