
Roberto Bazin, diretor de servi�os de gest�o de riscos e sustentabilidade da consultoria norueguesa DNV GL, presente em 180 pa�ses, entre eles, o Brasil, refor�a que o processo de visualizar o retorno dos investimentos em sustentabilidade � decisivo para que as empresas criem um ciclo virtuoso. Muitas vezes, no entanto, medir esses resultados n�o � uma tarefa f�cil. O retorno da ado��o dessas pr�ticas alcan�a 220%, com base em levantamento feito pela institui��o americana Associa��o Internacional de Seguridade Social (ISSA, na sigla em ingl�s), que tem 340 organiza��es afiliadas em 150 pa�ses. A cada US$ 1 investido em preven��o de riscos nessas duas �reas, o potencial de ganho para a companhia seria, ent�o, de US$ 3,20.
“Eles (os investimentos em sustentabilidade) s�o pulverizados nas organiza��es em �reas que v�o do departamento pessoal, passando pelo jur�dico at� os setores de produ��o. Esses impactos tamb�m s�o diferentes para cada organiza��o. N�o existe uma estat�stica �nica”, diz Bazin.
A consultoria desenvolveu uma metodologia em que os investimentos quantitativos ou qualitativos s�o medidos, apontando de forma objetiva o retorno em diversas �reas. “Quando se percebe objetivamente quais s�o os resultados, os investimentos crescem”, ressalta Bazin.
Se nem sempre os clientes desenvolvem a mesma percep��o do compromisso do fabricante ou da cadeia de produ��o, naqueles mercados em que h� excedente de renda da popula��o n�o h� d�vidas sobre a disposi��o de pagar mais pelo bem das futuras gera��es, avalia Ricardo Teixeira, professor de estrat�gias empresariais dos cursos de MBA da Funda��o Getulio Vargas (FGV). “Um dano ao meio ambiente hoje por ser fatal para a marca, porque as pessoas podem simplesmente decidir n�o comprar”, afirma o especialista.
As expectativas sobre a produ��o industrial brasileira v�o na dire��o de uma demanda por responsabilidade ainda maior, como alerta o professor da FGV, diante da riqueza do patrim�nio ambiental do pa�s, com destaque para a aten��o que a Amaz�nia desperta no mundo. O novo tratamento das quest�es relacionadas � sustentabildade, de acordo com Teixeira, segue uma tend�ncia, em raz�o da consci�ncia da sociedade de quanto � preciso preservar o planeta.
Mobiliza��o por avan�os O pr�prio aperfei�oamento da legisla��o brasileira levou as empresas, independentemente do porte delas, a aumentar os investimentos em moderniza��o e inova��es ligadas ao desenvolvimento sustent�vel, segundo Shelley Carneiro, gerente-executivo de Meio-Ambiente e Sustentabilidade da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI).
“Hoje, agrega-se valor com investimentos em fatores que n�o se percebia. Economia de �gua e efici�ncia energ�tica, por exemplo, s�o fundamentais e o setor industrial tem procurado ser pr�-ativo nessas quest�es”, afirma. Shelley Carneiro observa que, na discuss�o sobre a crise h�drica no pa�s, � necess�rio ponderar que se tratar de um problema de m� gest�o ao longo do tempo, envolvendo a responsabilidade da sociedade pelo uso coletivo desses recursos naturais na busca de solu��es.
Com menor intensidade, talvez, na compara��o com as grandes corpora��es, as pequenas empresas tamb�m t�m investido em estrat�gias para dar sustentabilidade � produ��o, observa Shelley Carneiro, tendo em vista o fato de elas participarem de cadeias de fabrica��o, muitas vezes, extensas. A pr�pria CNI elegeu 2015 como um per�odo para trabalhar com os associados medidas visando a melhorias nas f�bricas relacionadas � sustentabilidade dos processos produtivos.