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Estado de Minas

Compra de produtos fatiados em supermercados requer cuidados

Compra de produtos fatiados em supermercados e outros estabelecimentos requer cuidados, pois o manuseio pode representar altera��o na validade. Adquirir pe�as inteiras � mais seguro


postado em 01/06/2015 06:00 / atualizado em 01/06/2015 07:34

Nos frios embalados na unidade industrial do Super Nosso, em Contagem, etiquetas completas podem ser vistas à frente e atrás das embalagens(foto: Super Nosso/Divulgação )
Nos frios embalados na unidade industrial do Super Nosso, em Contagem, etiquetas completas podem ser vistas � frente e atr�s das embalagens (foto: Super Nosso/Divulga��o )
O consumidor mineiro P.F., que n�o quis se identificar, relatou ao Estado de Minas que precisa comprar os alimentos fatiados, pois o consumo em casa � reduzido. Mas ele sempre tem d�vidas a respeito da validade colocada nas embalagens de isopor para presuntos e queijos. “Alguns supermercados de BH, como o Super Nosso, colocam na embalagem apenas a data de fatiamento do produto e n�o a data de validade. Assim, o consumidor fica totalmente perdido, sem saber at� quando pode comer o alimento. Acho ainda que os produtos fatiados deveriam conter informa��es da validade real da pe�a e a nova validade depois de partido, para que o consumidor esteja bem informado”, reclama. Procurado pela reportagem, o Grupo Super Nosso informou que a etiqueta da frente da embalagem realmente tem apenas a data do dia do fatiamento e o pre�o, mas no verso � poss�vel encontrar outra etiqueta com a validade, os valores nutricionais e o selo de certifica��o do alimento. Em nota, o grupo destacou que vai passar a colocar no adesivo frontal da embalagem a informa��o “vide validade na etiqueta do verso”, para esclarecer a d�vida dos consumidores.


De acordo com o diretor comercial e de marketing do Grupo Super Nosso, Edmilson Anacleto Pereira, toda a manipula��o de carnes e frios fatiados vendidos pelo grupo � feita na unidade industrial em Contagem, na Grande BH. “Estamos em um momento diferente do resto do mercado e fatiamos todos os alimentos em nossa unidade de processamento, pois entendemos que � o melhor ambiente para a exposi��o do alimento, com temperatura controlada e atendendo a todas as quest�es sanit�rias. A higieniza��o para o manuseio dos produtos nesse local � com certeza mais segura do que nas lojas. H� uma grande diferen�a em fatiar produtos na unidade industrial e nos pontos de venda. Investimos R$ 30 milh�es nessa f�brica e analisamos as caracter�sticas de cada produto para determinar a validade depois do fatiamento. Em m�dia, as pe�as t�m validade de 10 dias a mais que os peda�os, mas � claro que depende do produto.”

O diretor de marketing do Mart Plus e Epa, Roberto Gosende, conta que a equipe de veterin�rios avalia todos os produtos de origem animal vendidos pelos supermercados e d� o parecer t�cnico de como conduzir o processo e o aval para a melhor validade ap�s o fatiamento. “A escolha da melhor data de validade � feita com base nas orienta��es do produtor e fabricante. Al�m disso, preocupamo-nos com o melhor tipo de embalagem para cada produto que ser� manipulado, e ainda a forma como ser�o expostos, com ilumina��o mais forte ou n�o, em ambiente refrigerado ou congelado. A nossa maior preocupa��o � detalhar as informa��es nas etiquetas para que o cliente seja bem informado.”

O Extra divulgou a seguinte nota sobre a validade dos produtos: “Com rela��o � validade dos alimentos fracionados pelas lojas, o Extra informa que adota os mais elevados padr�es de qualidade com rela��o � higiene pessoal e manipula��o de alimentos. Os colaboradores passam por treinamento assim que ingressam na rede e, periodicamente, s�o realizados cursos de reciclagem. Ap�s a abertura da embalagem original, todos os produtos devem seguir as orienta��es espec�ficas de validade ap�s aberto e forma de conserva��o determinada no r�tulo pelo fabricante. Existem tamb�m legisla��es sanit�rias que determinam estes par�metros e podem ser utilizadas quando o fornecedor n�o o faz. Al�m disso, para garantir a correta conserva��o, as lojas t�m equipamentos, como c�maras frias, que conservam os itens nas temperaturas e condi��es exigidas. A nova data � impressa na etiqueta, juntamente com as demais informa��es, para orientar o cliente sobre o prazo de consumo. Os colaboradores devem respeitar rigorosamente esse prazo e cada l�der de se��o deve ficar atento �s categorias que comercializa.”

O Carrefour se posicionou sobre a pol�mica da validade, informando em nota que “se preocupa com a qualidade dos alimentos que comercializa, por isso segue estritamente as normas da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) e demais legisla��es pertinentes”. Em rela��o � comercializa��o de carnes, a rede informa que “adota procedimentos rigorosos de armazenamento e manipula��o desses produtos, do recebimento � sua chegada na �rea de vendas. Nas lojas Carrefour, as carnes s�o manipuladas por profissionais especializados no fracionamento e moagem desse alimento, em um ambiente devidamente higienizado e climatizado. Posteriormente, elas s�o expostas em balc�es com temperatura controlada, com prazo de validade vis�vel, seguindo as normas vigentes”.

