O diretor de Estat�stica e Apoio � Exporta��o do Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Herlon Brand�o, disse hoje que o super�vit da balan�a comercial em mar�o era um movimento sazonal esperado pelo governo, em fun��o do in�cio dos embarques da safra. De acordo com ele, os embarques de soja se intensificaram nas duas �ltimas semanas do m�s passado e contribu�ram para o super�vit de US$ 458 milh�es, o primeiro saldo positivo mensal do ano.
Como outras commodities (produtos b�sicos com cota��o internacional), a soja passa por fen�meno de queda de pre�os. Segundo dados do minist�rio, houve recuo de 21,2% nos pre�os do produto no primeiro trimestre deste ano em rela��o a igual per�odo de 2014. Al�m disso, a quantidade vendida caiu 27,7% no mesmo per�odo. Brand�o sustenta, no entanto, que a queda no volume vendido ocorre porque a base de compara��o � elevada, j� que o ano passado foi recorde para a soja. Segundo ele, os embarques do gr�o devem crescer nos pr�ximos meses.
Outras commodities em destaque na balan�a s�o o petr�leo bruto e o min�rio de ferro. No primeiro trimestre, os dois produtos tiveram queda de pre�o, respectivamente, de 49,8% e 50,7%. No entanto, as quantidades vendidas cresceram 87,8% para o primeiro e 10,5% para o segundo. Nesses casos, o volume negociado ajuda a compensar o recuo dos pre�os. O d�lar em alta tamb�m � um fator favor�vel, embora Brand�o destaque que as quantidades exportadas e importadas demoram a reagir �s varia��es do c�mbio.
Do lado das importa��es, houve queda de 18,5% na m�dia di�ria negociada em mar�o em rela��o ao mesmo m�s do ano passado. A diminui��o das compras do Brasil no exterior acabou sendo mais decisiva para o super�vit da balan�a comercial do que as vendas externas. Mesmo com bom desempenho de alguns produtos, no geral houve queda nas exporta��es de b�sicos e manufaturados, com crescimento apenas das vendas dos semimanufaturados. Para Herlon Brand�o, ainda n�o se pode atribuir o recuo do volume de importa��es ao d�lar mais alto.
“N�o � imediato esse efeito. As importa��es de bens de capital e mat�rias-primas est�o caindo h� algum tempo e tamb�m houve queda nos combust�veis.” No primeiro trimestre, as compras brasileiras de bens de capital e mat�ria-prima recuaram, respectivamente, 10,9% e 10%. Trata-se de bens usados como meios de produ��o e insumos para a ind�stria, que est� desaquecida. J� as compras brasileiras de combust�veis e lubrificantes recuaram 53,4% no primeiro trimestre deste ano em rela��o ao mesmo per�odo de 2014.
O Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior espera que a balan�a comercial feche o ano com super�vit, mas n�o projeta n�meros. Segundo estimativa divulgada pelo Banco Central na �ltima semana, o fechamento ser� positivo em US$ 4 bilh�es.