Belo Horizonte, 03 - O faturamento real da ind�stria mineira teve queda acumulada de 14,46% at� abril na compara��o com o mesmo per�odo de 2014. O desempenho dos primeiros quatro meses do ano continua sendo puxado pela retra��o em segmentos como ve�culos automotores, m�quinas e equipamentos, metalurgia e alimentos, que representam cerca de 40% do PIB estadual. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 03, pela Federa��o das Ind�strias do Estado (Fiemg), na pesquisa �ndex - Indicadores Industriais. Somente em abril ante mar�o, em dados dessazonalizados, a queda foi de 7,14% e ante abril de 2014, recuo de 17,75%.
De acordo com o presidente do Conselho de Pol�tica Econ�mica e Industrial da Fiemg, Lincoln Gon�alves Fernandes, o segundo trimestre do ano est� sendo pior do que o primeiro trimestre. "O primeiro trimestre foi ruim. O segundo est� sendo e ser� pior", disse, em coletiva de imprensa, na sede da entidade. Para o ano, a entidade prev� uma queda de 5,19% no indicador. "Com certeza vamos revisar o porcentual para baixo em junho, porque n�o h� perspectivas de melhora", ressaltou, sem cravar ainda um valor.
Ele adiantou que a produ��o industrial no Estado, dado a ser divulgado nos pr�ximos dias, segue em linha com o nacional, com recuo. Para o ano, a Fiemg aguarda um queda de 2,60%. "No setor automotivo, a tend�ncia � de continuidade de f�rias coletivas e se nada melhorar, demiss�es. Assim como a metalurgia", completou o economista-chefe da Fiemg, Guilherme Le�o. Empresas como a Fiat j� reduziram produ��o e a Iveco e a Mercedes-Benz podem ser as pr�ximas. No segmento de metalurgia e siderurgia, a Vale considera parar algumas unidades no Estado e a Usiminas est� com proposta de redu��o e jornada e desligar� o Alto-Forno 1 de Ipatinga a partir de amanh�.
Conforme Le�o, com base em dados do Caged, o saldo total entre admiss�es e demiss�es nos �ltimos 12 meses at� abril, est� negativo em 263 mil pessoas no Pa�s e em 63 mil no Estado. "Minas representa cerca de 10% da economia nacional. Mas as demiss�es est�o em cerca de 20% do total do Pa�s, devido � caracter�stica do parque industrial do Estado, que � mais concentrado nos segmentos que est�o sofrendo mais com a crise", explicou o economista-chefe da Fiemg.
O movimento influencia indicadores que medem as horas trabalhadas e massa salarial real. As horas trabalhadas nas ind�strias mineiras diminu�ram 10,02% at� abril, 1,42% ante mar�o (dessazonalizados) e 10,81% ante abril de 2014. Nas mesmas bases de compara��o, a massa salarial real do trabalhador em Minas recuou 9,61%, 1,54% e 4,13%, respectivamente.
Para Le�o, uma melhora do cen�rio atual da ind�stria em Minas somente ocorrer� a partir de 2016. "Mas esperamos sinaliza��es positivas no segundo semestre de 2015, advindo da ind�stria de bens de consumo. Esse segmento tende a recuperar com a diminui��o do endividamento da popula��o, estabiliza��o da infla��o. Entretanto, 2015 � um ano recessivo", disse.