Bras�lia, 23 - O conselho diretor da Caixa ainda n�o aprovou o limite de financiamento de R$ 2 bilh�es para a Petrobras, apurou a Ag�ncia Estado. Na sexta-feira, 17, a petroleira informou ao mercado ter obtido da Caixa, Banco do Brasil e Bradesco limites de financiamento que somam R$ 9,5 bilh�es. Os recursos resolvem, segundo a Petrobras, as necessidades de caixa deste ano.
No fato relevante enviado � Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM), a Petrobras se limitou a comunicar que aprovou o contrato de "limite de financiamento pr�-aprovado" com a Caixa no valor de R$ 2 bilh�es. A not�cia, publicada ap�s o fechamento do preg�o da Bolsa de Valores, surpreendeu o mercado. A divulga��o ocorreu �s v�speras da divulga��o do balan�o de 2014, que era motivo de d�vida no mercado sobre a situa��o financeira da empresa.
A aprova��o do limite de financiamento da Caixa, opera��o que servir� como "reserva", segundo a Petrobr�s, ainda precisa do aval do conselho que re�ne vice-presidentes e a presidente da Caixa, Miriam Belchior. O �rg�o se reuniu ontem mas a opera��o n�o entrou na pauta. Segundo uma fonte a par das negocia��es, causou estranheza a Petrobr�s ter divulgado a opera��o como certa sem que houvesse o "ok" do conselho diretor, respons�vel pela aprova��o do limite com prazo de cinco anos.
A reportagem apurou que a pol�tica de cr�dito da Caixa exige a aprova��o do conselho diretor, mesmo se tratando de um limite de financiamento pr�-aprovado, "standby" no jarg�o de cr�dito. Havia risco de a Petrobr�s chegar ao fim do ano com o caixa no limite m�nimo de US$ 10 bilh�es, como previu a companhia, antes de concretizar as opera��es de cr�dito.
A Caixa, por meio de sua assessoria, confirmou que os tr�mites ainda n�o foram conclu�dos. "A pr�-aprova��o passou por uma inst�ncia t�cnica da Caixa e ainda seguir� para aprova��o dos comit�s do banco", informou, em nota.
No Banco do Brasil, a Petrobras conseguiu R$ 4,5 bilh�es. Do BB vieram o atual presidente da petroleira, Aldemir Bendine, e o diretor financeiro, Ivan Monteiro. A opera��o vinha sendo negociada desde outubro de 2014 e passou por 11 comit�s. O BB disse que a opera��o atende a "todos os requisitos da pol�tica de cr�dito do banco e est� adequada aos limites definidos para a empresa e para o setor".
Do Bradesco, a Petrobras conseguiu outra "reserva", de R$ 3 bilh�es, tamb�m com prazo de cinco anos. Procurado, o banco n�o comentou a opera��o. A Petrobras tamb�m fechou uma opera��o financeira com o brit�nico Standard Chartered no valor de US$ 3 bilh�es.
Prud�ncia
Para o analista de bancos da Austin Rating Luis Miguel Santacreu, os bancos deveriam ter optado pela prud�ncia e esperado a divulga��o do balan�o, que j� estava marcado para ontem, antes de tornar p�blica a concess�o de cr�dito.
"A despeito do balan�o, as institui��es financeiras puderam, com base em informa��es gerenciais da Petrobr�s que obtiveram, ainda que n�o auditadas, ter condi��es de fazer uma avalia��o que consideraram suficiente e conceder esse cr�dito", afirmou.
Ele disse que o melhor seria esperar pelos dados completos da companhia. "O ideal seria olhar o balan�o para poder aprovar um cr�dito desse tamanho. Isso mostra ou a confian�a que a Petrobr�s tem ou a urg�ncia da estatal para, ao publicar o balan�o, mostrar uma estrutura de d�vida que j� contava com esses empr�stimos."
Para ele, a informa��o do cr�dito pode ter sido estrat�gia para dar uma "acalmada" para compensar as informa��es do balan�o. "Alguma coisa h� para justificar esse empr�stimo a um dia �til do balan�o."
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.