O aumento no porcentual de fam�lias endividadas na passagem de fevereiro para mar�o � sazonal e j� esperado, afirmou nesta quinta-feira, a economista Marianne Hanson, da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC). "H� muitos gastos extras que incidem nesse per�odo e que afetam endividamento e inadimpl�ncia", disse.
Hoje mais cedo, a CNC informou que o porcentual de fam�lias endividadas ficou em 59,6% neste m�s, contra 57,8% no m�s passado. Ainda assim, o resultado � menor do que em mar�o de 2014, quando o endividamento atingiu 61,0% das fam�lias. A queda anual � atribu�da pela economista ao arrefecimento no ritmo de crescimento do cr�dito para o consumo.
"O cr�dito tende a ficar cada vez mais caro, devido ao aumento do custo de capta��o dos bancos e do spread mais alto. O consumo est� mais moderado. O consumidor est� preocupado com rumos da economia, do cr�dito, do emprego e da renda. Com isso, n�o esperamos altas expressivas do endividamento nos pr�ximos meses", disse Marianne.
O cen�rio futuro, contudo, vai depender da din�mica do mercado de trabalho. Embora a taxa de desemprego permane�a em n�veis baixos historicamente, os consumidores j� percebem desaquecimento. Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) anunciou que a taxa de desemprego ficou em 5,9% em fevereiro, a maior desde junho de 2013.
"Historicamente, existe correla��o entre desemprego e inadimpl�ncia. Sem trabalhar, as pessoas n�o conseguem honrar seus compromissos", disse Marianne.
O perfil do endividamento das fam�lias ainda � favor�vel, afirmou a especialista, mas ela alertou que a conjuntura econ�mica pode provocar o aumento da procura por cr�dito emergencial - especialmente cheque especial e cart�o de cr�dito -, geralmente com limites pr�-aprovados. Neste m�s, devido ao aumento dos juros, a parcela m�dia da renda comprometida com d�vidas tamb�m aumentou para 29,7%.