O indicador fechou abril com alta de 0,65% em BH e de 0,71% no pa�s. Embora os resultados sejam inferiores aos de mar�o (1,48% na capital mineira e 1,32% no Brasil), avan�aram, respectivamente, 4,36% e 4,56% na soma dos quatro meses de 2015. Para se ter uma ideia, os percentuais s�o bem maiores do que os apurados em igual compara��o de 2014: 2,95% em BH e 2,86% no Brasil.
Os n�meros preocupam a equipe econ�mica do governo. N�o � para menos: a infla��o no acumulado dos �ltimos 12 meses no pa�s est� em 8,17%, a mais alta para um per�odo de 12 meses desde dezembro de 2003 (9,3%). O IPCA nesse acumulado voltou a ultrapassar o teto da meta da infla��o (6,5%) estipulado pelo governo para todo o ano de 2015 – o centro da meta � de 4,5%, com toler�ncia de dois pontos percentuais para cima.
“O resultado de abril refletiu a descompress�o do grupo habita��o, tendo em vista o esgotamento do impacto causado pelo reajuste do pre�o da energia el�trica, que passou a valer em 2 de mar�o. Ainda assim, a energia el�trica dever� ser um vetor de press�o inflacion�ria ao longo de 2015, diante da necessidade de reequilibrar a defasagem de pre�o gerada em anos anteriores e de conter a demanda. Para 2015, a proje��o para o IPCA � de 8,10%”, avaliou Fl�vio Combat, economista da Conc�rdia.
O vil�o da infla��o em BH em abril foi o grupo artigos de resid�ncia (1,55%), seguido pelo de sa�de e cuidados pessoais (1,28%). Danuza, que precisou de outro emprego para pagar as contas, diz que o plano de sa�de de seu filho subiu de R$ 70 para R$ 90 – alta de 28,5%. J� o total das compras que ela costuma fazer no supermercado disparou 60%. “Lembro que em dezembro paguei R$ 500. Agora est� em torno de R$ 800”.

O avan�o dos pre�os nas prateleiras obrigou muita gente a alterar o padr�o de vida. O aposentado Vicente de P aula Nunes, de 67, desistiu da viagem que faria em outubro pr�ximo a Aparecida (SP). Devoto de Nossa Senhora, ele � pai de 10 filhos: “Muita boca para sustentar”. “Gra�as a Deus”, continua ele, “n�o preciso comprar esses rem�dios para controlar a press�o, pois n�o teria essa quantia”. O medicamento � fornecido pelo poder p�blico.
Dona Maria Gon�alves, de 63, cortou parte do gasto mensal que deixava no a�ougue: “Costumava comprar 15 quilos de carne de boi e quatro frangos congelados. Neste ano, como tudo ficou bem mais caro, passei a comprar cinco quilos de boi e dois frangos”. A infla��o do grupo alimenta��o e bebidas em BH acumula alta de 4,27% no ano. O tomate foi o alimento com maior alta no Brasil em abril (17,9%). No acumulado do ano, o pre�o saltou 48,5%.
A coordenadora de �ndices de Pre�os do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, optou por destacar, em entrevista concedida � imprensa no Rio de Janeiro, a desacelera��o da infla��o em abril, ainda que a taxa de 0,71% n�o possa ser considerada baixa. “A taxa de abril foi a primeira do ano que ficou abaixo de 1%. Houve desacelera��o da infla��o em abril, mas ela se sustentou na casa dos 8% no resultado acumulado em 12 meses. O primeiro trimestre do ano foi marcado por uma alta mais expressiva de pre�os monitorados, como energia el�trica, tarifa de �nibus e combust�veis. Mas essa influ�ncia permanece em abril, ainda que em intensidade menor”, disse Eulina.
Em maio, especialistas avaliam que o indicador ter� nova desacelera��o. Contudo, alertam que o IPCA no acumulado do ano vai ultrapassar o teto da meta. “Para maio, projetamos um IPCA de a,45%. A desacelera��o leva em conta a perspectiva de redu��o, no curto prazo, da press�o exercida pelo reajuste da energia el�trica que passou a vigorar em mar�o”, destaca o economista da Conc�rdia. (com ag�ncia)
Pre�o sobe no setor de servi�os
A infla��o de servi�os acelerou a 0,72% em abril, de acordo com o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Em mar�o, o indicador havia subido 0,58%. O movimento seguiu na contram�o da infla��o geral, que perdeu for�a diante da alta menor da energia el�trica. Mesmo assim, em 12 meses, a infla��o de servi�os ficou em 8,32%, acima do IPCA.
“Os servi�os s�o itens que v�m pressionando desde muito tempo a infla��o. Mas particularmente este ano o IPCA de servi�os est� abaixo dos pre�os monitorados!”, comentou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de �ndices de Pre�os do IBGE. Os pre�os monitorados subiram 0,78% em abril, menos do que o avan�o de 3,37% registrado em mar�o. Em 12 meses, contudo, o aumento acumulado � de 13,39%.
“O n�mero era esperado e n�o foi nenhuma novidade, mas o quadro segue muito complicado para o pr�ximos meses”, avalia Alessandra Ribeiro, da Tend�ncias Consultoria ao comentar a desacelera��o do IPCA em abril. O risco, segundo ela, � a “in�rcia inflacion�ria” carregar o �ndice acima de 8% at� 2016. “No setor de servi�os, o choque de pre�os administrados, como luz, est� sendo repassado para o pre�o final e, � uma coisa dif�cil de dizer, mas o mercado de trabalho ainda n�o sofreu o suficiente.”
O diagn�stico de Alessandra vai ao encontro das proje��es do IBGE. De acordo com a pesquisadora do instituto, em junho a infla��o voltar� a ser pressionada pelas tarifas de enegia. O motorista Alessandro Costa Pires sentiu no bolso os reajustes. Ele reclama que consome menos energia e paga mais. “Somos duas pessoas em casa. H� um ano pag�vamos cerca de R$ 55. Hoje s�o R$ 63, mas o banho � r�pido e tiramos todos os eletrodom�sticos da tomada, som, tv, computador. S� a geladeira fica ligada”, revelou

