Estimativa para o algod�o, arroz e caf� s�o afetadas pelo clima, diz IBGE

Rio, 10 - Problemas clim�ticos provocaram redu��o nas estimativas de colheita de algod�o, arroz e caf� na passagem de fevereiro para mar�o, segundo o Levantamento Sistem�tico de Produ��o Agr�cola (LSPA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), nesta sexta-feira, 10. No caso do algod�o e do caf�, o obst�culo � a estiagem, enquanto os produtores de arroz enfrentaram atrasos por causa do excesso de chuvas na Regi�o Sul.

O plantio do algod�o foi conclu�do em mar�o, mas o calend�rio atrasado deve fazer com que a produtividade seja menor este ano. "Os produtores est�o bem atrasados na janela de plantio, ent�o n�o se sabe se haver� chuva suficiente para que a planta se desenvolva. Por isso, a expectativa de rendimento se reduziu um pouquinho", explicou o gerente da Coordena��o de Agropecu�ria do IBGE, Mauro Andreazzi.

Neste ano, a produ��o de algod�o deve somar 3,839 milh�es de toneladas, 10,5% menos do que em 2014. S� na passagem de fevereiro para mar�o a proje��o caiu 3,0%. Em Goi�s, terceiro maior produtor do Pa�s, o impacto da estiagem foi duro: a produ��o deve cair 48,0% em rela��o ao ano passado.

Pre�os

Al�m disso, o algod�o vinha enfrentando um per�odo de menor atratividade, em fun��o do pre�o baixo. Agora, com a recente eleva��o do d�lar, o algod�o brasileiro se torna mais competitivo, e o momento � bom para fechar contratos, frisou Andreazzi. "A tend�ncia para o ano que vem � que a safra seja melhor", disse.

No caso do caf�, al�m de 2015 ser um ano de baixa produ��o, o gr�o ainda sofre as consequ�ncias da estiagem severa do ano passado. "Muitas lavouras ficaram comprometidas em decorr�ncia de seu baixo desenvolvimento vegetativo e flora��o deficiente", afirmou o IBGE.

Outro ponto � que os pre�os pouco atrativos tamb�m t�m levado a uma redu��o intensa de �rea plantada. "Muitos produtores n�o conseguiram se manter nessa atividade por causa dos custos", explicou Andreazzi. Embora a cota��o tenha ganhado for�a nos �ltimos meses, o resultado para este ano deve ser de queda. A estimativa de produ��o do caf� ar�bica fechou mar�o em 1,880 milh�o de tonelada, 0,6% menor do que o projetado em fevereiro e 1,9% abaixo do colhido em 2014.

Quanto ao arroz, o problema foi o contr�rio: o excesso de chuvas. No Rio Grande do Sul, que det�m 68,5% da produ��o, a umidade elevada atrasou o plantio, j� que a terra estava com grande ac�mulo de �gua. "Isso afetou o rendimento. Al�m disso, o arroz precisa de luz para se desenvolver. A falta de luz pelo tempo encoberto tamb�m afeta", disse o gerente do IBGE.

No Rio Grande do Sul, a estimativa ficou 1,6% menor de um m�s para o outro, e o rendimento caiu 1,7%, para 7.483 kg/hectare. Em termos nacionais, a proje��o de mar�o ficou 1,7% menor do que em fevereiro, totalizando 12,261 milh�es de toneladas. Ainda assim, a produ��o supera a de 2014 em 0,9%, segundo o instituto.

Trigo

As inten��es de plantio de trigo seguem aumentando. Em mar�o, a produ��o estimada foi de 7,712 milh�es de toneladas, 2,6% acima do previsto em fevereiro. Se confirmado, o montante ser� 24,9% maior do que em 2014. "Se chegar a esses 7,7 milh�es de toneladas, ser� uma nova safra recorde. Mas ainda n�o atende o consumo interno, que � de 12,2 milh�es de toneladas", afirmou o gerente da Coordena��o de Agropecu�ria do IBGE, Mauro Andreazzi.

Apesar da estimativa otimista, Andreazzi ressaltou que o trigo ainda n�o est� sendo plantado, o que torna o dado apenas uma proje��o. "Ainda teremos muitas estimativas pela frente, isso pode se concretizar ou n�o", ponderou. Em termos absolutos, o Paran� deve se firmar como o maior produtor, com 4,045 milh�es de toneladas, alta de 8,7% em rela��o a 2014. A quantidade produzida tamb�m � 4,5% maior do que o previsto em fevereiro, a despeito da revis�o para baixo da �rea de plantio na passagem do m�s, para 1,350 milh�o de hectare (-0,5%).

Mas ser� o Rio Grande do Sul que puxar� a recupera��o neste ano. Depois de ficar pouco acima de 1,5 milh�o de tonelada no ano passado, a produ��o de trigo em solo ga�cho deve se aproximar de 3,0 milh�es de toneladas, alta de 73,4% em 2015. "O aumento � intenso porque, no ano passado, a safra de trigo quebrou forte no Rio Grande do Sul", explicou Andreazzi.