Rio, 27 - A Petrobras adiou nesta sexta-feira, 26, a divulga��o das estrat�gias de seus neg�cios futuros e do corte de investimentos em seu Plano de Neg�cios para os pr�ximos cinco anos. Reunido por cerca de nove horas, o conselho de administra��o da petroleira debateu os temas previstos na pauta, como a revis�o do contrato de cess�o onerosa e poss�veis desinvestimentos - mas nenhuma decis�o foi anunciada ap�s o t�rmino do encontro. Segundo fontes ligadas � empresa, a inten��o � divulgar um comunicado com informa��es da reuni�o na segunda-feira.
O mercado aguardava a defini��o de metas de produ��o e redu��o de endividamento como sinaliza��o para retomada da confian�a na estatal - abalada desde a revela��o dos esc�ndalos de corrup��o investigados pela Opera��o Lava Jato. Apesar da expectativa, os integrantes do colegiado j� indicavam ao longo da semana que poderia n�o haver consenso sobre o tamanho de corte de aportes.
A estatal elaborou diferentes cen�rios para os investimentos da companhia entre 2015 e 2019, com redu��es que variavam entre 25% e 40%, de acordo com vari�veis como cota��o do petr�leo, varia��o cambial e gera��o de caixa. Se confirmado, o investimento ficaria abaixo da casa dos US$ 200 bilh�es pela primeira vez desde 2009. Tamb�m era aguardado um maior detalhamento sobre poss�veis vendas de ativos e sobre a reestrutura��o administrativa da companhia, mas as d�vidas persistem.
Para analistas, o adiamento poder� gerar maior volatilidade nas a��es da petroleira no pr�ximo preg�o das bolsas de valores. Nesta sexta-feira, as a��es da companhia fecharam com ganho m�dio de 4,7% da BM&FBovespa. O resultado foi influenciado por declara��es do presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha, de que �corrigiria� aspectos do marco regulat�rio do pr�-sal. Ele defendeu a retirada da obrigatoriedade da Petrobr�s ter pelo menos 30% de participa��o em todos os cons�rcios.
Para o consultor Walter de Vitto, o adiamento n�o � �decisivo� para o futuro da empresa. �O importante s�o as medidas a serem anunciadas - para isso, teremos que aguardar�, contemporizou. O analista Fl�vio Conde, do blog WhatsCall, avalia que �n�o sair corte � pior do que sair um corte pequeno�. �Eles (a diretoria) tiveram tempo suficiente para chegar numa conclus�o para convencer os conselheiros. Se n�o conseguiram, � porque alguma coisa n�o saiu dentro do esperado�, completou. Para Conde, agora o mercado vai querer saber quais as propostas de redu��o nos investimentos e como cada conselheiro votou.
J� Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (Cbie), a indefini��o revela as dificuldades da atual administra��o para encontrar solu��es para a fragilidade financeira da companhia. �� um sinal de que esse mandato n�o � independente, que n�o h� estrat�gia para tirar a Petrobr�s da situa��o em que se encontra. Se o conselho tivesse liberdade, j� teria cortado e feito reajuste de pre�os�, afirmou.
Cen�rio
A apresenta��o do Plano de Neg�cios era aguardada desde maio e encerraria as pend�ncias deixadas pela gest�o da ex-presidente Gra�a Foster, fortemente abalada pelos casos de corrup��o na empresa. A ex-presidente e toda sua diretoria deixaram a companhia em fevereiro, sem a divulga��o dos relat�rios financeiros auditados do terceiro e quarto trimestre de 2014, ou a defini��o do plano de neg�cios da companhia diante da nova realidade do setor, com cota��es internacionais na metade do valor negociado nos �ltimos anos, de US$ 100 por barril. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S.Paulo
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Petrobras adia divulga��o de plano de neg�cios
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