
A boa not�cia veio no contraponto do cen�rio desfavor�vel aos investimentos do setor privado, o in�cio da produ��o em Pirapora, no Norte de Minas Gerais, da planta industrial da marca de cal�ados e acess�rios´Carmen Steffens. Na Usiminas, os trabalhadores da administra��o foram comunicados na quarta-feira e ontem da inten��o da empresa de reduzir a jornada por tempo indeterminado, com o corte de cerca de 13% dos sal�rios. A medida n�o vale para os setores operacionais, da produ��o. Em nota, a sider�rgica informou que a proposta tem como objetivo “preservar a equipe, diante da crise no mercado de a�o”.
A companhia vai apresentar a medida aos sindicatos dos empregados nos pr�ximos dias. S�o pouco de 3 mil trabalhadores das �reas administrativas, de um total de 20 mil no Brasil. Ainda por meio de nota, a sider�rgica destacou que o Instituto A�o Brasil estima para este ano queda de 6% no consumo aparente (inclui os produtos importados) de a�os planos no pa�s. A empresa j� havia anunciado na semana passada a decis�o de desligar o alto- forno 1 da usina de Cubat�o (SP) e o alto-forno 1 da planta industrial de Ipatinga, no Vale do A�o, deste domingo a 4 de junho.
A justificativa da Usiminas para o abafamento dos fornos � de que assim vai adequar a produ��o ao atual ritmo da demanda, “trazendo oportunidades de redu��o de custo e melhoria da competitividade”. Em Ipatinga, o sindicato local dos metal�rgicos aguardava ontem a manifesta��o oficial da empresa, mas n�o h� disposi��o de aprovar propostas que retiram direitos dos trabalhadores, segundo o diretor da entidade Geraldo Magela Duarte. “A nossa postura � de n�o aceitar rebaixamento das condi��es de trabalho em nome de garantir empregos, quando o que a empresa faz � oferecer acordo ruim aos trabalhadores”, afirmou.
MONTADORAS Pela quarta vez neste ano, a f�brica da Fiat adota medidas para ajustar o estoque alto ao ritmo lento das vendas. A montadora italiana vai adotar parada t�cnica de 8 a 12 de junho, mantendo em casa cerca de 9 mil trabalhadores, quando deixar� de produzir aproximadamente 15 mil ve�culos. Por meio de sua assessoria de imprensa, a companhia informou, ontem, que v�o parar as quatro linhas fabris. Permanecer�o em servi�o os empregados das �reas da administra��o, dos setores de engenharia e manuten��o.
Os equipamentos paralisados passar�o por manuten��o preventiva. A f�brica come�ou 2015 na tradicional paralisa��o durante as festas de Natal e Ano-novo, adotou parada t�cnica de tr�s dias em mar�o e dispensou por 20 dias em abril um grupo de 2 mil empregados. Ainda ontem, o Sindicato dos Metal�rgicos de Betim foi comunicado de paradas tamb�m em duas das fornecedores da Fiat. Para o secret�rio-geral da entidade, Jos� Nunes, as paralisa��es s�o reflexo do desaquecimento das vendas, sem perspectivas de mudan�as pelo menos at� o segundo semestre. “S�o formas paliativas de preservar os empregos. Esperamos que o governo federal tome medidas efetivas para a recupera��o da economia no segundo semestre”, afirmou.
PELO BRASIL Diante da redu��o de 17% das vendas do setor automotivo de janeiro a mar�o, outras montadoras j� tem adotado estrat�gias para conter os estoques. A Mercedes-Benz conceder� f�rias coletivas de 1º a 16 de junho aos cerca de 750 empregados da f�brica de Juiz de Fora e prop�s o sistema conhecido como lay off, que prev� a suspens�o de contratos de trabalho, para dois grupos de trabalhadores, entre 1º de julho e 30 de novembro e de 1º de dezembro a 30 de abril de 2016. Medidas semelhantes foram adotadas na unidade de S�o Bernardo do Campo (SP).
De acordo com o presidente do sindicato local dos metal�rgicos, Jo�o C�sar da Silva, o ponto crucial das negocia��es � a garantia do emprego. “Apresentamos a nossa contraproposta de estabilidade no emprego at� setembro do ano que vem. � o nosso principal objetivo”, afirmou. O sindicalista observou que em conversas anteriores, a companhia aceitou garantir os empregos at� abril. A negocia��o continua nos pr�ximos dias. Em S�o Paulo, a Genetal Motors prepara ajustes, com f�rias coletivas e a proposta de lay off na f�brica de S�o Caetano do Sul em junho, informou o sindicato local. A unidade de S�o Jos� dos Campos tamb�m dever� ser afetada.
As medidas de ajuste adotadas ou em negocia��o nas montadoras e no setor sider�rgico – na semana passada a sider�rgica VSB, de Jeceaba, na Regi�o Central de Minas Gerais, estava negociando a suspens�o dos contratos de trabalho com o Sindicato dos Metal�rgicos da vizinha Congonhas – s�o sinais da falta de perspectivas de rea��o da ind�stria, na avalia��o de Lincoln Gon�alves Fernandes, presidente do Conselho de Pol�tica Industrial e Econ�mica da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg). A entidade j� considera 2015 um ano perdido, trabalhando com proje��o de 5,19% do faturamento das empresas em 2015. “N�o acreditamos em recupera��o suficiente para frear as dificuldades do setor, que deve enfrentar j� neste ano um aumento de processos de recupera��o judicial”, disse. (Com ag�ncias)