O comportamento da infla��o ser� determinante para os rumos das vendas no varejo no segundo semestre, na avalia��o do economista F�bio Bentes, da equipe da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC). Para ele, a ideia de que o pior j� passou em termos de reajustes de tarifas p�blicas est� por tr�s da ligeira melhora no �ndice de Confian�a do Empres�rio do Com�rcio (Icec).
O Icec recuou 0,2% em maio ante abril, a menor queda nessa base de compara��o desde setembro. Segundo o economista, o desempenho melhor do �ndice foi conduzido pelo sub�ndice de Expectativas do Empres�rio do Com�rcio (IEEC), que registrou alta de 1,0% em maio ante abril, a primeira em oito meses na compara��o com o m�s imediatamente anterior. Ainda assim, o IEEC recuou 16,2% em rela��o a maio de 2014.
"Atribu�mos o aumento do otimismo na percep��o de que o or�amento dos consumidores estar� menos apertado no segundo semestre", afirmou Bentes, lembrando que para a confian�a melhorar "tem que dar um primeiro passo".
O or�amento das fam�lias tender� a estar menos apertado na segunda metade do ano por causa da infla��o. O primeiro semestre foi marcado por fortes reajustes de tarifas p�blicas, sobretudo na conta de luz, reduzindo a renda dispon�vel para consumo. Para o segundo semestre, novos reajustes n�o s�o esperados.
Esse efeito n�o far� muita diferen�a nos segmentos do varejo ligados a bens de consumo dur�veis, como autom�veis. J� nas farm�cias e supermercados, com um pouco mais de renda dispon�vel, o consumidor tende a conter menos os gastos, explicou Bentes. "A vari�vel mais importante para alavancar as vendas � o pre�o", disse o economista.
Mesmo com a expectativa de um quadro menos ruim no segundo semestre, a CNC segue com proje��o de queda de 0,4% nas vendas do varejo restrito (sem autom�veis e material de constru��o) e de 6,0% no varejo ampliado (incluindo os dois setores). Se confirmado, ser� o pior desempenho do varejo desde 2003.
