Petrobras negocia a venda de parte da Gaspetro para a Mitsui

Rio, 16 - A Petrobras estuda dividir sua subsidi�ria de g�s e energia, a Gaspetro, em duas empresas para coloc�-las � venda. A estrat�gia faz parte do plano da empresa de vender ativos para refor�ar o caixa e reduzir o endividamento. Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, de um lado estaria todo o neg�cio de comercializa��o de g�s, que inclui participa��es em distribuidoras e gasodutos de transporte do combust�vel. Do outro, as usinas t�rmicas.

As negocia��es, intermediadas pelo banco Ita� BBA, est�o avan�adas. A empresa mais cotada para fechar neg�cio � a japonesa Mitsui G�s e Energia, interessada na �rea de distribui��o. Ela j� � s�cia da Petrobras em oito distribuidoras e � alvo de investiga��o da Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal.

O grupo controlador da Mitsui ganhou destaque na imprensa este m�s, quando vieram � tona den�ncias sobre o pagamento de propina ao presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O caso � investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

As acusa��es surgiram em depoimento do doleiro Alberto Yousseff, na Lava Jato. Yousseff afirmou que o deputado requereu informa��es detalhadas sobre contratos fechados entre a Mitsui e a Petrobr�s para pressionar o grupo japon�s a voltar a pagar propinas. O presidente da C�mara nega as acusa��es e disse desconhecer os requerimentos feitos pelo Congresso para ter acesso aos contratos da Mitsui.

Distribuidoras

A Gaspetro est� presente em 19 distribuidoras de g�s, localizadas em todas as regi�es do Pa�s. � s�cia da GasBrasiliano, localizada no noroeste de S�o Paulo, e da Ceg, no Rio de Janeiro. Possui tamb�m participa��o em tr�s empresas de gera��o de energia, em uma de comercializa��o e log�stica de g�s natural liquefeito (GNL), produto importado e usado como mat�ria-prima para a produ��o de energia em t�rmicas, e possui uma empresa de aproveitamento de subprodutos de carv�o, a Ind�stria Carboqu�mica Catarinense (ICC).

Subs�dio

Nas distribuidoras e t�rmicas, a venda de ativos exigir� uma transforma��o no modelo de gest�o. Atualmente, as decis�es empresariais n�o s�o pautadas apenas pelo lucro. Muitas vezes, o g�s natural vendido para a produ��o de energia � subsidiado para garantir o abastecimento de eletricidade no Pa�s, principalmente neste momento de crise em que as usinas hidrel�tricas est�o produzindo pouco, por causa da seca que atinge os reservat�rios.

Em 2014, a �rea de g�s e energia da Petrobras registrou preju�zo de US$ 410 milh�es, por causa, principalmente, do aumento do custo com a importa��o de GNL, cujo pre�o � afetado pela varia��o do d�lar em compara��o ao real.

Gera��o t�rmica

Para um integrante do governo que n�o quis se identificar, o fato de a Petrobr�s sair do neg�cio de GNL n�o atingir� imediatamente a gera��o t�rmica, que depende do g�s para produzir energia a um custo menor.

Como os contratos de fornecimento do combust�vel para as usinas s�o de longo prazo, mesmo que a Gaspetro seja vendida, as distribuidoras de g�s que estavam sob seu comando ter�o de continuar vendendo o produto a pre�os subsidiados enquanto durarem os acordos j� firmados.

A Mitsui participa da Alg�s (AL), Bahiag�s (BA), Ceg�s (CE), Compag�s (PR), Coperg�s (PE), Pbg�s (PB), SCg�s (SC) e Serg�s. Em todas, � s�cia da Gaspetro. Juntas, essas empresas respondem por 8% do mercado distribuidor de g�s no Pa�s. Procurada, a Mitsui informou que "n�o comenta rumores e especula��es de mercado". J� a Petrobr�s n�o se posicionou. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.