S�o Paulo, 29 - Apesar da queda menos intensa que o esperado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, o economista Bernard Goni, da Bozano Investimentos, ponderou que o resultado sinaliza que o pior ainda est� por vir. Segundo ele disse nesta sexta-feira, 29, os dados indicam que o resultado previsto para o PIB fechado de 2015 pode n�o ser t�o negativo quando o imaginado. No entanto, o fato de os n�meros terem mostrado um recuo menos intenso que o projetado deve refletir sobre o PIB de 2016, fazendo com que o dado tenha um desempenho aqu�m do esperado. "A economia ainda n�o chegou no fundo do po�o. Deve ficar pior no meio do ano", estimou.
De acordo com o economista, o PIB do primeiro trimestre indica que os demais resultados deste ano podem ser piores, j� que nem todas as not�cias desfavor�veis refletiram sobre o n�mero. A expectativa do economista de retra��o do PIB de 1,6% este ano pode ser revista para recuo perto de 1,3%, enquanto o PIB de 2016 pode ter alta na faixa de 0,50%. "Isso � bastante ruim para o PIB de 2016. Se os dados piorarem, o carrego estat�stico para o ano que vem � maio", disse.
Gonin acredita que o mercado de trabalho tende a se deteriorar mais, o que deve diminuir mais a renda dos trabalhadores. Segundo ele, esse movimento j� pode explicar o desempenho do consumo das fam�lias do PIB do primeiro trimestre que caiu no per�odo. "Essa cautela das fam�lias s� tende a se agravar. J� temos dados mostrando expectativa de desemprego em 8% este ano", completou.
Ao contr�rio do consumo das fam�lias, o economista ressaltou que o PIB da agricultura "salvou" a economia. "Os investimentos viram um pouco melhores tamb�m, n�o vieram com quedas t�o fortes quanto as esperadas", completou.
O PIB caiu 0,2% no primeiro trimestre ante o quarto, com ajuste, e mostrou queda menos intensa que a mediana de 0,50% da pesquisa AE Proje��es, cujo intervalo de expectativa ia de retra��o de 0,10% a 1,60%.
Na compara��o com o primeiro trimestre de 2014, sem ajuste, o PIB cedeu 1,6%, e tamb�m teve recuo menos significativo que a mediana negativa de 1,90%. As previs�es para esta base de compara��o iam de decl�nio, de 0,80% a 2,60%.
Apesar do recuo menos intenso que o esperado, o economista da Bozano mant�m sua expectativa de alta de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic na reuni�o do Copom, na semana que vem, para 13,75% ao ano. "O discurso do BC continua duro. Acredito que o Banco Central n�o vai sossegar enquanto n�o vir a infla��o convergir para o centro da meta de 4,5%. Ele tirou a atividade do seu foco, que continua sendo a infla��o".