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Estado de Minas

Desemprego atinge 7,4 milh�es e vira alvo para terceiriza��o

Taxa de desocupa��o aumenta de 6,8% para 7,4% no trimestre de dezembro a fevereiro e � a maior desde maio de 2013. J� a renda real dos trabalhadores cresceu 1,1% no per�odo


postado em 10/04/2015 06:00 / atualizado em 10/04/2015 16:41

Técnica de laboratório, Milcra Prado exibe a carteira: demitida há uma semana, ela busca nova vaga (foto: Gladston Rodrigues/EM/D.A Press)
T�cnica de laborat�rio, Milcra Prado exibe a carteira: demitida h� uma semana, ela busca nova vaga (foto: Gladston Rodrigues/EM/D.A Press)
O mercado de trabalho brasileiro vive uma combina��o perversa: diante do ambiente recessivo da economia, as empresas come�aram a demitir e, ao mesmo tempo, mais gente voltou a procurar emprego. O resultado � o aumento da taxa de desocupa��o, que atingiu 7,4% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, contra 6,8% no trimestre anterior, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad) Cont�nua divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). � o maior patamar desde o per�odo de mar�o a maio de 2013.

Aparentemente uma constata��o positiva, o rendimento m�dio real dos trabalhadores s� cresceu 1,1% na compara��o com igual per�odo de 2014, chegando a R$ 1.817, por conta das demiss�es de trabalhadores tempor�rios, que geralmente ganham menos. “Pode estar ocorrendo perda de postos de pessoas de baixa renda. E essa popula��o saindo do mercado, faz a renda subir”, comentou o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

E no mesmo dia em que o IBGE apontou que o n�mero de desempregados no Brasil atingiu 7,4 milh�es de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro, o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, em visita a Belo Horizonte, afirmou que o pa�s est� em situa�a� de pleno emprego. “A crise n�o � econ�mica, mas, sim, pol�tica. O Brasil n�o est� quebrado, est� todo mundo viajando e indo a shoppings. Isso � pleno emprego”, afirmou.

Quando se trata de pleno emprego, a taxa de desocupa��o deveria ser de 3% a 4%, percentuais que se referem aos entrevistados, que no momento da pesquisa, est�o mudando de ocupa��o. O pleno emprego �  desemprego baixo e, geralmente, boa parte da popula��o est� ocupada. A taxa de 7,4%  n�o � de pleno emprego, e,  nesse caso,  h� gente procurando trabalho e  n�o est� conseguindo.

 

� o que est� ocorrendo com Aline Rodrigues, 24, e Sara Viana, 19. Ontem, elas ouviram pela terceira vez em 30 dias que n�o h� vagas dispon�vel para elas no sistema do Sine, na capital mineira. Desempregadas h� um m�s, as duas que tinham a carteira assinada como auxiliar de produ��o na ind�stria de reciclagem, dividem o aluguel de R$ 400 na regi�o da Pampulha e ainda n�o sabem como v�o quitar a despesa. Desde que foram dispensadas no m�s passado, elas vem tentando uma nova coloca��o, sem sucesso.

“A empresa onde eu trabalhava como copeira me dispensou na semana passada, mas j� estou procurando emprego. Tenho financiamento com a Caixa e n�o posso ficar esperando a oportunidade bater em minha porta”, diz Milcra Prado, 45 anos. Com o curr�culo impresso, ela j� distribuiu seus dados por v�rios laborat�rios da cidade onde procura um emprego como t�cnica de laborat�rio. “Pago R$ 538 de financiamento e ainda escola para minha filha. N�o posso ficar desempregada” , diz ela. Milcra considera que as oportunidades est�o sendo reduzidas e por isso ela est� disposta a se virar tamb�m como copeira.

TEMPOR�RIO De acordo com Cimar Azeredo, os n�meros mostram que a popula��o desocupada cresceu em ritmo maior do que a gera��o de postos de trabalho. O n�mero de essoas ocupadas, que s�o, agora, 92,3 milh�es, cerca de 400 mil pessoas a menos do que registrados no trimestre de setembro a novembro de 2014. “O aumento � sazonal, porque abrange o fim das contrata��es tempor�rias de trabalhadores que foram admitidos no fim do ano”, justificou, reconhecendo que, ao comparar com o mesmo per�odo de 2014, quando eram 7 milh�es de desempregados no pa�s, houve uma acelera��o do desemprego. “A desocupa��o segue acelerada”, disse.

Aval para terceirizar


Uma das apostas para melhorar o mercado de trabalho brasileiro est� no pol�mico projeto de lei da terceriza��o, aprovado na quarta-feira na C�mara dos Deputados. Criticada por membros do Partido dos Trabalhadores (PT) e algumas centrais sindicais, mas defendida por empres�rios, a proposta ainda n�o � de total conhecimento do ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias. Ontem, em BH, ele disse desconhecer o texto, mas acredita que � preciso uma regulamenta��o do setor. “N�o haver� uma precariza��o do trabalho, a solu��o � uma negocia��o que respeite os direitos dos trabalhadores”, disse.

A proposta, ainda a ser discutida em segundo turno pelo plen�rio na semana que vem para, ent�o, ser entregue ao Senado, permite que empresas contratem trabalhadores terceirizados para exercer qualquer fun��o. Atualmente esse tipo de contrata��o � permitida apenas para a chamada atividade-meio, e n�o atividade-fim da empresa. Ou seja, empresa de engenharia , por exemplo, pode terceirizar servi�os de limpeza e seguran�a (meio), mas n�o contratar engenheiros tercerizados.

Para o ministro, Manoel Dias, a lei deve ser justa com o trabalhador. “Ao ser justa, ela vai aumentar a formaliza��o no mercado de trabalho e, com isso , gerar mais empregos”, aposta, mas reconhece que para a atividade-fim a medida pode n�o ser boa. O presidente da Fiemg, Olavo Machado, tamb�m � a favor do projeto, porque, segundo ele, vai gerar mais postos de trabalho e qualificar os trabalhadores. “Para os empres�rios, haver� uma m�o de obra mais especializada. J� para os trabalhadores, haver� uma valoriza��o do trabalhador”, defende.

PRESIDENTE

Sobre o assunto, a presidente Dilma Rousseff afirmou, na manh� de ontem, que o governo acompanha com interesse a vota��o do projeto no Congresso. Em entrevista coletiva em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde entregou 500 apartamentos do programa Minha casa minha vida, Dilma disse que as empresas terceirizadas t�m de ter responsabilidades definidas.

“Acredito que h� algumas quest�es na terceiriza��o que precisam ser tratadas, desde que n�o comprometam o direito dos trabalhadores e nem desorganizem a vida dos trabalhadores. Temos de garantir que as empresas contratadas paguem os sal�rios e os impostos e que tenham uma responsabilidade solid�ria”, disse a presidente. (LE)


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