S�o Paulo, 26 - Depois de meses de tentativas frustradas para levantar dinheiro no mercado e tocar os neg�cios, o Grupo Galv�o entrou, na quarta-feira, 25, com pedido de recupera��o judicial das empresas Galv�o Engenharia e Galv�o Participa��es. A companhia, que ocupava a sexta posi��o no ranking de construtores no Brasil, est� envolvida na Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal, e negocia um acordo de leni�ncia com a Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) ao lado de grupos como OAS, Engevix, SOG �leo e G�s e SBM Offshore.
A recupera��o judicial � uma medida legal para evitar a fal�ncia de uma empresa. Se aceita pelo juiz, a companhia ter� um prazo para apresentar um plano para organizar as finan�as e pagar os credores. O pedido feito ontem, na Justi�a do Rio de Janeiro, n�o inclui as subsidi�rias CAB Ambiental, Galv�o �leo e G�s, Concession�ria de Rodovias Galv�o BR-153 e Galv�o Finan�as. Apesar disso, algumas dessas empresas est�o sofrendo reflexo da opera��o que investiga corrup��o em contratos da Petrobras e tamb�m podem ter graves preju�zos.
No caso da CAB, empresa de saneamento, a ag�ncia de classifica��o de risco Fitch Rating rebaixou a nota das deb�ntures da empresa; e, na BR-153, a Galv�o n�o conseguiu o empr�stimo-ponte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) para iniciar as obras de duplica��o de 10% da estrada, como previsto em contrato. Se n�o cumprir as regras, no limite, a empresa pode perder a concess�o da rodovia, de 624 quil�metros leiloada pelo governo federal em 2014.
A via-cr�cis do grupo come�ou com a s�tima fase da Opera��o Lava Jato, desencadeada na primeira quinzena de novembro. Foram presos executivos de v�rias construtoras, como Camargo Corr�a, OAS, Mendes J�nior, UTC, Engevix, Queiroz Galv�o e Galv�o Engenharia. Imediatamente as ag�ncias de rating rebaixaram as notas das empreiteiras e o cr�dito secou. Al�m disso, os pagamentos da Petrobras foram paralisados.
"O pedido de recupera��o judicial decorre da atual condi��o financeira da Galv�o Engenharia e suas consequ�ncias na Galv�o Participa��es (emissora de deb�ntures), situa��o agravada pela inadimpl�ncia de alguns de seus principais clientes, dentre eles a Petrobras", afirmou a empresa, em nota. Segundo a Galv�o, al�m de d�vidas vencidas, a empresa tem cerca de R$ 900 milh�es a receber da estatal, que paralisou todos os pagamentos desde 2014. "A estatal n�o honrou pagamentos de servi�os adicionais executados, por ela solicitados e atestados."
Sem dinheiro, a Galv�o fechou a divis�o de engenharia industrial, mais ligada aos projetos da Petrobras, parou de pagar fornecedores e credores (s� na Justi�a paulista h� sete a��es de execu��o de t�tulos extrajudiciais), paralisou obras e come�ou a demitir. Neste ano, dispensou 9 mil funcion�rios em grandes obras como Ferrovia da Integra��o Oeste-Leste, BR-153 e Anel Vi�rio de Fortaleza.
Na semana passada, depois de sucessivas negocia��es com os credores, a empresa n�o conseguiu adiar o pagamento de deb�ntures vencidas em fevereiro. Com a inadimpl�ncia, outros credores puderam antecipar vencimentos de companhias do grupo, como a CAB.
Segundo fontes, a CAB pode ser vendida ao grupo GP Investments. Ainda assim, o dinheiro n�o seria suficiente para sanar os problemas da Galv�o, que nega participa��o em qualquer tipo de suposto "cartel". "Em depoimento, testemunha de acusa��o no processo judicial em curso confirma que a Galv�o Engenharia n�o participava do suposto �clube� sob investiga��o", afirma a empresa. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.