A estrat�gia focada no desenvolvimento do cr�dito imobili�rio proporcionou ao Banco Intermedium S/A, com sede em Belo Horizonte, um expressivo aumento de 74,1% dessa carteira durante o primeiro semestre do ano, ante o mesmo per�odo do ano passado. O resultado vai na contram�o do cen�rio, marcado pela queda da oferta de empr�stimo ou aperto das condi��es para a compra de im�veis em outras institui��es financeiras, num ano de forte retra��o da economia brasileira. O bom desempenho do banco m�ltiplo privado no segmento foi decisivo para a expans�o de 40,2% da carteira total de cr�dito, que encerrou os �ltimos 12 meses at� junho em R$ 1,8 bilh�o.
Al�m do esfor�o de especializa��o no cr�dito imobili�rio –, que somou R$ 741 milh�es ao fim do semestre – contribu�ram para o resultado do Banco Intermedium, de janeiro a junho, os ganhos em melhoria de processos internos e controle das despesas, informou ontem o diretor-executivo do banco, Jo�o Vitor MeninTeixeira de Souza. “Num momento delicado que o pa�s vive, estamos colhendo os frutos de um trabalho longo de busca de efici�ncia e do foco numa carteira de cr�dito que sofre menos o problema da inadimpl�ncia”, afirma o executivo.
Indicadores com os quais a institui��o trabalha mostram que mesmo numa situa��o de desequil�brio financeiro do mutu�rio ou de eventual perda de emprego, a tend�ncia � de que a quita��o do empr�stimo imobili�rio n�o seja interrompida, em detrimento de outras d�vidas. A t�tulo de refer�ncia de mercado do setor, a inadimpl�ncia no cr�dito imobili�rio equivale � metade daquela apurada no consignado.
O lucro l�quido do banco da fam�lia Menin, tamb�m controladora da MRV Engenharia, foi de R$ 15,9 milh�es no primeiro semestre, representando crescimento de 48,4% em rela��o a id�ntico per�odo do ano passado. A rentabilidade sobre o patrim�nio l�quido alcan�ou 10,5%. A �rea de investimentos cresceu 25%, ancorada na capta��o das chamadas LCIs (Letras de Cr�dito Imobili�rio), tendo como lastro o cr�dito no segmento. O produto financeiro ganhou atratividade com a eleva��o da taxa b�sica de juros, a Selic, que serve de refer�ncia para as opera��es nos bancos e no com�rcio.
No sentido inverso ao que favoreceu o Intermedium, destacou Jo�o Vitor Menin, concorrentes com opera��es de cr�dito imobili�rio sustentadas pelos recursos da poupan�a v�m sofrendo neste ano, diante do aumento do volume de saques na aplica��o. Outro fator importante para o banco mineiro foi a expans�o da rede de 50 ag�ncias presentes em todas as capitais, � exce��o do Norte do pa�s, e que t�m como alvo cidades com popula��o entre 250 mil e 300 mil habitantes.
“O foco no cr�dito imobili�rio j� era uma estrat�gia tra�ada pelo banco, mas n�o esper�vamos chegar l� t�o r�pido”, afirma o diretor-executivo do Intermedium. A carteira do segmento passou a responder por 42,1% do total, assumindo a dianteira das opera��es, pouco � frente do cr�dito pessoal (42%) e do volume de empr�stimos para empresas, o middle market, com participa��o de 15,9%.
A despeito da crise da economia, Jo�o Vitor Menin diz que o banco v� espa�o ainda importante de crescimento do cr�dito imobili�rio no Brasil. A meta da institui��o � chegar ao fim de 2015 com uma parcela de 45% a 50% da carteira total no segmento. O diretor-executivo do Intermedium observa que os empr�stimos para aquisi��o de im�veis ainda participam, no pa�s, com uma cota muito modesta do Produto Interno Bruto (o PIB, conjunto da produ��o de bens e servi�os), variando de 8% a 10%, quando se aproximam de metade em na��es como o Chile e o M�xico.