O custo m�dio da energia para a ind�stria nacional subiu 48% desde o in�cio deste ano, alcan�ando R$ 534,28 por megawatt-hora (MWh), segundo atualiza��o feita pela Federa��o das Ind�strias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Com este valor, o Brasil ocupa a primeira posi��o no ranking internacional dos 28 pa�ses mais caros no custo da energia para a ind�stria, superando a �ndia e a It�lia, que ocupavam as primeiras posi��es.
“O custo [no Brasil] � muito mais caro do que o dos nossos principais concorrentes. Isso se traduz, na pr�tica, em produtos que s�o mais caros, empregos que deixam de ser gerados, investimentos que deixam de ser feitos, porque esse insumo est� em toda a ind�stria”, disse o gerente de Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, Cristiano Prado.
Prado explicou que o produto nacional, com o pre�o no atual n�vel, perde competitividade para concorrer dentro do pa�s e no mercado externo. Em contraposi��o, o custo internacional de energia para a ind�stria caiu 6% em compara��o ao valor praticado no ano passado. Entre os estados brasileiros, o Rio de Janeiro ocupa a primeira posi��o, com custo m�dio de R$ 664,05 por MWh, seguido do Mato Grosso (R$ 640,87 por MWh).
Usina hidrel�trica
O custo m�dio do g�s natural para a ind�stria brasileira subiu 21% nos �ltimos quatro anos. As empresas pagam R$ 1,29 por metro c�bico do produto. Com isso, o Brasil ocupa a oitava classifica��o no ranking dos 16 pa�ses de g�s mais caro para a ind�stria. Prado ressaltou que o custo m�dio do g�s natural no Brasil � o dobro do praticado no M�xico e mais de tr�s vezes, ou 261% acima, do custo dos Estados Unidos. “Isso faz com que as empresas que dependem de g�s, como a petroqu�mica, que est� na base de praticamente tudo que a gente consome, estejam seriamente afetadas”.
O resultado � que os investimentos s�o feitos em outros pa�ses, quando poderiam estar sendo feitos no Brasil. Prado disse que essa situa��o tem de ser enfrentada sem demora. No caso da energia el�trica, a Firjan elencou, entre as poss�veis solu��es, voltar a se discutir a constru��o de usinas hidrel�tricas com grandes reservat�rio e a amplia��o da utiliza��o da efici�ncia energ�tica por parte da ind�stria.
Na quest�o do g�s, Prado salientou a necessidade de maior participa��o do setor privado em todas as etapas do segmento, que envolvem explora��o, gera��o, distribui��o e transporte. “[A gente] teria mais concorr�ncia e esse pre�o do g�s poderia dar, pelo menos, uma sinaliza��o de convers�o para patamares compat�veis internacionalmente”.
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que hoje ser� anunciado o novo Custo Marginal de Opera��o (CMO) que, segundo ele, demonstra um "decl�nio no custo marginal de opera��o", em fun��o da melhora que est� ocorrendo nos reservat�rios. O ministro destacou que a energia mais cara do mundo � aquela que n�o tem energia. “O Brasil tem vencido um desafio h�drico, tendo tido o pior janeiro da sua s�rie hist�rica dos �ltimos 82 anos. Entramos com a reserva��o muito baixa no ano de 2015, mas mesmo assim estamos vencendo o desafio, estamos entregando energia”.
Braga reconheceu, entretanto, a necessidade de se ter no pa�s uma energia com custo menor. Ele disse que o minist�rio trabalha com agrega��o de tecnologia, mais linhas de transmiss�o com diversifica��o de fontes de energia, com �nfase para a energia solar captadas em geradores montados nos reservat�rios de usinas hidrel�tricas. “N�s estamos nos preparando fortemente para vencer os desafios de 2015 e poder entregar um modelo de um sistema el�trico, a partir de 2016, que seja mais barato, mais seguro e que tenha mais inova��o tecnol�gica”.
Braga destacou tamb�m que no in�cio do ano foi feita a reestrutura��o econ�mica do setor. “Agora, estamos com realismo tarif�rio trazendo um novo cen�rio”. Ele admitiu que isso tem um pre�o a ser mitigado pela sociedade e pela economia, mas completou que, por outro lado, representa a seguran�a de que o setor el�trico � capaz de fazer investimentos.