Bras�lia e S�o Paulo, 03 - A Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) considera que o aumento dos juros b�sicos da economia para 13,75% ao ano dificultar� a recupera��o da economia brasileira. A alta de 0,5 ponto porcentual foi anunciada nesta noite de quarta-feira, 3, ao t�rmino de reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central.
"Os juros altos penalizam a atividade produtiva, porque encarecem o capital de giro das empresas, inibem os investimentos e desestimulam o consumo das fam�lias, contribuindo para agravar ainda mais o quadro de retra��o da atividade industrial", cita a confedera��o, em nota. Para a CNI, o Banco Central deveria considerar a forte desacelera��o da economia, a queda no emprego e os efeitos do ajuste fiscal nas pol�ticas de controle � infla��o.
"A ind�stria destaca que o esfor�o fiscal do governo � importante para a recupera��o da confian�a dos empres�rios e para diminuir a necessidade de novos aumentos dos juros. A combina��o das pol�ticas fiscal e monet�ria aliviaria o custo do ajuste para as empresas e os consumidores e permitiria a retomada gradual da produ��o", argumenta a CNI.
Fiesp
Em nota distribu�da � imprensa, a Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp) tamb�m criticou a decis�o anunciada do Copom de elevar a Selic. "O que o governo conseguiu at� agora foi virar a ind�stria de ponta-cabe�a", disse o presidente da entidade, Paulo Skaf.
A nota salienta que no primeiro trimestre o Produto Interno Bruto (PIB) j� encolheu e que � consenso no mercado que o segundo tamb�m ser� de retra��o, o que caracterizaria tecnicamente a recess�o no Pa�s. "Mesmo assim, na ter�a-feira, em Paris, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que 'a gente vai virar a nossa produ��o industrial'", afirma a nota. "Com essa pol�tica, o que o governo conseguiu at� agora foi virar a ind�stria de ponta-cabe�a, e n�o h� nenhum sinal de virada com esta alta dos juros", reclamou Skaf.
"O governo brasileiro n�o precisa mais subir os juros, muito menos aumentar impostos. Precisa, sim, promover forte diminui��o de gastos para atingir o equil�brio fiscal e retomar o crescimento da produ��o e do emprego", disse Skaf.
ACSP
O presidente da Associa��o Comercial de S�o Paulo (ACSP) e da Federa��o das Associa��es Comerciais do Estado de S�o Paulo (Facesp), Alencar Burti, tamb�m lamentou em nota a decis�o do Copom de elevar a Selic. "Nosso entendimento � que o Banco Central deveria ter mantido a taxa inalterada", afirmou." Consideramos importante reverter as expectativas inflacion�rias, mas seria prudente o BC fazer uma parada na pol�tica de eleva��o da taxa Selic, uma vez que o efeito dos aumentos anteriores ainda vai se fazer sentir mais fortemente na economia. Al�m disso, a demanda dos consumidores j� apresenta queda acentuada."
Para Burti, todos os indicadores de atividade t�m mostrado forte desacelera��o, sinalizando que a economia caminha para uma recess�o. "Mais do que afetar o consumo - que j� est� bastante fraco -, os juros elevados t�m provocado redu��o dos investimentos, queda da produ��o industrial e desarticula��o de setores produtivos", criticou.