Rio, 21 - Os trabalhadores da ind�stria, quando dispensados, levam mais tempo para recuperar o emprego do que os trabalhadores do setor de servi�os, afirmou h� pouco o economista S�rgio Lago, do Banco Central, durante apresenta��o no XVII Semin�rio Anual de Metas para a Infla��o, no Rio. Al�m disso, � mais f�cil os trabalhadores da ind�stria migrarem para o setor de servi�os. Em tempos de pol�tica monet�ria mais apertada, o emprego na ind�stria tamb�m � mais fr�gil, disse o economista.
A partir de dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e da Pesquisa Industrial Mensal - Emprego e Sal�rio (Pimes), ambas do IBGE, Lago concluiu que o tempo de retorno ao mercado de trabalho no setor manufatureiro � de dois anos e meio. Nos servi�os, o estudo mostra que esse prazo � cortado em cinco vezes, para apenas seis meses.
"Al�m disso, � muito mais f�cil eles se deslocarem da manufatura para os servi�os do que o contr�rio", afirmou o economista. Segundo o pesquisador, um funcion�rio da manufatura levaria quatro meses para migrar de atividade, enquanto um trabalhador do setor de servi�os precisaria de 10 anos em m�dia para encontrar uma coloca��o na ind�stria. "O poder de barganha do setor de servi�os tamb�m � muito maior do que o de trabalhadores da manufatura", acrescentou Lago.
Em tempos de aperto na pol�tica monet�ria, um choque faz com que, em um primeiro momento, o emprego na ind�stria n�o sofra baixas. O ajuste inicial � feito no n�mero de horas trabalhadas. Apesar disso, com o passar do tempo, as vagas nesse setor ficam mais fragilizadas, o que n�o acontece nos servi�os.
"Nos servi�os � diferente, o grande ajuste � nas horas trabalhadas. O choque de pol�tica monet�ria faz com que o sal�rio real caia, ent�o o setor n�o tem grande est�mulo a demitir, pois o custo de m�o de obra fica mais barato", comentou o economista do BC.