O QUE DIZ O C�DIGO?
SE��O 1

Da prote��o � sa�de e seguran�a
Art. 8° – Os produtos e servi�os colocados no mercado de consumo n�o acarretar�o riscos � sa�de ou seguran�a dos consumidores, exceto os considerados normais e previs�veis em decorr�ncia de sua natureza e frui��o, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hip�tese, a dar as informa��es necess�rias e adequadas a seu respeito.
Par�grafo �nico – Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informa��es a que se refere este artigo, por meio de impressos apropriados que devem acompanhar o produto.

Suspeitar � preciso

Em meio � rotina agitada e com foco na praticidade, muitos consumidores preferem levar pra casa produtos fatiados e fracionados �s pe�as inteiras dos alimentos. Supermercados e a�ougues oferecem a op��o das pequenas por��es na tentativa de atender �s necessidades do cliente moderno, que muitas vezes quer evitar o desperd�cio ao comprar grandes peda�os ou mesmo agilizar o momento na cozinha com os produtos j� cortados. Contudo, quem tem o h�bito de comprar alimentos em partes deve ficar atento � quest�o da validade. N�o existe nenhuma lei ou mesmo resolu��o da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) que determine o melhor procedimento para a escolha da nova validade que os estabelecimentos devem colocar nos mais diferentes produtos, que s�o manuseados e reembalados. Mas o Procon da Assembleia de Minas Gerais (Procon-MG) e a Vigil�ncia Sanit�ria (Visa) de Belo Horizonte defendem que a validade do produto inteiro n�o deve ser a mesma do fatiado, que foi exposto ao ambiente e corre maiores riscos de contamina��o.

A Visa de BH, respons�vel pela fiscaliza��o dos estabelecimentos da capital mineira, alerta que ap�s a abertura da embalagem original do produto este perde o prazo de validade informado pelo fornecedor ou fabricante, que deve ser revisto. Em nota, a Visa informou que “apenas o prazo de validade n�o garante que o alimento esteja apto para o consumo, devendo ser observadas tamb�m a exist�ncia de altera��es na embalagem e no pr�prio alimento”. Ainda de acordo com a nota da Vigil�ncia Sanit�ria da cidade, “a determina��o da nova validade � de inteira responsabilidade do respons�vel t�cnico (veterin�rio) do estabelecimento. Por seguran�a, comerciantes utilizam prazos de validade bem reduzidos, mas poderiam usar at� a data de validade do fabricante, dependendo do produto”.

Quem compra o produto fracionado parte da presunção da boa-fé, acreditando que não será enganado - Marcelo Barbosa, coordenador do Procon da Assembleia Legislativa(foto: Arquivo pessoal)
Quem compra o produto fracionado parte da presun��o da boa-f�, acreditando que n�o ser� enganado - Marcelo Barbosa, coordenador do Procon da Assembleia Legislativa (foto: Arquivo pessoal)
TEMA DELICADO O coordenador do Procon-MG, Marcelo Barbosa, avalia que a quest�o da validade � muito pol�mica. “A pe�a inteira de um alimento, que veio totalmente lacrado pelo fabricante e com um lote espec�fico, com certeza ter� qualidade muito superior do que as fatias desse produto. Na verdade, os supermercados e a�ougues avaliam a validade das fatias com base na validade inicial do produto inteiro. Contudo, isso � aleat�rio, mesmo que sejam analisados por t�cnicos veterin�rios respons�veis pelos estabelecimentos. Ningu�m sabe se a validade colocada na bandeja dos alimentos em peda�os � realmente segura. O consumidor que compra o produto fracionado parte da presun��o da boa-f�, acreditando que n�o ser� enganado”, ressalta.

Marcelo Barbosa explica que os estabelecimentos devem garantir a correta validade dos produtos, para que n�o haja nenhum risco ao consumidor final. “O certo deveria ser fatiar os produtos na frente do consumidor e replicar a nova etiqueta de validade no momento exato do corte. � importante que o consumidor veja onde o produto, seja carne, presunto ou qualquer outro, est� sendo partido, conferindo a higiene do ambiente, podendo verificar o lote do fabricante e as demais informa��es que s� a pe�a inteira tem em detalhes. J� que � mais dif�cil o cliente ter a pe�a original sempre ao alcance, o que resta a ele � exigir a validade da fabrica��o, a informa��o de quantos dias � v�lido a partir dessa data, e ainda o peso e o pre�o na etiqueta em local vis�vel na nova embalagem”, orienta. No caso de o cliente n�o confiar na boa-f� do supermercado ou a�ougue, o coordenador do Procon recomenda que nunca opte por fatiados. “O consumidor que compra o produto em pe�as tem de acreditar nas informa��es da etiqueta, pois infelizmente n�o h� nada al�m que garanta o hist�rico da pe�a.”

O coordenador do Procon Assembleia orienta ainda que aqueles que desconfiam e t�m receio em rela��o ao comprometimento do estabelecimento com o cliente devem solicitar a pe�a inteira e pedir para fatiar na hora da compra, exigindo o c�lculo da nova validade. “Na �tica do C�digo de Defesa do Consumidor, a nova etiqueta atende, desde que as informa��es sejam claras e verdadeiras. O artigo 8º do c�digo � claro: estabelecimentos comerciais n�o podem expor ou vender produtos que causem risco � sa�de do consumidor. Vender produtos com a validade vencida � crime. A oferta tem que garantir informa��es criteriosas sobre o fabricante e todos os prazos do alimento. Os estabelecimentos t�m de seguir � risca orienta��es de manuseio e conserva��o dos produtos.”


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