Marinella Castro

Segundo as distribuidoras de combust�veis, os problemas na capital s�o pontuais e ser�o resolvidos. J� o sindicato dos postos de gasolina confirmou a reclama��o dos pontos de venda.
“T�m ocorrido algumas reclama��es de revendedores que n�o est�o recebendo todo o etanol pedido. Isso nos preocupa, pois, na maioria dos postos, o etanol est� com pre�o vantajoso em compara��o com a gasolina e as vendas aumentaram muito”, apontou Carlos Guimar�es Junior, presidente do Minaspetro (Sindicato do Com�rcio Varejista dos Derivados de Petr�leo).
Em um posto da regi�o Leste da cidade, os clientes s� conseguiram abastecer com gasolina e diesel pelo menos tr�s dias nesta semana. “Est�o entregando muito pouco. � chegar e acabar”, queixou-se um funcion�rio. Em pelo menos outros dois postos, os respons�veis afirmaram que j� houve falta do produto por um per�odo do dia, exatamente porque o volume recebido n�o foi suficiente para atender � demanda.
Propriet�rios de estabelecimentos nas regi�es Centro-Sul e Leste da cidade apontaram que n�o est�o conseguindo receber o volume encomendado �s distribuidoras e, por isso, est�o tentando fazer estoques. “Quando fechamos o pedido e n�o conseguimos receber toda a quantidade encomendada, a justificativa que encontramos no site do distribuidor � que existe um problema de log�stica. Estou fazendo estoque para o produto n�o faltar em meu posto”, comentou um empres�rio da regi�o Sul de Belo Horizonte. “Disseram-nos que o problema � a falta de tanques para transportar o etanol”, apontou o respons�vel por um ponto de venda na regi�o Leste.
MAIS QUE O DOBRO Em abril, o consumo de etanol deve atingir 130 milh�es de litros em Minas, mais que o dobro de 2014, quando foram consumidos em m�dia 60 milh�es de litros/m�s.
O Sindicato da Fabrica��o do A��car e do �lcool de Minas Gerais (Siamig) afirma que tanto a entrega em quantidade menor que o pedido feito quanto eventual falta do produto n�o t�m rela��o com a produ��o. “Terminamos a entressafra (passagem de mar�o para abril) com o maior estoque da hist�ria, mais de 2 bilh�es de litros de etanol”, aponta Mario Campos, presidente da entidade. Segundo o executivo, tanto os pontos de venda quanto as distribuidoras j� deveriam estar preparados para o aumento da demanda, revertendo bombas e tanques para comportar o etanol. “A redu��o do ICMS de 19% para 14% passou a valer em mar�o, mas a medida foi publicada em dezembro”, apontou.
Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combust�veis (Sindicom) afirmou que os problemas na entrega do produto s�o pontuais e est�o sendo resolvidos e afirmou que n�o h� risco de desabastecimento, mesmo com o crescimento do consumo. “O Sindicom esclarece que o mercado est� em um momento de in�cio de safra e os estoques est�o sendo recompostos. A mudan�a tribut�ria ocorrida recentemente deixou o etanol ainda mais atrativo, acarretando maior procura pelo produto.” O Sindicato refor�a, no entanto, em nota, que as dificuldades apresentadas s�o “problemas pontuais, j� identificados, e que o mercado como um todo segue abastecido”.
A safra da cana-de a��car come�ou abril com perspectivas tamb�m de recorde hist�rico no pa�s e em Minas, onde devem ser produzidos 3 bilh�es de litros de etanol, crescimento de 11% frente ao ano anterior. Em Minas Gerais, a rela��o de pre�o entre o �lcool e a gasolina � 67% e, em Belo Horizonte, 68%, mas h� postos na capital onde a propor��o entre etanol e gasolina j� chega a 64%. Uma conta f�cil ajuda o consumir a decidir qual combust�vel usar: se diferen�a entre o pre�o do etanol dividido pelo da gasolina for inferior a 0,70 a escolha pelo derivado da cana-de-a��car compensa.
Segundo levantamento da Ag�ncia Nacional do Petr�leo (ANP), o pre�o m�dio do etanol � de R$ 2,26 em Belo Horizonte e
R$ 2,28 em Minas. J� a gasolina custa em m�dia R$ 3,31 na capital e R$ 3,38 no estado.
