S�o Paulo, 14 - De janeiro a abril, o governo reduziu em 3,1% as suas despesas. A economia, por�m, foi feita basicamente ceifando investimentos. A despesas correntes - que s�o aquelas que sustentam a m�quina p�blica - continuaram a crescer. Tiveram alta de 4%. Quando se olha o que mais pressionou os gastos, um detalhe chama a aten��o: a equipe econ�mica foi obrigada a gastar mais - quando tinha de poupar - para poder sanar contas herdadas da gest�o anterior.
Levantamento realizado pelo economista Mansueto Almeida, especialista em contas p�blicas, mostra que na lista das cinco despesas que mais cresceram, de janeiro a abril, todas foram sobrecarregadas com acertos de pend�ncias. "Al�m de se preocupar em ajustar o ano, � preciso colocar em dia o que ficou de heran�a", diz Almeida. O c�lculo n�o inclui as despesas com Previd�ncia, que s�o fixas e distorcem a an�lise.
A conta adicional desse conjunto de despesas foi de R$ 12,7 bilh�es. As chamadas "indeniza��es e restitui��es" cresceram impressionantes 221%, gerando um adicional de R$ 2,5 bilh�es. Entre elas estavam transfer�ncias atrasadas do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS). As "despesas de exerc�cios anteriores" mais que dobraram - alta de 105,7%. Entre os R$ 3,1 bilh�es adicionais, o destaque eram pend�ncias com fornecedores na �rea da sa�de. Al�m disso, R$ 1,4 bilh�o (alta de 59%) inclu�am pend�ncias com bolsas de estudos, entra elas as do programa Ci�ncia Sem Fronteiras, que mant�m universit�rios brasileiros no exterior. Cerca de R$ 3,7 bilh�es (alta de 65%) cobriram compensa��es � Previd�ncia. Nesta conta est�o as despesas com a desonera��o da folha de pagamento, que a Fazenda tenta extinguir.
O que mais chamou a aten��o do economista foi o R$ 1,95 bilh�o desembolsado para cobrir o Programa de Sustenta��o do Investimento (PSI) junto ao BNDES. Os recursos cobrem o subs�dio que o Tesouro garantiu para que o banco pudesse emprestar a juros menores que os do mercado. A quantia � 19% superior a soma de todos os pagamentos feitos de 2011 at� mar�o deste ano - que totalizaram R$ 1,6 bilh�o. O BNDES tem mais de R$ 26 bilh�es em cr�ditos junto ao Tesouro. O governo reconhece R$ 8,8 bilh�es, pois uma medida provis�ria permite a posterga��o do restante.
Para Almeida, duas raz�es podem ter levado a esse o pagamento em um momento nada apropriado de ajuste. "Uma raz�o � merit�ria: o governo finalmente reconheceu que precisa solucionar este problema", diz. "A outra raz�o � que as pedaladas fiscais foram a julgamento no TCU - voc� n�o pode condenar um gestor por algo feito no mandato anterior, mas pode conden�-lo se a ilegalidade for mantida. Ao que parece, querem sinalizar que n�o v�o manter esta pedalada." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.