
Pelo menos 10 casais de noivos dizem viver um pesadelo ap�s descobrirem que o buf� de suas festas de casamento, o Cl�o Perrella, fechou as portas sem avisar e sem devolver o dinheiro j� pago pelos contratantes. A empresa funcionava em uma casa no Bairro Cai�ara, Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, e est� fechada h� pelo menos duas semanas. Nas redes sociais, a clientela, a maioria composta por noivas, compartilha os calotes para tentar reaver os preju�zos, que chegam a R$ 20 mil. O site do buf� foi retirado do ar e a p�gina no Facebook virou alvo de den�ncias e reclama��es. De acordo com a Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), a empresa registrou extin��o no dia 26 de maio de 2015.
Um noivo que n�o quis se identificar conta que fechou o contrato com o buf� em agosto do ano passado e que escolheu a empresa por causa das boas refer�ncias que recebeu. Ele e a mulher desembolsaram R$ 8 mil para as despesas com a festa do casamento, que est� marcado para setembro. No entanto, ap�s ouvir boatos de que a propriet�ria Cl�o Perrella estaria endividada, resolveu cancelar o contrato. "Surgiu uma conversa de que ela j� tinha prejudicado um fornecedor de bebidas e eu procurei me informar melhor. Descobri que ela tinha dado v�rios cheques sem fundo no estabelecimento e achei melhor suspender a contrata��o", disse.
O noivo afirmou que n�o teve dificuldade para cancelar o contrato. No entanto, segundo ele, at� hoje, n�o recebeu a restitui��o do valor pago. "Ela chegou a nos passar dois cheques sem fundo e mandou uma mensagem de texto, informando que vendeu o fundo do buf� e que nos devolveria o dinheiro pago em presta��es. Ela chegou a fazer um dep�sito de R$ 900 em nossa conta. Depois disso, ela desapareceu", lamenta.
H� cerca de um m�s, o Estado de Minas entrou em contato com a propriet�ria Cl�o Perrella, ap�s rumores de que a empresa deixaria de honrar os contratos firmados. Na ocasi�o, a empres�ria admitiu passar por um per�odo de dificuldades, mas afirmou que honraria todos os compromissos deste ano. Ontem, a reportagem tentou novo contato por telefone, mas ningu�m atendeu �s liga��es. At� o fechamento desta mat�ria n�o havia informa��o oficial sobre o posicionamento da empresa em rela��o aos contratantes prejudicados. Os clientes sabiam apenas, por meio de boatos, que Cl�o Perrella estaria disfrutando f�rias com a fam�lia em Bariloche, na Argentina.
PRECAU��ES Segundo especialistas, planejar com anteced�ncia � a sugest�o para evitar armadilhas na contrata��o de fornecedores. Conhecer a hist�ria e a tradi��o da empresa, e n�o s� considerar apenas o pre�o do servi�o, tamb�m � uma orienta��o importante. “� preciso desconfiar de or�amentos com valores muitos baixos", alerta o presidente do Sindicato dos Buf�s de Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana (Sindbuf�) Jo�o Teixeira Filho.
Exigir que a empresa apresente, antes de fechar o evento, o contrato de servi�o, o contrato social, o alvar� de localiza��o e funcionamento, o alvar� sanit�rio, a inscri��o estadual e a inscri��o municipal permite consulta de poss�veis den�ncias e queixas sobre a empresa. “A falta de alguns desses documentos, como o alvar� sanit�rio, pode indicar que o buf� n�o tem produ��o pr�pria, o que n�o � ilegal, mas cabe ao contratante questionar a origem dos produtos, que dever� ser uma empresa devidamente legalizada”, observa o presidente do Sindbuf�.
Outra recomenda��o importante � que o contratante se envolva sempre na organiza��o do evento. “Participe da negocia��o. � preciso conhecer cada detalhe do trabalho. Delegar a fun��o a outra pessoa pode resultar em frustra��es. Estar envolvido na contrata��o tamb�m garante que o buf� tenha a oportunidade de perceber melhor a expectativa do cliente. S� assim � poss�vel indicar o melhor servi�o, que v� atender o sonho do cliente com excel�ncia”, garante Teixeira.
Mem�ria Em maio do ano passado, centenas de clientes do buf� Tereza Cavalcanti, tamb�m na capital, foram surpreendidos com a empresa fechada �s v�speras de casamentos e festas. Pelo menos 400 pessoas foram prejudicadas pelo grupo, que inclui ainda as empresas Buffet Maria Fernanda e Galaxy Eventos. Um ano depois, as v�timas, em sua maioria noivos, debutantes e formandos � �poca da fal�ncia, ainda n�o receberam o valor investido de volta ou foram indenizadas. No site do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) h� mais de 250 processos envolvendo o nome do grupo. Na ocasi�o, pr�pria firma alegou que faliu e que n�o daria qualquer assist�ncia aos clientes.
Cuidado na hora de contratar um buf�:
- Planeje com anteced�ncia
- Conhe�a a hist�ria e a tradi��o da empresa
- Desconfie de or�amentos com valores muitos baixos
- Exija que a empresa apresente, antes de fechar o evento, contratos de servi�o e alvar�s
- N�o contrate servi�os por meio de terceiros
O que fazer:
- Sustar os cheques pr�-datados ou cancelar as compras junto � operadora ou institui��o financeira em caso caso de cart�o
- Lavrar um boletim de ocorr�ncia na Pol�cia Militar
- Procurar um advogado para entrar com uma a��o na Justi�a pedindo a restitui��o dos valores pagos
Fonte: Sindbuf� e Minist�rio P�blico