S�o Paulo, 21 - A concentra��o banc�ria no Brasil vai aumentar entre as cinco maiores institui��es caso uma nacional adquira a unidade do HSBC no Pa�s, afirmou o presidente da Federa��o Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal. Entre os dez maiores, por�m, n�o deve ter mudan�as, conforme ele, uma vez que o brit�nico j� integrava tal grupo.
"A ind�stria banc�ria � concentrada em todo o mundo, porque tem economias de escala importantes. No Brasil, a concentra��o banc�ria n�o � muito diferente de outros mercados emergentes, embora seja maior que em pa�ses avan�ados", avaliou ele, em entrevista exclusiva ao Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, durante o CIAB 2015, evento voltado para tecnologia banc�ria.
Dependendo de quem leve a opera��o, a concentra��o banc�ria no Brasil ficar� ainda mais evidente, pois cinco institui��es deter�o 69% dos ativos totais do sistema nacional ou R$ 5,2 trilh�es, conforme dados do Banco Central. Pelo par�metro internacional �ndice Herfindahl-Hirschman (IHH), que mostra a concentra��o pelo crit�rio de contas correntes, o Brasil tem concentra��o regular. O indicador fechou dezembro em 0,1376, muito acima, por�m, do visto em dezembro de 1994, de 0,0905, segundo o BC. O IHH � um �ndice que vai de zero a 1. Conforme os crit�rios adotados internacionalmente, resultados de 0 a 0,10 indicam um mercado n�o concentrado. J� entre 0,10 e 0,18 mostra concentra��o regular e acima de 0,18 aponta um mercado com alta concentra��o.
Embora n�o comente a venda do HSBC em si, Portugal disse que independente da concentra��o em um determinado segmento, h� concorr�ncia em determinadas necessidades como, por exemplo, na contrata��o de um cr�dito para um projeto de infraestrutura, cujos recursos podem ser captados via o mercado de capitais. "O mercado de capitais, o de seguros, o banc�rio podem atender uma mesma necessidade, por isso, competem entre si", explicou o presidente da Febraban.
Sobre as explica��es dadas pelo executivo-chefe do HSBC, Stuart Gulliver, durante reuni�o com investidores, na semana passada, para a sa�da do Brasil, Portugal disse que n�o foram cr�ticas, mas coment�rios sobre as caracter�sticas do Pa�s como, por exemplo, o fato de ser uma economia mais fechada. "S�o caracter�sticas que estamos tentando mudar. O mercado brasileiro continua muito atraente e com potencial de crescimento. A sa�da do HSBC � mais por problemas espec�ficos do banco do que do Pa�s", analisou Portugal.
Bradesco
Tamb�m presente no Ciab, na semana passaada, o vice-presidente executivo do Bradesco, Maur�cio Minas, respondeu, ao Broadcast, que o banco continua avaliando oportunidades, quando questionado sobre a venda do HSBC no Brasil. N�o comentou, por�m, o est�gio das negocia��es nem se o Bradesco � favorito para levar o ativo.
Depois de fazer a oferta n�o-vinculante (que n�o exige a compra do ativo pelo pre�o oferecido) maior, de cerca de R$ 10 bilh�es, segundo fontes, o banco passou para a segunda fase da disputa ao lado de Ita� Unibanco e Santander. Neste est�gio, os interessados t�m acesso a uma maior gama de informa��es e t�m de fazer uma oferta vinculante. Analistas e executivos citam o Bradesco como o favorito j� que comprar o HSBC significaria praticamente eliminar a dist�ncia entre ativos com seu principal concorrente, o Ita�, desde que foi feita a fus�o com o Unibanco.
Mais cedo, em conversa com analistas no Rio de Janeiro, o diretor de Rela��es com Investidores do banco Ita�, Marcelo Kopel, se negou a comentar um poss�vel interesse na compra do HSBC no Brasil.