S�o Paulo, 02 - De acordo com levantamento realizado pela Empresa Brasileira de Estudos de Patrim�nio (Embraesp), no primeiro semestre deste ano, o mercado imobili�rio assistiu a uma redu��o no ritmo de projetos das empresas em rela��o ao mesmo per�odo de 2014, quando 11.809 unidades residenciais foram lan�adas na cidade de S�o Paulo. J� entre janeiro e junho deste ano o total ficou em 9.651, o que representa uma queda de 18,27%.
A redu��o confirma o per�odo dif�cil que o mercado imobili�rio atravessa em raz�o da crise econ�mica vivida pelo Pa�s, com aumento de desemprego, juros mais altos e restri��es no cr�dito. �O patamar de lan�amentos n�o � bom, principalmente porque estamos comparando com um ano (2014) que j� foi ruim�, diz o presidente do Sindicato da Habita��o (Secovi-SP), Claudio Bernardes.
Segundo ele, o Secovi j� havia detectado queda de 18,5% nos lan�amentos ao fazer a compara��o entre janeiro e maio de 2015 e os cinco primeiros meses do ano passado. Bernardes entende que a tend�ncia deve se manter at� o final do ano, ainda que o segundo semestre em geral seja melhor do que o primeiro. �A situa��o se torna mais cr�tica pela falta de boa expectativa. A economia do Pa�s precisa voltar a crescer, os indicadores econ�micos precisam melhorar�, afirma o dirigente.
Pre�os
- Pela pesquisa, tamb�m � poss�vel comparar as oscila��es de pre�o dos im�veis residenciais entre junho de 2014 e o mesmo m�s de 2015. As unidades de um dormit�rio foram a modalidade que registrou alta, com o pre�o m�dio de lan�amento indo de R$ 351.587,51 para R$ 457.065,70, acr�scimo de 30%.
Os pre�os das casas e apartamentos de dois ou tr�s dormit�rios lan�ados tiveram queda de 20,6% e 31% respectivamente, que pode ser explicado, em parte, pela diferen�a de tamanho das unidades. Enquanto em 2014 a m�dia da �rea total dos im�veis de dois quartos era de 99,68 m�, neste ano caiu para 85,24 m�. J� a �rea m�dia das habita��es com tr�s dormit�rios baixou de 158,63 m� para 125,95 m�.
A cidade de S�o Paulo concentrou 40% das unidades lan�adas durante o m�s de junho na regi�o metropolitana, com 2.036 im�veis. Em toda a Grande S�o Paulo foram lan�adas 4.880 unidades. Tanto na Capital quanto nos demais munic�pios, as casas e apartamentos de dois dormit�rios t�m a maior fatia entre os lan�amentos, com 3.868 unidades.
O diretor executivo da incorporadora You,Inc, Eduardo Muszkat, diz que a procura maior pelas unidades de dois quartos se acentuou nos �ltimos quatro ou cinco anos. Segundo ele, o aumento do pre�o do metro quadrado tamb�m influenciou. �Como ficou mais caro, os apartamentos diminu�ram para caber no bolso do cliente�, acrescenta.
Para o vice-presidente comercial da Abyara Brasil Brokers, Bruno Vivanco, o dois quartos costuma ser o primeiro im�vel da fam�lia que parte para a casa pr�pria. �� o apartamento de quem est� casando, saindo do aluguel. Sempre � o de maior demanda�, explica Vivanco.
Ousadia
- O s�cio-diretor da Eugenio Marketing Imobili�rio, Maur�cio Eugenio, diz que a queda no n�mero de lan�amentos j� notada em 2014 e confirmada no primeiro semestre deste ano deixa clara a decis�o das construtoras e incorporadoras de primeiro vender os im�veis j� constru�dos.
�As empresas est�o preocupadas em se reestruturar e desovar o estoque, mas entendo que falta ousadia ao mercado. Apesar das dificuldades, ainda h� demanda no mercado imobili�rio�, diz ele.
Bruno Vivanco entende que o mercado imobili�rio caminha de m�os dadas com a situa��o econ�mica do Pa�s e explica a retra��o no n�mero de lan�amentos. �A economia est� depressiva, h� muita preocupa��o com o desemprego. Para o mercado melhorar, � preciso enxergar pelo menos um cen�rio positivo no m�dio prazo�, afirma. �Se a taxa de juro cair, a oferta de cr�dito melhorar, a roda volta a se mover�, exemplifica.