Sem obras, PIB da constru��o deve cair 8,6%

S�o Paulo, 25 - O enfraquecimento da economia e a queda nos investimentos de infraestrutura, aliados aos efeitos da Opera��o Lava Jato, t�m arrastado o setor da constru��o civil para uma onda de demiss�es em massa, recupera��o judicial e inadimpl�ncia. At� o fim do ano, se n�o houver nenhuma revers�o, o setor dever� amargar uma queda de 8,6% do Produto Interno Bruto (PIB) - o pior, pelo menos, dos �ltimos 13 anos.

"Sem d�vida, o resultado ter� impacto no crescimento econ�mico do Pa�s. Se nada acontecer, poderemos sair de uma recess�o para uma depress�o", afirma o economista Gesner Oliveira, s�cio da GO Associados, respons�vel pelo Boletim Trimestral da Associa��o Paulista de Empres�rios de Obras P�blicas (Apeop). Ele explica que, num quadro de depress�o, a queda na taxa de crescimento do Pa�s � acompanhada da desmobiliza��o do parque produtivo. "E � o que est� come�ando a ocorrer, com empresas fechando as portas", afirma o presidente da Apeop, Luciano Amadio.

Nos �ltimos 12 meses, o setor fechou 274 mil vagas de emprego formal. Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad), que considera empregos formais e informais, o setor j� demitiu 609 mil pessoas em um ano. Nada garante que esse movimento ser� interrompido em breve. Pelo contr�rio, a expectativa � que continue nesse ritmo, pois n�o h� novas obras para dar impulso ao caixa das empresas, afirmam os representantes da Apeop.

Al�m do ajuste fiscal, que derrubou os investimentos p�blicos em infraestrutura, poucos projetos do novo pacote de concess�o, rec�m lan�ado pelo governo federal, dever�o sair do papel neste ano. Junta-se a isso o recuo nas atividades do governo de S�o Paulo. Pelos dados do Boletim Trimestral da Apeop, no ano passado, o investimento total do governo paulista caiu 16% no ano passado.

"Neste momento de crise, S�o Paulo deveria assumir um papel de protagonismo para ajudar o Pa�s a atravessar a crise. Mas o que vemos s�o v�rios projetos parados e nenhuma iniciativa para incrementar os investimentos", reclama Luciano Amadio. Numa pesquisa feita pela GO Associados, 93% das empresas afirmaram que houve redu��o nas licita��es paulista do primeiro semestre de 2015. Outras 33% afirmaram que houve algum tipo de atraso nos pagamentos.

De acordo com a Apeop, algumas iniciativas do governo do Estado poderiam acelerar os investimentos em infraestrutura, como a concess�o de linhas de trens metropolitanos da CPTM, trens inter-cidades e p�tios de estacionamento e reforma, amplia��o e moderniza��o de escolas de ensino fundamental, entre outras alternativas. "Esses ativos seriam de interesse do setor privado por causa do baixo risco de demanda a eles associados", aponta o relat�rio da GO Associados.

Pesquisa

A falta de perspectiva de novas obras tem abalado a confian�a dos empres�rios. Para 59% das empresas entrevistadas no setor, as expectativas da economia nacional para os pr�ximos tr�s meses pioraram muito desde o primeiro trimestre. O mesmo sentimento foi transferido para dentro das empresas. No fim do ano passado, 18% das companhias acreditavam que as receitas diminuiriam neste ano. Agora 48% acreditam que o faturamento vai cair.

Para 56% delas, os investimentos ser�o reduzidos nos pr�ximos 12 meses. "A �nica vari�vel que pode impedir que o Pa�s entre numa depress�o � o investimento. Portanto, acelerar as concess�es neste momento ser� uma decis�o estrat�gica", afirma Gesner Oliveira. "� preciso proteger o investimento e reduzir o custeio." As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.