(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Com crise nas usinas, Usiminas desliga altos-fornos e VSB d� f�rias coletivas

Retra��o afeta cidades no Vale do A�o. Em Jeceaba, siderurgia fabricante de tubos de a�o praticamente vai parar


postado em 20/05/2015 06:00 / atualizado em 20/05/2015 16:55

Siderurgia de Ipatinga abafa equipamento para reduzir produção de ferro-gusa, primeira etapa na produção de aço, com queda na demanda(foto: Marcelo Coelho/Divulgação)
Siderurgia de Ipatinga abafa equipamento para reduzir produ��o de ferro-gusa, primeira etapa na produ��o de a�o, com queda na demanda (foto: Marcelo Coelho/Divulga��o)

Cidades mineiras onde a economia � dependente do desempenho da ind�stria mineradora e da siderurgia, est�o sentindo a queda das encomendas internacionais em setores chaves, como com�rcio, servi�os e constru��o civil. Em Ipatinga, no Vale do A�o, onde a Usiminas vai abafar um alto-forno e come�ar a reduzir a produ��o de ferro-gusa a partir de junho, foram fechadas 751 vagas de emprego em setores variados em 2015. Em Jeceaba, o Sindicato dos Metal�rgicos de Ouro Branco, Congonhas, Jeceaba e Base firmou acordo para suspens�o de contrato de trabalho na siderurgica VSB, fabricante de tubos de a�o que praticamente vai parar. Segundo o sindicato o acordo com empresa, come�a a entrar em vigor em junho e vai garantir a estabilidade do emprego a 1.400 trabalhadores, por 11 meses.

Segundo Carlos Jos� Cavalcanti, diretor do sindicato, a partir de junho os trabalhadores entram em f�rias coletivas pelo per�odo de cinco meses, quando v�o fazer curso de capacita��o, com dura��o de quatro horas di�rias, sem redu��o de sal�rios. “No retorno haver� estabilidade por mais seis meses. Nesse momento de crise, nossa maior preocupa��o � evitar demiss�es”, diz Cavalcanti. Como o pre�o dos produtos tamb�m foram reduzidos, a crise � sentida por todos os lados. “A arrecada��o com tributos do poder p�blico fica menor. De dezembro do ano passado a mar�o foram 507 demiss�es no setor metal�rgico”, ressalta.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Minist�rio do Trabalho (Caged/MTE), mostram que em Ipatinga o desemprego � mais forte na constru��o civil e com�rcio local. Em 31 de maio e 4 de junho, a Usiminas anunciou que vai desligar dois de seus cinco altos-fornos, sendo um em Cubat�o e outro em Ipatinga, reduzindo a produ��o de ferro-gusa em 120 mil toneladas mensais, e o receio � que a redu��o da atividade repercuta no emprego.

Procurada pela reportagem a companhia n�o comentou o impacto da redu��o do ritmo da produ��o nos postos de trabalho. Segundo o Sindicato dos Metal�rgicos de Ipatinga e Regi�o (Sindipa), as despensas tem ocorrido de forma gradual e n�o constituem demiss�o em massa, contr�rio do que ocorreu na Usiminas Mec�nica, que cortou 112 trabalhadores entre 4 de dezembro e 11 de maio. “Notificamos a Usiminas para uma reuni�o, porque precisamos esclarecer pontos do fato relevante divulgado. Consideramos que a quantidade anunciada, de menos120 mil toneladas ao m�s � grande demais e queremos ter garantias da manuten��o do emprego”, diz Geraldo Magela Duarte, diretor do Sindicato.

Em Ipatinga, a hotelaria � um dos setores mais afetados pelo desaquecimento da demanda por produtos sider�rgicos. A retra��o dos neg�cios, um problema enfrentado por toda a ind�stria sider�rgica brasileira, chega aos fornecedores de mat�rias-primas e insumos e aos prestadores de servi�os, reduzindo a ocupa��o dos hot�is. Nos �ltimos tr�s anos, a crise levou ao fechamento de 12 empreendimentos em Ipatinga, Tim�teo e Coronel Fabriciano, de acordo com o sindicato local das empresas.

