A produ��o industrial caiu 0,8% em mar�o ap�s tamb�m apresentar queda em fevereiro, divulgou na manh� desta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). � o recuo mais intenso para o m�s de mar�o desde 2006, quando a baixa foi de 1,3%.
Em rela��o a mar�o de 2014, a produ��o caiu 3,5%, 13ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de compara��o. Nesta base, a perda � a mais intensa para o m�s desde 2012 (-4,5%). J� no primeiro trimestre do ano, a produ��o da ind�stria acumulou queda de 5,9% em rela��o a igual per�odo de 2014. Em 12 meses at� mar�o, o IBGE informou que a produ��o recuou 4,7%, a maior nesse tipo de compara��o desde janeiro de 2010, que foi de 4,8%.
O setor que mais contribuiu para o resultado negativo da ind�stria foi o de ve�culos automotores, com queda de 4,2% at� mar�o, e de 19,4% nos �ltimos seis meses. "O setor de ve�culos aparece sempre como impacto negativo mais importante para toda a ind�stria, pois j� vem h� algum tempo trabalhando com estoques acima do habitual, concedendo f�rias coletivas. H� ainda dispensa de trabalhadores e diminui��o da jornada de trabalho", explicou Andr� Macedo, gerente da Coordena��o de Ind�stria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
O quadro negativo n�o atinge apenas uma parcela dos produtos que fazem parte da ind�stria de ve�culos, pelo contr�rio. No acumulado do ano, 92% dos itens registram queda na produ��o. "Ela (atividade de ve�culos) traz a reboque uma s�rie de outras atividades, e talvez seja essa a explica��o para ela estar sempre na ponta (de impactos). O que observamos no �ltimo ano e no in�cio de 2015 � que a ind�stria recua calcada neste setor de ve�culos automotores, n�o s� devido a um produto, os autom�veis, mas diversos itens dentro da atividade", afirmou Macedo.
Segundo o gerente, a desacelera��o atinge desde os autom�veis e caminh�es at� o setor de autope�as. Al�m disso, outras atividades acabam sendo impactadas pelo comportamento negativo de ve�culos, como produ��o de borracha e material pl�stico, metalurgia e produtos de metal. Todos apresentam queda no acumulado deste ano. "Eles acompanham esse movimento", finalizou Macedo.
Em Minas, a retra��o das vendas de ve�culos for�ou a Fiat Autom�veis a parar novamente parte da produ��o da f�brica de Betim. Pela quarta vez neste ano, a empresa conceder� f�rias coletivas, agora de 20 dias a partir da pr�xima segunda-feira. A f�brica come�ou o ano com a paralisa��o tradicional em raz�o das festas de Natal e ano-novo, recorreu � parada t�cnica de tr�s dias em mar�o e dispensou por 20 dias em abril um contingente de 2 mil empregados.
Do lado positivo, as maiores contribui��es vieram da alta de 2,1% na produ��o de alimentos e do avan�o de 26,8% na atividade de produtos de fumo.
Trajet�ria de queda
A baixa confian�a e a desacelera��o da demanda dom�stica continuam a pressionar os resultados da ind�stria, que mostra comportamento predominantemente negativo desde setembro de 2014, afirmou Andr�. Neste per�odo, a produ��o acumula perda de 5,1%.
"Desde setembro de 2014, a trajet�ria � muito clara em termos de redu��o da produ��o da ind�stria. Em alguns momentos h� aumento da velocidade de queda, em outros isso diminui, mas � uma trajet�ria muito marcada", afirmou Macedo.
Entre as categorias, os bens de capital s�o os que tiveram a maior perda de setembro para c� (13,8%), seguidos por bens de consumo dur�veis (-13,3%), bens de consumo semi e n�o dur�veis (-5,8%) e bens intermedi�rios (-2,8%).
"Todos aqueles fatores que a gente vem elencando permanecem, desde o baixo n�vel de confian�a do empres�rio, do consumidor, e tamb�m diretamente relacionados � evolu��o mais lenta da demanda dom�stica, passando pelo cen�rio adverso do mercado internacional. Esses fatores afetam m�s a m�s o resultado da produ��o industrial", explicou Macedo.
Com esse desempenho, a ind�stria operava em mar�o 11,2% abaixo do pico hist�rico de produ��o, atingido em junho de 2013. (Com Ag�ncia Estado)
