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Estado de Minas

Odebrecht tenta mostrar que tem f�lego financeiro


postado em 05/07/2015 09:37

S�o Paulo, 05 - Nas �ltimas duas semanas, executivos da Odebrecht t�m percorrido bancos, clientes e parceiros para dar explica��es e tentar acalmar os �nimos acirrados pelas acusa��es de que a empresa est� envolvida em esquemas de corrup��o. Debaixo do bra�o, carregam n�meros para demonstrar que o grupo tem caixa para enfrentar a crise que chegou �s portas da companhia desde que seu comandante, Marcelo Odebrecht, foi preso na Opera��o Lava Jato, no dia 19 de junho.

Em termos financeiros, a fotografia do momento mostra que a empresa de fato tem capacidade para pagar sem grandes dificuldades sua d�vida de curto prazo, e os credores parecem relativamente tranquilos. N�o vislumbram algum tipo de acelera��o dos R$ 88 bilh�es em d�vidas da empresa. A maior parte vence no longo prazo e o custo � baixo, cerca de 7,5% ao ano, segundo c�lculos de analistas. Quase metade do custo dos juros no Brasil hoje.

A empreiteira do grupo, entre as dezenas citadas ou investigadas na Lava Jato, � a que est� em melhor situa��o. Das obras que fez para a pol�mica Refinaria Abreu e Lima e o Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro, j� recebeu todos os aditivos que tinha pleiteado, segundo o diretor financeiro, Marco Rabello. Se quisesse, poderia pagar � vista at� mesmo os t�tulos perp�tuos, que n�o t�m vencimento. Sua nota de classifica��o de risco ainda � de grau de investimento, ou seja, uma das melhores do mercado.

Mas os desafios e dificuldades est�o � espreita de um dos maiores grupos empresariais do Pa�s. Alguns neg�cios passam por dificuldades, mesmo antes da Lava Jato, como o setor de a��car e �lcool e a hidrel�trica de Santo Ant�nio. Os investidores da empresa de �leo e g�s n�o est�o t�o confiantes na capacidade da companhia de pagar d�vidas, e temem rompimento de contratos da Petrobr�s.

No segmento de transportes, alguns empr�stimos novos est�o travados. O estaleiro est� paralisado porque seu cliente, a Sete Brasil, n�o paga. Al�m disso, empres�rios, executivos de bancos, parceiros, ex-funcion�rios, advogados e ag�ncias de classifica��o de risco j� se perguntam como uma companhia t�o ligada a governos estar� daqui a cinco anos, em fun��o das den�ncias de pagamentos de propinas.

As parcerias com o governo est�o espalhadas por todo o grupo. No setor petroqu�mico, � s�cia da Petrobr�s na Braskem. Em �leo e g�s, tem contratos estimados em US$ 7 bilh�es com a estatal do petr�leo (a empresa n�o revela o valor.

O balan�o retrata uma d�vida de R$ 12 bilh�es para as sete sondas que prestam servi�o � estatal). No estaleiro, foi contratada para construir outras seis sondas.

Na �rea de transportes e saneamento, tem no Fundo de Investimentos do FGTS seu principal parceiro. J� o BNDESPar � s�cio no setor de transportes e o principal financiador do neg�cio de a��car e �lcool. O maior investimento em deb�ntures do BNDESPar est� justamente em empresas da Odebrecht, cerca de 12% dos R$ 16 bilh�es aplicados nesse tipo de t�tulo. Do FI-FGTS, a Odebrecht � a principal aplica��o, com 17% de seu patrim�nio l�quido total.

Na empreiteira, o porcentual de contratos p�blicos n�o foi revelado pela empresa. Se contar somente os nacionais, � de 8%. Mas � no exterior onde est�o os maiores contratos, que respondem por 80% do faturamento. Como lembra um cliente da empreiteira, �todo governo tem oposi��o. E esses contratos podem ser questionados�.

Os neg�cios com governos t�o presentes na Odebrecht nas �ltimas d�cadas parecem contrariar o que desejava Em�lio Odebrecht, pai de Marcelo. Em 1994, em entrevista � Folha de S. Paulo, o executivo defendia que o Estado deixasse de ser empres�rio, pois isso minimizaria a corrup��o - algo que as empresas precisavam fazer para sobreviver. �Eu vou lhe dizer: para sobreviver nesse campo, j� fiz. Agora se voc� me perguntar quando e com quem, eu n�o vou dizer nunca.� As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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