Para tentar reverter a baixa dos neg�cios estimada em 40%, de acordo com o presidente do sindicato patronal – que envolve tamb�m os bares e restaurantes –, Benedito Pac�fico da Rocha, os empreendedores da hotelaria buscam novos clientes oferecendo servi�os de sal�o de festas, buf� e restaurantes. “O desaquecimento do mercado de a�o afeta o turismo de neg�cios na nossa regi�o, mas acreditamos que o segundo semestre ser� melhor”, afirma. As empresas veem perspectiva de amplia��o do setor de servi�os com o crescimento da educa��o superior no Vale do A�o. S�o pelo menos quatro grandes universidades instaladas nas cidades-polo e mais de 20 mil alunos. Representantes de entidades empresariais de Ipatinga j� se reuniram com o presidente da Usiminas, R�mel Erwin de Souza, para discutir o impacto da crise.

Congonhas Em Congonhas, onde atuam ind�strias extrativas, como Vale e Companhia Sider�rgica Nacional (CSN), o saldo de empregos do ano � negativo. De janeiro a mar�o a queda � 0,28% segundo dados do Caged. Em mar�o, a avaria��o do mercado de trabalho formal ficou negativa em -0,86%, com o saldo de 110 vagas fechadas.

Dono da Agricol, Wilson Dutra diz que movimento caiu 40% com redução nas mineradoras Vale e CSN(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press - 29/07/2009 )
Dono da Agricol, Wilson Dutra diz que movimento caiu 40% com redu��o nas mineradoras Vale e CSN (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press - 29/07/2009 )
Wilson Oliveira Dutra h� 39 anos est� � frente da Agricol, empresa especializada em insumos a ind�stria mineradora, em Congonhas. A empresa fornece insumos como equipamentos de prote��o individual, m�quinas, ferramentas tanto para a ind�stria quanto para as empresas terceirizadas, prestadoras de servi�os. “O movimento caiu demais, perto de 40%”, calcula Dutra. Ele diz que apesar do otimismo quanto a retomada da economia mundial em 2015 n�o h� perspectivas de recupera��o r�pida e os resultados do ano devem encolher na ordem de 30%. Para driblar a crise ele est� investindo em promo��es.

Empregos sentem impacto

Em Itabira, outra cidade mineira afetada pela crise no setor m�nero-sider�rgico, a preocupa��o dos fornecedores e prestadores de servi�os locais com a retra��o dos pre�os do min�rio de ferro, carro-chefe da ind�stria mineral no estado, faz todo o sentido. Em abril a mineradora Vale informou que estuda reduzir o ritmo da produ��o das minas com custos mais altos e menos eficientes em Minas Gerais. O que a empresa busca neste momento de cota��es em baixa e redu��o do crescimento da economia mundial, em especial da China, maior consumidor do mundo, � a otimiza��o da produ��o, como destacou o presidente da companhia, Murilo Ferreira, durante a divulga��o dos resultados do primeiro trimestre do ano.

A situa��o em Itabira e outras cidades mineiras se repete por todo o pa�s. Em mar�o de 2015, o total de assalariados na ind�stria caiu 0,6% frente ao m�s anterior. Na compara��o trimestral, o emprego na ind�stria apontou retra��o de 0,7% no per�odo de janeiro a mar�o de 2015, nona taxa negativa nessa compara��o. No confronto com igual m�s do ano anterior, o emprego industrial mostrou queda de 5,1% em mar�o de 2015, a pior desde outubro de 2009.

No acumulado do primeiro trimestre do ano, houve queda de 4,6%, com retra��o nos 18 setores investigados. As mais relevantes vieram de meios de transporte (-8,8%), m�quinas e aparelhos eletroeletr�nicos e de comunica��es (-11,9%), produtos de metal (-9,3%), outros produtos da ind�stria de transforma��o (-8,2%), m�quinas e equipamentos (-5,1%), alimentos e bebidas (-1,5%), cal�ados e couro (-7,1%), vestu�rio (-4,3%), metalurgia b�sica (-6,3%), papel e gr�fica (-3,4%) e refino de petr�leo e produ��o de �lcool (-6,6%).


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)