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Estado de Minas

Em crise, estatais reveem investimentos


postado em 11/07/2015 08:49

S�o Paulo, 11 - A conjun��o de problemas que atingiu as estatais brasileiras nos �ltimos anos derrubou a capacidade de investimentos das empresas, paralisou obras e colocou em xeque at� a sobreviv�ncia de algumas delas. Al�m do ajuste fiscal, que afeta a rotina daquelas que dependem de repasses do governo, cada uma tem um problema espec�fico para lidar, como a Opera��o Lava Jato na Petrobras, os efeitos da MP 579 na Eletrobras e a perda de receitas da Infraero por causa das concess�es de aeroportos.

Apesar das peculiaridades, o resultado na vida financeira das empresas � igual. Segundo dados da ONG Contas Abertas, o volume de investimentos feitos pelas estatais de janeiro a abril deste ano, em rela��o ao or�amento, � o pior desde 2005. Neste ano, as empresas conseguiram investir apenas 17,4% do or�amento. No ano passado, nesse mesmo per�odo, esse n�mero foi de 27,6%.

O problema � que as decis�es est�o demorando demais para sair do papel por causa das incertezas e da crise de confian�a que afeta o Pa�s. Al�m disso, quem depende do governo sofre com os atrasos nos repasses.

Na Petrobras, que vive a pior crise da hist�ria, o valor aplicado at� o segundo bimestre foi o menor em 12 anos; na Eletrobras, trata-se do pior valor na s�rie pesquisada desde 2000. A estatal de energia afirma, no entanto, que tem batido recordes de investimento com os projetos tocados pelas Sociedades de Prop�sito Espec�fico (SPEs), em parceria com a iniciativa privada. Uma parte pequena desses recursos sai do or�amento p�blico. A maioria � financiamento.

O caso mais grave � o da Petrobras, j� que a empresa tem forte participa��o no volume total de investimentos do Pa�s e, consequentemente, no Produto Interno Bruto (PIB). Desde que a Opera��o Lava Jato foi deflagrada, a estatal tem reduzido o ritmo de obras, revisado o tamanho de alguns projetos e cancelado outros. O �ltimo plano de neg�cios, anunciado no fim do m�s passado, reduziu em 37% o volume de investimentos da estatal no per�odo de 2015 a 2019.

Entre os projetos que foram revistos est� o Comperj, no Rio de Janeiro. No an�ncio do plano, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, afirmou que os investimento ser�o focados na parte de refinaria do projeto. O polo petroqu�mico est� suspenso temporariamente, assim como as unidades de fertilizantes 3 e 5 em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul e as Refinarias Premium 1 e 2, no Nordeste. Al�m disso, a empresa deve dar in�cio a um processo de venda de alguns ativos para fazer caixa.

"A Lava Jato ainda vai demorar. N�o vejo boas perspectivas para a empresa voltar a investir de forma substancial nem no primeiro semestre de 2016. Pelo contr�rio, acredito no desinvestimento", afirma o professor do Insper, Paulo Furquim. De janeiro de 2014 at� agora, a estatal perdeu quase R$ 40 bilh�es em valor de mercado por causa do esc�ndalo de corrup��o, segundo dados da empresa de informa��es financeiras Econom�tica. "A crise na Petrobras tem um efeito cascata em toda a economia, pois afeta a capacidade de seus fornecedores", diz o professor.

Segundo ele, as estatais vivem hist�rias semelhantes causadas por problemas diferentes. O rev�s da Eletrobras, por exemplo, come�ou com a MP 579, que antecipou a renova��o das concess�es, e reduziu drasticamente o pre�o da energia gerada pelas usinas antigas. "A MP saqueou a empresa. As usinas foram renovadas por quase nada", afirma o investidor, Roberto Moura, acionista minorit�rio da companhia h� 30 anos.

De 2012 at� o ano passado, a empresa acumulou preju�zos de R$ 16,1 bilh�es e perdeu o grau de investimento. "Apesar da melhora financeira nos resultados de 2015, a estatal continua apresentando m�tricas de cr�dito que s�o muito fracas para a categoria de rating Baa3", justificou a ag�ncia de classifica��o de risco Moody's ao revisar a nota da empresa.

Al�m disso, segundo a ag�ncia, a partir de 2016, a Eletrobras n�o poder� mais contar com os recursos de indeniza��o (pela renova��o das concess�es das usinas), "o que provavelmente colocar� press�o adicional na liquidez e na alavancagem da empresa". Pelo balan�o da estatal, as empresas do grupo t�m R$ 3,4 bilh�es de indeniza��o a receber.

Hoje, o valor de mercado da empresa representa um ter�o do registrado antes da MP 579, segundo a Econom�tica: caiu de R$ 26 bilh�es para R$ 8,8 bilh�es na Bolsa. A lenta recupera��o, aliada � crise econ�mica do Pa�s, dever� obrigar a empresa a rever seu plano de investimentos, previsto para sair nas pr�ximas semanas.

Os problemas, no entanto, n�o se limitam ao setor energ�tico. A estatal Infraero, que administra alguns dos principais aeroportos brasileiros, tamb�m tem tido limita��es para investir. No primeiro bimestre deste ano, apenas 14% do or�amento havia sido aplicado.

A empresa explica que o resultado � decorrente de dois fatores. Um deles foi que, em 2014, o ritmo de algumas obras teve de ser acelerado no primeiro semestre por causa da Copa do Mundo, o que elevou os valores da execu��o or�ament�ria. Neste ano, o problema foi o ajuste fiscal que obrigou a Infraero a rever "o ritmo de execu��es dos empreendimentos �s novas diretrizes estabelecidas".

Em nota, a estatal afirma que, com as concess�es dos principais aeroportos do Pa�s, ela teve de rever o plano de neg�cios. "Os cinco aeroportos (Guarulhos, Bras�lia, Viracopos, Gale�o e Confins) respondiam por 53% do faturamento da Infraero, o que gerava resultado superavit�rio para sustentar a opera��o dos demais aeroportos da rede, que atualmente conta com 60 aeroportos. A partir de 2013, todos os investimentos feitos pela empresa s�o executados com recursos do Fundo Nacional de Avia��o Civil (Fnac)." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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