Bras�lia, 22 - O presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chamou de "absurda" a redu��o da meta do super�vit prim�rio do setor p�blico para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB). "N�o acho boa a redu��o da forma nem do tamanho que foi feita", comentou.
O governo anunciou nesta quarta-feira a redu��o da meta de super�vit prim�rio do setor p�blico para R$ 8,747 bilh�es, o equivalente a 0,15% do PIB. A meta anterior era de R$ 66,325 bilh�es (1,13% do PIB). "Acho que o governo fez isso hoje porque entregou a defesa no TCU (Tribunal de Contas da Uni�o). Ele quer mostrar que n�o vai fazer mais pedalada, por isso escolheu essa data de hoje. Politicamente me parece que � isso".
O peemedebista lembrou que o ano est� sendo marcado por mais cortes no Or�amento e forte retra��o da atividade econ�mica. Cunha voltou a mencionar a defini��o do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre o ajuste fiscal sem crescimento econ�mico conduzido pelo Executivo. "� o cachorro mordendo o rabo", repetiu.
Ele, no entanto, reconheceu que o governo n�o poderia levar adiante a pol�tica de super�vit, mas criticou que s� agora se concluiu que era necess�rio mudar a meta. "Tem uns tr�s meses que se sabe que n�o vai cumprir (a meta). J� deveria ter tido essa atitude h� mais tempo, o mercado sabe fazer conta. Est�o fazendo um pouco tarde", afirmou. Cunha disse que o governo n�o conseguir� cumprir a meta "se n�o recuperar boa parte da atividade econ�mica".
Sobre o projeto de lei que ser� enviado ao Congresso Nacional propondo a redu��o da meta, Cunha acredita que a vota��o dos vetos presidenciais pode dar mais problemas para o Executivo que a proposta anunciada hoje. Entre os vetos que podem ser derrubados est�o a alternativa ao fator previdenci�rio, que tem um forte apelo por se tratar de aposentados e pensionistas. "Ter�o dias dif�ceis", previu.
Na avalia��o do peemedebista, outro tema que pode dar "dor de cabe�a" ao Planalto � o reajuste do Judici�rio. "Vai ser muita press�o", disse.
Questionado sobre a repatria��o de recursos no exterior como possibilidade de abatimento da meta, o presidente da Casa voltou a cobrar que o Executivo assuma a medida. "Se governo tem tanto interesse, ele que mande o projeto para c�. O governo tem de assumir o que quer. Est� com vergonha de assumir e trazer dinheiro do exterior e quer que o Parlamento assuma sozinho? N�o vai ser por iniciativa daqui que vai ser feito", enfatizou.