O corte no plano de investimentos da Petrobras para o per�odo de 2015 a 2019 ficar� pr�ximo a 40%, com o novo or�amento em torno dos US$ 130 bilh�es, apurou o Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado. No ano passado, quando a empresa ainda era presidida por Gra�a Foster, a meta de investimento era de US$ 220,4 bilh�es em cinco anos. Mas, diante das dificuldades financeiras da petroleira, a nova gest�o preferiu adotar uma redu��o dr�stica do or�amento, em linha com o que espera o mercado.
A proposta ser� analisada pelo conselho de administra��o na sexta-feira, mas � poss�vel que o colegiado n�o chegue a uma conclus�o e a divulga��o do valor seja adiada. Os membros do colegiado podem precisar de mais de um encontro para chegar a um n�mero definitivo.
"Um corte de 30% a 40% ajudaria a empresa a melhorar a situa��o financeira com impacto de curto prazo. Seria a principal sinaliza��o para retomar a credibilidade, j� que um corte menor traria impacto sobre o rating (classifica��o de risco) da companhia. Com menos investimento, a empresa reduz tamb�m o potencial de receitas futuras", avaliou Walter de Vitto, da consultoria Tend�ncias.
Apesar dos conselheiros indicados pela Uni�o conseguirem aprovar sozinhos o plano de neg�cios, o projeto encontra resist�ncia entre os sindicalistas representantes dos trabalhadores, que amea�am entrar em greve e interromper a produ��o, caso os cortes e a venda de ativos sejam t�o grandes a ponto de configurar o que, segundo eles, seria uma "privatiza��o disfar�ada" da empresa. A decis�o ser� tomada hoje, em reuni�o na sede da CUT, no Rio.
Argumenta��o
Na tentativa de vencer a resist�ncia, a diretoria da petroleira iniciou, na semana passada, uma s�rie de encontros com sindicatos para argumentar sobre a necessidade dos cortes, incluindo o de pessoal, que deve atingir principalmente os terceirizados. O argumento � que falta dinheiro e n�o h� sa�da sen�o encolher a Petrobras. A empresa deixar� de ser uma empresa de energia, integrada, com atua��o do po�o ao posto, para se tornar uma companhia, prioritariamente, de explora��o e produ��o de petr�leo e g�s natural.
Nas conversas, executivos da petroleira insistem com os sindicalistas em que, nos �ltimos anos, os ganhos da Petrobras vieram com o crescimento da d�vida. Por isso, a ordem agora � cortar o mal pela raiz e fortalecer o caixa, para que, nos pr�ximos dois ou tr�s anos, a estatal volte a ter recursos para ampliar os investimentos.
O plano de neg�cios traz proje��es pessimistas para o d�lar e para a cota��o internacional do petr�leo, que s� dificultam a execu��o dos projetos da empresa. Quanto mais valiosa a moeda americana em rela��o ao real, mais a empresa gasta para importar combust�veis. Ao mesmo tempo, quanto menor o pre�o do barril, menos valem os ativos da companhia.
Daqui para a frente, a Petrobras vai focar na atividade de explora��o e produ��o e abandonar� projetos dos segmentos de abastecimento. Algumas �reas de explora��o e produ��o tamb�m ser�o oferecidas ao mercado. A estatal se voltar� para o pr�-sal onde o custo de extra��o � hoje inferior ao de outras reservas e, por isso, � mais rent�vel, mesmo em per�odos de baixa cota��o do petr�leo.
Por enquanto, n�o h� perspectiva de o projeto de lei do senador Jos� Serra (PSDB-SP) - que prev� mudan�as na Lei da Partilha - ter grande efeito no plano de neg�cios da empresa. Qualquer mudan�a na legisla��o pesar� sobre projetos que est�o por vir e ainda n�o est�o no radar de investimentos. Hoje, a lei obriga a estatal a participar em pelo menos 30% de todo investimento no pr�-sal.
