Para o professor de economia do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) do Rio de Janeiro, Alexandre Esp�rito Santo, a divulga��o hoje do balan�o auditado da Petrobras de 2014 � importante porque reconhece todas as perdas decorrentes de fatores como a desvaloriza��o de ativos, conhecida como impairment, no montante de R$ 44,6 bilh�es, e a Opera��o Lava Jato (R$ 6,2 bilh�es). O total do preju�zo apurado alcan�ou R$ 21,6 bilh�es.
“� bastante positivo”, disse Esp�rito Santo, acrescentando que os n�meros, apesar de fortes, s�o vistos como um bom sinal. “Porque era exatamente isso que todos estavam esperando: doa a quem doer, coloque o resultado que tem que vir”. Segundo ele, o preju�zo � algo impens�vel para uma empresa desse porte. Para o economista, a Petrobras nunca experimentou um preju�zo dessa monta.
Esp�rito Santo avalia que a divulga��o do balan�o, que sofreu v�rios adiamentos, pode sinalizar para uma retomada da credibilidade da estatal junto ao mercado e a seus acionistas brasileiros e internacionais. “Eu acho que sim. A �nica coisa que o mercado n�o gosta, em nenhum momento, � de incerteza e inseguran�a. Mesmo com n�meros muito ruins, se est�o sendo apresentados da maneira adequada, voc� vira a p�gina”.
Ele ponderou, por�m, que a estatal vai levar muito tempo para se refazer desse preju�zo. “Ela vai demandar entre tr�s e quatro anos para que resgate tudo isso que aconteceu, inclusive as falcatruas associadas que a Opera��o Lava Jato est� mostrando”, disse. O economista concluiu que, embora a divulga��o do balan�o seja positiva, a empresa dever� sofrer ainda no curto prazo “eventuais novos poss�veis problemas”, como os do Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro (Comperj).