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Estado de Minas

Fraqueza de 2015 traz proje��es de queda para o PIB de 2016


postado em 19/07/2015 08:19

S�o Paulo, 19 - Quando a equipe econ�mica do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff come�ou a trabalhar, a previs�o era de que os ajustes fiscal e monet�rio pressionariam mais a atividade no primeiro semestre e a recupera��o come�aria j� na segunda metade deste ano, impulsionada por uma retomada na confian�a. Passados seis meses, as perspectivas econ�micas foram paulatinamente se deteriorando e, agora, importantes analistas j� preveem contra��o da economia n�o apenas para 2015, mas tamb�m em 2016.

Na primeira pesquisa Focus deste ano, as proje��es de crescimento para 2016 eram de 1,80%. Agora, j� est�o em 0,50%, mas tendem a voltar a cair em breve. Nesta semana, o Bradesco revisou de 0,5% para zero sua previs�o para o desempenho da atividade no pr�ximo ano, citando o forte carrego estat�stico de 2015, que deve ter contra��o de 1,8%. J� o Ita� Unibanco cortou de 0,3% para -0,2% a perspectiva sobre o desempenho da economia em 2016, ap�s o tombo de 2,2% esperado para este ano.

O economista do Santander Brasil Rodolfo Margato revela que o banco est� revisando suas proje��es e deve anunciar os novos n�meros nos pr�ximos dias. Atualmente, a expectativa � de contra��o de 1,5% este ano e expans�o de 0,5% no pr�ximo, mas o analista adianta que a previs�o para 2016 deve ser alterada para algo perto de zero. "Vemos uma contra��o na atividade econ�mica bastante disseminada entre os setores, com surpresas negativas no varejo, a ind�stria com estoques muito elevados e n�veis de confian�a de empres�rios e consumidores nos patamares mais baixos das s�ries hist�ricas", comenta.

Para o PIB de 2015, a Focus aponta queda de 1,5%, que seria a maior desde a retra��o de 4,35% sofrida em 1990. Mantidas as proje��es de crescimento de 0,50% em 2016, 1,80% em 2017 e 2,10% em 2018, a m�dia de crescimento anual do segundo mandato Dilma seria de 0,72%, a menor desde o governo Collor, quando a m�dia foi de -1,29% ao ano. No primeiro mandato Dilma, a m�dia foi de 2,2%, o que j� era o n�vel mais baixo desde Collor.

Um dos problemas � que os ajustes macroecon�micos que precisam ser feitos no Brasil s�o grandes demais e n�o ser�o conclu�dos este ano, segundo o economista-chefe para Am�rica Latina do banco ING, Gustavo Rangel. "N�o d� para culpar o mundo. Os problemas do Brasil s�o essencialmente dom�sticos. Agora n�o tem como inovar, temos de insistir em um ajuste cl�ssico e pagar o pre�os pelas falhas do passado", explica. Ele estima queda de 2% no PIB deste ano e crescimento zero em 2016.

Alternativas

Pensando nas poss�veis sa�das para o atual per�odo de estagfla��o, o economista-chefe da AZ FuturaInvest, Paulo Eduardo Nogueira Gomes, aponta que � preciso avan�ar com o programa de investimentos em infraestrutura, ampliando fortemente as concess�es e privatiza��es. "N�s ainda temos gargalos que, mesmo com a economia parada, atrapalham. O empres�rio sente a in�rcia do governo e p�e o p� no freio dos investimentos", argumenta.

A contribui��o da balan�a comercial tamb�m � uma esperan�a, j� que as importa��es est�o despencando, o que gera um saldo l�quido de exporta��es, contribuindo positivamente no c�lculo do PIB. Mesmo assim, esse fator n�o deve trazer grande al�vio, pois a recupera��o econ�mica em outras partes do mundo � bastante titubeante. Nesta semana, ao anunciar a revis�o na sua proje��o para o PIB de 2016, o economista-chefe do Bradesco, Oct�vio de Barros, lembrou que a recupera��o global desta vez n�o poder� contar com o apoio do com�rcio internacional.

"O com�rcio mundial est� degringolando. A demanda externa n�o ser� um grande driver de crescimento dos emergentes, mesmo com uma deprecia��o cambial importante do c�mbio, como vemos no Brasil", comentou Barros. "N�o vejo grandes perspectivas para o conjunto das commodities industriais, e isso afeta bastante a economia brasileira", acrescentou.

Rating

No atual cen�rio, a maioria dos analistas j� d� como certo o rebaixamento da nota soberana pela Moody's, que � a �nica das tr�s principais ag�ncias de rating que classifica o Brasil dois n�veis acima do chamado "grau especulativo" e est� com seus t�cnicos no Pa�s esta semana. A perda do grau de investimento ainda n�o est� totalmente preficicada, mas essa possibilidade vem crescimento nos �ltimos meses, j� que a atividade muito fraca derruba a arrecada��o e pressiona as m�tricas de d�vida.

No longo prazo, a melhora do PIB potencial brasileiro depende de reformas estruturantes, que s�o de dif�cil aprova��o no Congresso, em especial no atual ambiente de crise pol�tica e popularidade muito baixa da presidente. Rangel, do ING, afirma que at� existe uma agenda positiva no Minist�rio da Fazenda, como por exemplo as propostas de reforma do ICMS e do PIS/Cofins, mas Levy enfrenta muitas resist�ncias.

Margato, do Santander, acredita que os primeiros sinais de uma recupera��o mais consistente da economia brasileira poderiam surgir na segunda metade do pr�ximo ano, o que levaria a um crescimento moderado em 2017. Essa perspectiva, no entanto, considera a materializa��o de ajustes importantes na economia, n�o s� nos �mbitos fiscal e monet�rio, mas tamb�m da rela��o entre c�mbio e sal�rios.

"O atual processo de deteriora��o do mercado de trabalho deve persistir em 2016, causando uma queda dos sal�rios em termos reais, que junto com a deprecia��o do c�mbio gerariam mais exporta��es, levando a um aumento de produ��o e investimentos. � uma janela de oportunidade a partir de 2017, mas que considera a concretiza��o dos ajustes de pre�os relativos da economia", ressalva o economista do Santander.


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