O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta ter�a-feira, no evento BBA Macro Vision - International Conference 2015, que os efeitos das medidas fiscais adotadas pelo governo no come�o do ano dever�o se materializar nos pr�ximos meses, de acordo com os prazos legais de cada uma delas. Ele citou que no primeiro bimestre as estat�sticas das contas p�blicas ainda n�o foram "sensibilizadas" por esse conjunto de a��es.
Tombini ressaltou que o governo est� "propondo e adotando amplo, profundo e consistente conjunto de medidas fiscais, que inclui conten��o de despesas correntes e parafiscais, elimina��o de subs�dios, realinhamento de tarifas p�blicas, bem como medidas de cunho mais estrutural". Segundo ele, esse conjunto de a��es busca assegurar uma trajet�ria favor�vel para a d�vida p�blica.
O presidente do BC reiterou que o fortalecimento da pol�tica fiscal, "por meio de um processo consistente e cr�vel de consolida��o de receitas e despesas, rigorosamente conduzido", facilita, ao longo do tempo, a converg�ncia da infla��o para o centro da meta. "Isto porque tanto a literatura quanto as melhores pr�ticas internacionais identificam que um desenho de pol�tica fiscal consistente e sustent�vel contribui para aumentar a pot�ncia da pol�tica monet�ria."
Balan�o de pagamentos
Tombini afirmou que � esperada uma contribui��o positiva do setor externo para a economia neste ano, especialmente com avan�o das vendas de produtos e servi�os do Brasil para o exterior. "A balan�a comercial deve voltar a apresentar super�vit, influenciada pelo aumento das exporta��es, a despeito da retra��o dos pre�os das commodities, e pela redu��o das importa��es, dado o menor dinamismo da atividade dom�stica", comentou.
O presidente do BC vislumbra um comportamento do balan�o de pagamentos "dentro do padr�o de normalidade neste e nos anos" � frente. "Ressaltando que o fato de a taxa de c�mbio situar-se em patamar mais depreciado do que o observado nos �ltimos anos milita favoravelmente para a redu��o do d�ficit em transa��es correntes", completou.
De acordo com Tombini, o Brasil apresenta um balan�o de pagamentos equilibrado, com a economia brasileira atraindo capitais estrangeiros em montante suficiente para financiar o resultado das transa��es correntes. "E estes capitais s�o representados, majoritariamente, pelo ingresso de investimento estrangeiro direto (IED). O IED, em 2014, superou os US$ 60 bilh�es, representando quase 70% do d�ficit em transa��es correntes observado no per�odo", apontou.
Na avalia��o do presidente do BC, o ingresso das demais modalidades de capitais manteve-se dentro da expectativa, destacando que a taxa de rolagem atingiu 153% no ano passado. "Para o ano em curso - 2015 - a perspectiva � de redu��o do d�ficit em transa��es correntes. O ingresso de capitais estrangeiros deve se manter em linha com o observado em anos anteriores, e o investimento estrangeiro direto dever� responder majoritariamente pelo financiamento das transa��es correntes"
Infla��o
No discurso feito no evento Tombini enfatizou em algumas ocasi�es que o BC continuar� trabalhando para que a infla��o convirja � meta de 4,5% no �ltimo m�s do pr�ximo ano. "Faz-se necess�rio manter a pol�tica monet�ria vigilante. S� assim vamos ancorar expectativas e assegurar a converg�ncia da infla��o para dezembro de 2016. H� compromisso firme da pol�tica monet�ria com a converg�ncia da infla��o para dezembro de 2016", disse.
PIB revisado
Para Tombini, os indicadores do Produto de Interno Bruto (PIB) revisados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�sticas (IBGE) mostram um quadro de maior avan�o desde 2011. "Indicadores revisados do IBGE mostram quadro de maior avan�o desde 2011."
Ainda de acordo com o presidente do BC, 2015 passa por ajustes necess�rios e ser� um ano de transi��o. � dentro dessa transi��o que ele avalia que o n�vel de confian�a dos empres�rios est� baixo e que a expectativa � de retra��o da ind�stria e distens�o do mercado de trabalho.