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Estado de Minas

PIB recua menos que o mercado esperava, mas resultado pode indicar que o pior ainda est� por vir

Produto Interno Bruto recua 0,2% no primeiro trimestre do ano, na compara��o com o per�odo anterior


postado em 30/05/2015 06:00 / atualizado em 30/05/2015 07:27

As fam�lias brasileiras puxaram o freio de m�o no consumo e a economia do pa�s encolheu 0,2% no primeiro trimestre de 2015 na compara��o com o quarto trimestre do ano passado. Pressionado por uma grave crise de confian�a, o Produto Interno Bruto (PIB), que � a soma de todas as riquezas do pa�s, recuou 1,6% na compara��o com o mesmo per�odo do ano passado e, em 12 meses fechados em abril, caiu 0,9%. Para os especialistas, apesar dos dados ruins, o pior ainda est� por vir. Como a retra��o de 0,2% no in�cio do ano foi menor do que a esperada pelo mercado, o tombo maior vai sobrar para o segundo trimestre.

Com exce��o da agropecu�ria, todos os outros setores da economia registraram desempenho negativo em todas as compara��es (veja quadro ao lado). Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Em valores correntes, o PIB brasileiro ficou em R$ 1,408 trilh�o no in�cio deste ano. Com a queda, o Brasil ficou � frente apenas das economias da R�ssia e da Ucr�nia, que amargaram retra��o de 1,9% e 17,6%, respectivamente, no ranking elaborado pela Austin Rating e que mostra os resultados do primeiro trimestre de 2015 de 33 pa�ses.


O mercado de trabalho em retra��o, a desacelera��o da massa salarial e a infla��o em alta fizeram os consumidores fecharem a carteira e o consumo dos brasileiros recuou 1,5% em rela��o ao �ltimo trimestre de 2014. Na compara��o com o primeiro trimestre de 2014, a queda foi de 0,9%, o que n�o ocorria h� 12 anos. De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La Roque Paris, a taxa de juros mais alta e a restri��o ao cr�dito tamb�m influenciaram a redu��o no consumo das fam�lias.

Na avalia��o do economista-chefe da Opus Investimento, Jos� M�rcio Camargo, a queda de 0,2% do trimestre foi menor do que a esperada. O mercado apostava em recuo de at� 0,9% na compara��o com o quarto trimestre de 2014. “Tamb�m foi muito concentrada no consumo das fam�lias, que era um fator que vinha resistindo antes e que tem um peso muito grande, mais de 60% da economia. O que � mais grave � que a tend�ncia � isso piorar no segundo trimestre porque n�o h� rea��o nenhuma”, destacou.

Do primeiro trimestre de 2015 em rela��o a igual per�odo do ano passado, apenas tr�s segmentos econ�micos tiveram crescimento, mas, segundo Rebeca, do IBGE, eles representam apenas 25% da produ��o de riquezas do pa�s, o que significa dizer que tr�s quartos da economia brasileira encolheram de um ano para o outro.

Pelo lado da produ��o, os Servi�os, que representam 71% da economia, tiveram o maior impacto na queda do PIB. O setor n�o resistiu � crise econ�mica e recuou 0,7% nos tr�s primeiros meses do ano na compara��o o quarto trimestre do ano passado e 1,2% em rela��o a igual per�odo de 2014. Os segmentos dos servi�os que determinaram o recuo, de acordo com Rebeca, do IBGE, foram com�rcio e transporte, armazenagem e correio.

Para o economista da Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC), F�bio Bentes, o com�rcio n�o tinha um desempenho t�o ruim, de 6% de retra��o, desde 2003, o mesmo per�odo da maior queda do consumo das fam�lias. “O resultado do PIB est� alinhado com a redu��o das vendas do varejo, que foram de 5,3% no primeiro trimestre de 2015, na compara��o com igual per�odo de 2014”, destacou.

M� NOT�CIA


A surpresa ruim dos dados do PIB ficou por conta dos investimentos, que desabaram muito acima da expectativa do mercado. O tombo na Forma��o Bruta de Capital Fixo (FBCF) foi de 7,8% no primeiro trimestre sobre igual per�odo de 2014 e de 6,9% no acumulado em 12 meses. O recuo � reflexo da recess�o da ind�stria, que teve retra��o pelo quarto trimestre seguido. Nos tr�s primeiros meses de 2015, caiu 0,3% sobre o �ltimo do ano passado e recuou 3% ante igual per�odo do ano passado, sobretudo por conta do desempenho negativo do segmento de transforma��o. “O desempenho foi puxado por eletricidade e transforma��o. O maior peso da ind�stria, 47% , � transforma��o, que teve queda de 7%, com piores desempenhos do segmento automotivo e de m�quinas e equipamentos, que s�o os que mais investem”, explicou Rebeca, do IBGE.

O desempenho do PIB sofreu os efeitos de abastecimento de energia e �gua. Na compara��o do primeiro trimestre de 2015 com o �ltimo de 2014, a maior queda, de 4,3%, foi no item distribui��o de eletricidade, g�s e �gua. “O maior uso de t�rmicas, a queda na produ��o industrial, com menor consumo de energia, e o racionamento de �gua por causa da seca justificam os dados”, disse a coordenadora do IBGE.

O ajuste fiscal tamb�m apareceu nos resultados apurados pelo instituto. O governo regulou mais os gastos e o setor registrou queda de 1,3% sobre o quarto trimestre de 2014 e 1,5% ante o primeiro trimestre de 2014. Em 12 meses, a retra��o � de 0,2%. A queda de 1,5% � a maior desde o quatro trimestre de 2000, quando foi de 2,8%. De acordo com Rebeca, do IBGE, isso j� � efeito do ajuste fiscal. “O gasto corrente do governo � com pessoal, n�o considera investimento, portanto os governos, nas tr�s esferas, est�o contratando menos”, disse.

Com a demanda interna toda em retra��o, o setor externo conseguiu dar uma contribui��o positiva, com as exporta��es crescendo 5,7%, mais que as importa��es, que subiram 1,2%. O movimento, claro, � resultado do c�mbio. Mas as importa��es tamb�m sofreram com a queda na demanda pela fraca atividade econ�mica.


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