O contrato que garante a continuidade do financiamento da parte importada para a constru��o da Usina Nuclear Angra 3 dever� ser assinado com a Caixa Econ�mica Federal na pr�xima semana. A informa��o � do diretor de Planejamento, Gest�o e Meio Ambiente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimar�es. A estatal, controlada pela Eletrobras, administra a Central Nuclear Almirante �lvaro Alberto, no munic�pio fluminense de Angra dos Reis. O financiamento com a Caixa � de R$ 3,8 bilh�es.
“N�s estamos nos procedimentos administrativos [com a Caixa] para efetivamente assinarmos o contrato. Isso garante a continuidade da parte importada, dos fornecimentos que v�m do exterior. J� � uma grande vit�ria”, disse Leonam Guimar�es.
Apesar das dificuldades de financiamento para a conclus�o das obras de Angra 3, a Eletronuclear tem a expectativa de continuidade do programa nuclear brasileiro. “O pr�prio ministro [de Minas e Energia, Eduardo Braga] vem se colocando de forma muito afirmativa sobre a necessidade da gera��o nuclear na matriz energ�tica brasileira do futuro”, disse Guimar�es. Para ele, o crescimento do setor � vi�vel e pode contribuir na gera��o de energia limpa e de base, ou seja, com fator de capacidade acima de 90%.
Entretanto, o financiamento da parte nacional para as obras de Angra 3 ainda � um problema enfrentado pela estatal. A Eletronuclear tem empr�stimo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) de R$ 6,15 bilh�es. Este valor, no entanto, � insuficiente para assegurar a conclus�o da usina. Segundo Guimar�es, � necess�rio um complemento de financiamento de R$ 4 bilh�es.
“Para resolver esse problema e complementar esse financiamento, precisar�amos de um ajuste no pre�o de venda futura da energia de Angra 3”, disse Guimar�es. A quest�o est� sendo tratada no Minist�rio de Minas e Energia e na Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel). A Eletronuclear espera conseguir uma parcela dos R$ 4 bilh�es com o pr�prio BNDES. “N�o conseguimos elevar a parcela financiada porque o valor da tarifa de Angra 3 n�o nos permite aumentar o valor de financiamento para n�o comprometer o �ndice de cobertura do servi�o da d�vida.”
Leonam Guimar�es afirmou que � preciso rever o pre�o de energia de venda futura de Angra 3, que equivale hoje a R$ 201 por megawatt-hora (MWh). “Com o valor desse receb�vel futuro, temos dificuldade de cumprir as regras do �ndice de cobertura do servi�o da d�vida dentro dos padr�es exigidos pelo BNDES.” De acordo com Guimar�es, se os R$ 4 bilh�es complementares vierem somente do BNDES, a tarifa ajustada que resolveria o problema seria de R$ 230 por MWh. “Mas, se uma parcela disso vier do mercado privado, tem que aumentar um pouco [o valor] para compensar isso.”
A Eletronuclear s� poder� negociar com o BNDES sobre esse complemento de empr�stimo depois que o contrato de energia reserva com a C�mara de Comercializa��o de Energia El�trica para venda futura de energia de Angra 3 for aditivado. “O sistema est� em an�lise pela Aneel. N�s aguardamos a resposta definitiva sobre esse tema para fazer a emiss�o da portaria ministerial que nos permita fazer um aditivo a esse contrato de energia reserva”, explicou.
As obras de Angra 3 est�o em andamento, mas n�o no ritmo pretendido pela Eletrobras, admitiu Guimar�es. Segundo ele, isso se deve � dificuldade do cumprimento do saque do saldo remanescente, em raz�o do problema de contrapartidas que a estatal tem que dar. Para ele, o ministro Eduardo Braga deve dar em breve uma solu��o para o problema. Guimar�es disse esperar que Angra 3 seja entregue ao Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS), em dezembro de 2018. O or�amento para constru��o da usina foi reajustado em setembro do ano passado em 13%, com base na �ltima inspe��o de monitoramento do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). O custo passou para R$ 13,9 bilh�es.