Dia dos Namorados em cen�rio de recess�o vai ser de lembrancinhas

O fiscal de loja Jos� Dias, de 21 anos, gostaria de presentear sua amada, no Dia dos Namorados, com um presente em torno de R$ 200, como fez em 2014. Dessa vez, por�m, desembolsar� em torno de R$ 50: “Ser� uma lembrancinha”. Pesquisas de entidades ligadas ao varejo mostram que, em 2015, na data que comemora o amor v�o prevalecer mercadorias ou servi�os de valor inferior ao da edi��o do ano passado.

Uma consulta do Sindicato do Com�rcio Lojistas de BH (Sindilojas-BH) com empres�rios do setor apurou que o t�quete m�dio, que em 2014 foi de R$ 100, cair� para R$ 80 – 20% menor. O presidente da institui��o, Nadim Elias Donato Filho, lamenta o endividamento das fam�lias, consequ�ncia de uma infla��o alta e do avan�o dos juros.

Pesquisa da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) tamb�m mostra que o Dia dos Namorados ser� de lembrancinhas. A entidade ouviu consumidores e empres�rios em levantamentos separados. De acordo com os compradores, o valor m�dio ser� R$ 146,22 – cifra 1,64% abaixo do indicador de 2014 (R$ 148,22). O estudo descobriu que 62,07% devem gastar, no m�ximo, R$ 150.

J� segundo a estimativa dos empres�rios, o t�quete m�dio ser� bem menor (R$ 101,85) – 30% abaixo do apurado no ano passado (R$ 145,82). A CDL estima que a data movimente R$ 2,142 bilh�es. O volume � 0,12% maior do que o do ano passado, mas o percentual de aumento em rela��o ao exerc�cio anterior desacelera pelo terceiro ano consecutivo (veja quadro).

Davidson Cardoso, vice-presidente da CDL-BH, lamenta a retra��o econ�mica no pa�s. “A alta da infla��o causa efeito corrosivo na renda. Com isso, a capacidade de adquirir bens e servi�os torna-se menor.” Vale lembrar que o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) – infla��o oficial do Brasil – avan�ou 8,17% no acumulado dos �ltimos 12 meses, encerrados em abril.

NO DINHEIRO  Uma dica para o consumidor conseguir melhor pre�o � o pagamento � vista e em esp�cie – as operadoras de cart�es cobram uma taxa dos lojistas em torno de 4%. “O dinheiro em m�os me permite negociar melhor valor”, refor�a Dayane Soares, que namora h� oito meses. Assim como ela, a maioria dos entrevistados (57,93%) pagar� a compra em dinheiro. O mesmo far� Rayane Gomes, de 21. Ela, que est� � procura de emprego, comemora dois anos de namoro no pr�ximo s�bado e, dessa vez, desembolsar� um valor menor do que na data de 2014. O avan�o do desemprego � outro motivo na queda do t�quete m�dio das compras.

O vigilante Jonatas Natanael, de 24, tamb�m vai gastar menos com a data em rela��o ao ano passado. A compra ser� feita pr�xima � sua casa, no Venda Nova. Uma parcela importante dos consumidores, apurou a pesquisa da CDL-BH, far� como ele: levar o presente do amado ou da amada de alguma loja na regi�o em que mora.

Foi o que disseram 18% dos entrevistados, quase o mesmo percentual dos que  far�o a compra no Hipercentro (20%) e bem acima do total daqueles que v�o buscar o presente em algum estabelecimento da Savassi (6,9%). Os centros comerciais, segundo o levantamento, ficar�o com uma fatia de 2,76% dos consumidores. J� os shoppings tradicionais ter�o 34,14% da clientela.