A diretora gerente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Christine Lagarde, avalia que o risco sist�mico decorrente do aumento da alavancagem e do endividamento das empresas brasileiras em d�lar, da queda de receitas com exporta��es de commodities e do r�pido crescimento do cr�dito criam riscos para a estabilidade financeira do Brasil e outros emergentes, como Argentina e Nig�ria, de acordo com a agenda de pol�tica econ�mica da dirigente divulgada nesta quinta-feira.
Lagarde recomenda que o Brasil implemente reformas na educa��o e no mercado de trabalho para estimular a competitividade e aumentar a produtividade. A diretora-gerente do FMI menciona o Brasil ainda para falar do fraco crescimento do Pa�s, que caiu abaixo da expectativa, e tamb�m cita a R�ssia. Os dois mercados, ali�s, devem ter o pior desempenho entre os principais pa�ses emergentes em 2015, com a economia brasileira contraindo 1% e a russa encolhendo 3,8%, ante expans�o de 3,5% prevista para o Produto Interno Bruto (PIB) global.
"O crescimento global continua a ser desigual e as perspectivas de um novo desempenho med�ocre persistem", afirma Lagarde. A recupera��o nos Estados Unidos, Reino Unido e �ndia ganham impulso, enquanto piora em outros mercados importantes, como o Brasil e a R�ssia.
Lagarde faz algumas recomenda��es para os governos dos pa�ses membros do FMI. Uma delas � que a pol�tica monet�ria acomodat�cia seja mantida em alguns pa�ses, como os da zona do euro, al�m de uma pol�tica fiscal favor�vel ao crescimento. A dirigente refor�a ainda a necessidade de reformas estruturais e mais investimento em infraestrutura em diversos pa�ses. "Resolver problemas estruturais precisa se tornar uma prioridade muito mais alta."
Al�m disso, Lagarde afirma que � essencial que os governos assegurem a estabilidade financeira, acompanhando mais de perto o endividamento das empresas e estimulando o investimento, ao inv�s da tomada de risco no mercado financeiro.
"A proximidade do aumento da taxa de juros dos EUA e grandes varia��es cambiais exigem pol�ticas pr�-ativas para gerenciar riscos e crescente alavancagem, principalmente por empresas de mercados emergentes", afirma Lagarde. "Os mercados emergentes devem se proteger contra ventos contr�rios e fortalecer a estabilidade", afirma a dirigente. Para isso, precisam resolver problemas estruturais e refor�ar o arcabou�o de pol�ticas macroecon�micas. Ela ressalta ainda que eles precisam resolver a vulnerabilidade externa.
"A maior prioridade � prevenir um 'novo crescimento med�ocre'", afirma Lagarde. "A recupera��o global fr�gil enfrenta riscos elevados de deteriora��o", ressalta. "A queda acentuada dos pre�os do petr�leo e grandes movimentos da taxa de c�mbio criam novos desafios e oportunidades", afirma Lagarde, ressaltando que o crescimento e assessoria de pol�tica econ�mica s�o cada vez mais espec�ficas de cada pa�s.
Os riscos para a economia mundial persistem. O petr�leo, por um lado, pode representar um est�mulo para o crescimento maior que o esperado. Por outro, h� a preocupa��o de que os pre�os voltem a subir r�pido, criando mais instabilidades. A dirigente cita ainda o risco de que uma valoriza��o duradoura do d�lar leve a uma recupera��o desequilibrada da economia global. "Os pa�ses emergentes est�o mais expostos a uma aprecia��o acentuada do d�lar e correm o risco de uma revers�o dos fluxo de capital."
A diretora do FMI ressalta ainda que a volatilidade aumentou nos �ltimos meses no mercado financeiro internacional. Eventuais surpresas no processo de normaliza��o da pol�tica monet�ria dos EUA podem desencadear turbul�ncia no mercado financeiro, ressalta Lagarde. Ela menciona ainda o risco da piora de tens�es geopol�ticas.